quarta-feira, dezembro 15, 2010

Um homem misterioso



George Clooney, quem diria, que começou a carreira trabalhando no trash Tomates Assassinos e durante anos foi o doutor David Ross na série médica E.R. ou também conhecida como Plantão Médico, tem demosntrado cada vez mais ser um excepcional ator. Isso já havia ficado bem evidente no terno Amor sem escalas.
Agora, em Um homem misterioso, do holandês Anton Corbijn, mais um grande passo.
Clooney é Jack, um assassino profissional e também um artesão - só que sua arte é construir armas por encomenda. Após escapar de um atentado, onde matou dois homens e a mulher que o acompanhava - tudo porque ela o viu cometer os assassinatos -, Jack é orientado por seu chefe Pavel (Johan Leysen) a se esconder numa aldeiazinha no interior da Itália. Lá não deve falar ou se envolver com ninguém, enquanto espera pelo próximo trabalho.
Um homem misterioso é um filme contemplativo, mas nunca cansativo, onde longas tomadas mostram Clooney tomando vinho com o padre da aldeia - e este acredita ser o niovo vizinho um pecador -, ou quando senta num bar para tomar um café e ler o jornal.
A vida solitária, no entanto, começa a cansar e Jack pensa em deixá-la ao se envolver com a prostituta Clara (a bela Violante Placido). Mas será que ele terá direito a redenção?
cotação: bom
Chico Izidro

Tetro



Todos nós, fãs de Francis Ford Coppola, sempre esperamos a cada lançamento de um um filme seu um novo O Poderoso Chefão ou um Apocalipse Now. Mas lá no fundo sabemos que isto jamais se repetirá. Não que ele tenha se tornado um cineasta menor. Pelo contrário. Continua um grande diretor, porém seus filmes não produzem mais o impacto de antes.
Tetro, por isso, é decepcionante. Situado em Buenos Aires, numa bela fotografia em preto & branco (as cores só aparecem quando os personagens relembram o passado), conta a história do escritor bloqueado Tetro (Vincent Gallo), que recebe a visita do irmão mais novo, Benni (Alden Ehrenreinch). O garoto quer saber o por que de Tetro ter abandonado a família e se jogado no mundo, indo parar na capital argentina, onde se casou com a psiquiatra Miranda (Maribel Verdú).
Coppola contou que o roteiro surgiu de memórias de sua infância, onde tinha um distanciamento de seu irmão mais velho. Mas segundo ele, só vai até aí as coincidências. O resto é ficção.
Tetro é uma pessoa amargurada, fechada, que não deseja falar do passado e considera a presença do irmão caçula como nociva.
O filme de Coppola até tem um bom início, trazendo um certo ar de mistério para a dificuldade de relacionamento entre os dois irmãos, que ainda carregam o drama de serem filhos de um egocêntrico músico, Carlo Tretocini (o sumido ator alemão Klaus Maria Brandauer, de Entre dois amores e Coronel Redl). Porém a partir da metade de Tetro, o diretor perde a mão. Ao invés de ser original, ele tenta copiar o clima dos filmes de Almodovar (inclusive escalando num dos papéis uma atriz-fetiche do espanhol, Carmen Maura). Fellini também é citado. Só que Coppola não consegue captar o clima das obras dos colegas, transformando Tetro num decepcionante dramalhão.
cotação: regular
Chico Izidro

A sétima alma



Certos filmes nunca deveriam ser feitos. Mesmo que o diretor seja o estimado Wes Craven, de A Hora do Pesadelo e Pânico, entre outras obras do cinema de terror. Em A sétima alma (My soul to take), o serial killer batizado de O estrangulador retorna à vida para matar sete adolescentes que nasceram exatamente no dia em que ele teria sido supostamente morto, 16 anos atrás.
Os jovens começam a ser mortos um após o outro. Mas ninguém imagina que os crimes possam ser do O estrangulador. As suspeitas recaem sobre Bug, que é um dos sete nascidos no dia fatídico. O garoto tem alucinações, vê no espelho os outros mortos, tem apagões e quando acorda, está com a faca do assassino nas mãos. Mas nada do que se imagina, é na realidade.
O final é lamentável. Não gosto de usar a frase, mas aqui ela cai bem: "Ruim de doer".
cotação: ruim
Chico Izidro

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Você vai conhecer o homem dos seus sonhos



Esta semana estava revendo Bananas e Tudo o que você queria saber sobre sexo (mas tinha medo de perguntar), quando Woody Allen ainda fazia comédias escrachadas. Lá pelos anos 1980, o cineasta passou a ser mais contemplativo, ainda mais inspirado por um de seus maiores ídolos, o sueco Ingmar Bergman. Seus filmes começaram a ficar, às vezes, meio iguais uns aos outros. Não que isso desmereça o trabalho do nova-iorquino mais neurótico do mundo, que tem uma característica gritante. Ou você ama ou você o odeia. E estou na primeira categoria.
Por mais que encontre similaridade entre uma obra ou outra, sou um entusiasta de seu trabalho. Em seu mais recente trabalho lançado no Brasil (ele já está com um novo projeto em andamento, ainda sem título), Você vai conhecer o homem dos seus sonhos, o diretor trata das desilusões do casamento.
Vários casais estão em crise na história. Um deles acabou um relaciomento de décadas - Helena (Gemma Jones) e Alfie (Anthony Hopkins), que acaba se envolvendo e casando com uma prostituta. Já ela tenta achar conforto no mundo espiritual. A filha deles, Sally(Naomi Watts) tenta se encontrar profissionalmente, ao mesmo tempo que se vê apaixonada pelo chefe Greg (Antonio Banderas). Por sua vez, seu marido Roy (Josh Brolin, de Onde os fracos não têm vez e com maior destaque no filme) é um escritor fracassado que vive um dilema moral, ao ter a possibilidade de publicar um livro que na realidade foi escrito por outra pessoa, e ainda por cima se apaixona por uma vizinha, a musicista Dia (a bela Freida Pinto, de Quem quer ser um milionário).
Então, por mais que Você vai conhecer o homem dos seus sonhos pareça o mesmo do mesmo, Woody Allen consegue mostrar, mais uma vez, que conhece as fraquezas e dissabores do ser humano, que nunca está satisfeito com o que tem.
cotação: ótimo
Chico Izidro

quinta-feira, dezembro 09, 2010

A rede social



O Facebook é a maior rede social da internet do mundo, superando e longe o irmão Orkut. A história de seu surgimento é retratada com vigor num filme chamado exatamente A Rede Social (The Social Network), do diretor David Fincher, que já nos brindou com obras do porte de Seven, Clube da Luta e O Estranho Caso de Benjamin Button.
Baseado no livro-reportagem Bilionários por acaso, de Ben Mezrich, o bom filme mostra como Mark Zuckerberg, ao lado do brasileiro criado em Miami Eduardo Saverin, criou o Facebook após levar o fora da namorada numa noite gelada de 2003. A ideia inicial, no entanto, não era fazer amigos na rede, mas sim fazer um ranking das mais gatas da Universidade de Harvard. Só com o tempo e com o interesse de outros investidores, é que surgiu o Facebook em si.
A história é mostrada em três tempos, dois deles em julgamentos. Num deles Zuckerberg, interpretado como um nerd metido à besta por Jesse Eisenberg (de Zumbilândia), é acusado de ter roubado a ideia de dois gêmeos ricaços (atuação primorosa de Armie Hammer). No outro, o nerd tem de enfrentar seu ex-amigo Saverin, que o acusa de tê-lo deixado de fora da milionária empresa que se tornou o Facebook, querendo uma bolada por danos intelectuais e financeiros.. Na pele de Saverin está Andrew Garfield, de A Outra.
O elenco, composto basicamente por atores jovens, mostra-se afiado. E a história é empolgante, pois o assunto é demais relevante nestes tempos onde é difícil encontrar uma pessoa que não esteja conectada à rede e que não tenha um milhão de amigos, como já cantava Roberto Carlos.

cotaçã: bom
Chico Izidro

O garoto de Liverpool



Nesta quarta-feira, dia 8 de dezembro, completaram-se 30 anos da morte de John Lennon. O seu assassino, John Chapman, hoje om 50 anos de idade e cumprindo Life, ou seja, prisão perpétua, volta e meia pede por sua liberdade, o que lhe é sempre negado. Nada mais justo.
E o que já se escreveu sobre John Lennon, o que se filmou...Pois bem, está em cartaz mais um filme sobre o Beatle: O Garoto de Liverpool, direção da inglesa Sam Taylor-Wood. A pergunta que fica: qual enfoque buscar, depois de tanta coisa sobre o astro?
A diretora, que acabou casando com o ator principal, Aaron Johnson, que se consagrou no excelente Kick Ass, e com ele teve um filho, seguiu a linha maternal e extremamente sentimental. O que isso significa?
Lennon foi criado pela tia Mimi - no filme a excelente Kristin Scott-Thomas (Quatro casamentos e um funeral) e só foi conhecer a mãe aos 15 anos, quando estava formando sua primeira banda, The Quarrymen - Os homens de Quarry, o bairro de Liverpool onde ele foi criado. O Garoto de Liverpool exagera no envolvimento do jovem músico com a mãe Mari (Ophelia Lovibond), que o abandonara aos cinco anos de idade. O longa também mostra como Lennon teria virado um roqueiro e sonhava em ser tão grande quando seu ídolo Elvis Presley. E ainda relata a entrada de Paul McCartney e George Harrison na sua vida.
Apesar de enaltecer um dos maiores músicos da história, que após o envolvimento com a japonesa Yoko Ono se tornou também um dos maiores chatos da história, O garoto de Liverpool não passa de um filme que não corre riscos, apoiando-se num roteiro didático e sem imaginação.
cotação: ruim
Chico Izidro

Skyline - A invasão



Quem já assistiu Guerra dos Mundos e Cloverfield - Monstro, vai se decepcionar tremendamente com Skyline - A invasão. A ficção científica não é nada mais, nada menos que um requentado e muito piorado dos dois filmes citados no início do texto.
Um belo dia, um grupo de amigos vê os habitantes de Los Angeles serem sugados por uma estranha luz azul. Após isso, surgem espaçonaves qeu bombardeiam a cidade...Até aí temos Guerra dos Mundos. É quando surgem monstros, que devoram vorazmente suas vítimas - alguém aí lembrou Cloverfield? Bem que os monstrengos também vasculham os prédios com seus tentáculos em busca de humanos (e isso pode ser visto em Guerra dos Mundos).
E o que dizer dos atores? Os mais conhecidos são Donald Faison, do finado seriado Scrubs (ele fazia o médico Turk, amigo de JD), e Eric Balfour (The Spirit e Os queridinhos da América). E os personagens só correm, ficando aquela tradicional dúvida de quem será o próximo a ser devorado. Enfim, quando terminam os tortuosos 90 minutos, fica aquele pensamento: perdi 90 minutos de minha vida.
cotação: ruim
Chico Izidro

Demônio



Com roteiro de M. Night Shyamalan e direção de Drew Dowdle e John Erick Dowdle, Demônio tinha tudo para se tornar um grande filme de terror. A premissa é excelente: cinco desconhecidos ficam presos em um elevador num prédio comercial e começam a ser mortos de forma misteriosa.
Enquanto isso acontece, eles são observados pelas câmeras por dois vigilantes e dois policiais, que se mostram completamente de mãos amarradas para tentar salvar as vítimas. Lhes resta observar o que acontece dentro do elevador, enquanto esperam que este tenha as portas abertas.
Um dos policiais, Bowden (Chris Messina) vai descobrindo enquanto se transcorre a tentativa de salvamento, que aquelas pessoas não têm um passado dos mais decentes. Todas carregam um grave pecado. E por isso não é acidental estarem presas no elevador.
O suspense prende o espectador - Demônio tem aquele clima sombrio, se passa num dia chuvoso, meio apocalíptico - e isso ajuda. Mas começa a perder fôlego do meio para o final, que desculpem o trocadilho, peca pela falta de maior criatividade.
cotação: regular
Chico Izidro

quarta-feira, novembro 24, 2010

Red - Aposentados e perigosos



Num ano em que filmes focando grupos como Os Mercenários e Esquadrão Classe A, sai agora mais do mesmo gênero. É Red - Aposentados e perigosos (a sigla significa Retired Extremely Dangerous ou Aposentados Extremamente Perigosos). Aqui é mostrado um grupo de agentes veteranos que é obrigado a voltar à ativa depois de descobrir que passou a ser alvo do FBI. O vilão é o vice-presidente dos Estados Unidos, que pretende apagar pistas de um crime cometido pela agência na América Central nos anos 1980.
Red, dirigido pelo alemão Robert Schwentke, é um misto de comédia com filme de ação e baseado em história em quadrinhos da DC Comics, de Warren Ellis e Cully Hamner, lançado no começo da década.
O principal personagem é o durão Frank (Bruce Willis, sempre à vontade no papel de pistoleiro), que mantém uma paquera com uma atendente da previdência americana, a solitária Sarah (Mary-Louise Parker, do seriado Weeds). Na tentativa de descobrir quem tenta eliminá-lo, Frank vai atrás de seus ex-parceiros, todos eles como diz o título, aposentados, para ajudá-lo a descobrir o motivo da perseguição. O primeiro é o doidão Marvin (John Malkovich), que passou anos sendo submetido a doses cavalares de LSD e ficou paranoico. Depois surge Joe (Morgan Freeman) e Victoria (pasme, Hellen Mirren, quie declarou ter se sentido muito bem no papel de uma assassina sanguinária). E enquanto viajam pelos Estados Unidos, são perseguidos por um agente novato e fanático do FBI, William Copper (Karl Urban, de Star Trek, em bela atuação).
O filme, evidentemente, não é feito para pensar. Mas é chato. Tudo bem que é baseado em uma HQ, porém é difícil engolir uma cena em que uma bala de um revólver consegue deter míssel de uma bazuca. E se os caras são tão ágeis atiradores, por que não conseguem acertar o alvo nunca? Red é para ser esquecido.
Cotação: ruim
Chico Izidro

Minhas mães e meu pai



Minhas mães e meu pai trata de um tema cada vez mais comum, principalmente no Primeiro Mundo. A criação dos filhos por pais do mesmo sexo, e como isso influencia o crescimento e a educação dessas crianças.
Laser e Joni são filhos do casal Nic (Annette Bening) e Jules (Juliane Moore), nascidos através de inseminação artificial. Aos 15 anos, o garoto quer saber quem foi o doador do esperma. Sua irmã, de 18 anos, Joni (Mia Wasikowska, de Alice no País das Maravilhas), vai através da informação e descobre que ele é o descolado Paul (Mark Ruffalo), dono de um restaurante natureba.
Claro que a chegada de Paul na vida da família aparentemente tranquila, vai trazer sérias consequências. No estilo solteirão e galanteador, ele mudará a atitude de Laser, Joni e Jules, para indignação de Nic. Benning faz o papel clichê do homem da relação, mas o faz bem. Ela acha que a presença de Paul é totalmente ofensiva e desagregadora. Minhas mães e meu pai tem seus momentos de encanto, engraçados e até mesmo as cenas de sexo são bem feitas. Para refletir.
O filme é dirigido por Lisa Cholodenko, ela mesma homossexual assumida e casada há duas décadas.
Cotação: bom
Chico Izidro

Jogos Mortais 7



O serial killer Jig Saw (Tobin Bell, que faz uma rápida aparição) já está morto, mas seus seguidores continuam mantendo seu legado. Em Jogos Mortais 7, que é vendido como o último filme da série, as armadilhas sádicas continuam infernizando a vida de incautos, que outrora pecaram em algum momento da vida - Jig Saw age como uma espécie de consciência dos pecadores.
Aqui, o policial Costas Mandylor (o careteiro Mark Hoffmann), que virou o principal discípulo de Jig Saw, perdeu totalmente o controle (se é que já tinha algum) e torna-se mais sanguinário do que seu mestre. A sua principal vítima é o escritor Bobby Daggen (Sean Patrick Flanery), que inventou ter sido torturado por Jig Saw. Com isso, ganhou fama e fortuna. Agora, ele será submetido as armadilhas mortais de Costas Mandylor e terá 60 minutos para tentar salvar sua mulher e seus amigos, aprisionados numa casa isolada.
Jogos Mortais 7, de Kevin Greutert, enfim, não foge do esquema de seus predecessores, mas perde em suspense, pelo menos para aquele que deve ter sido o melhor deles, a parte 2. A única diferença, aqui, passam a ser os efeitos em 3D. E a dúvida se este é mesmo o último exemplar da cinesérie.
Cotação: ruim
Chico Izidro

sexta-feira, novembro 12, 2010

Um parto de viagem



Para começar, já é hilário ver o personagem de Robert Downey Jr. dizer nunca ter usado drogas. Só aí dá para ver o acerto que é a divertida comédia Um parto de viagem, de Tod Phillips. O filme é mais um daqueles tradicionais road-movies, de que tanto gosta a indústria norte-americana, onde duas pessoas completamente antagônicas têm de viajar juntas.
No caso, o arquiteto certinho e mal-humorado Peter (Robert Downey Jr.) e o aspirante a ator e doidão de carteirinha Ethan (Zach Galifianakis, de Se beber, não case). Após serem expulsos de um voo, a dupla tenta chegar a Los Angeles numa tortuosa viagem de carro, sendo que Peter quer chegar a tempo de ver o nascimento de seu filho. E como naquelas chasmadas sem originalidade da Sessão da Tarde, eles me metem em diversas confusões, provocadas principalmente por Ethan, inclusive indo parar no México após uma bad-trip regada a maconha.
Um parto de viagem tropeça quando, depois de uma piada divertida, cai na armadilha do sentimentalismo barato. Mas isso não desmerece o filme.

cotação: bom
Chico Izidro

A Suprema Felicidade



Após mais de 20 anos, Arnaldo Jabor voltou a dirigir um filme. Mas voltou enferrujado. A Suprema Felicidade pretende ser um Amarcord do agora comentarista político dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo e da TV Globo. Porém, ele ficou no meio do caminho, perdendo-se muito na péssima direção de atores e num roteiro sem muita imaginação.
A Suprema Felicidade se passa no Rio de Janeiro entre o final dos anos 1930 e 50. E tem como personagem principal Paulinho, que como menino é vivido por Caio Manhente; depois no começo da adolescência por Michel Joelsas e finalmente por Jayme Matarazzo. Só que os três atores são completamente inexpressivos.
Paulinho vive numa família complicada, onde o pai, o piloto da FAB Marcos (Dan Stulbach) é o suprasumo do machismo, impedindo que a esposa Sofia (Mariana Lima) trabalhe fora. Por isso, ela se torna uma mulher infeliz e paranoica, achando estar sendo traída. A única pessoa de lucidez na família e também na atuação é Marco Nanini, que interpreta o avô de Paulinho. O ator de A Grande Família está excelente como o músico boêmio e americano doente Noel, que aos poucos vai apresentando sinais do Mal de Alzheimer.
Jabor mostra um Rio romântico, onde os jovens se masturbavam com fotos de um livro de medicina do pai de um deles; onde tudo era motivo para se cantar um samba e as boates e prostíbulos fervilhavam. E as ruas eram seguras, sem o perigo de uma bala perdida e onde não se viam sinais de drogas.

Cotação: regular
Chico Izidro

Mary & Max - Uma amizade diferente



Nunca uma animação mexeu tanto comigo quando Mary & Max - Uma amizade diferente, dirigido por Adam Elliot. A obra é produzida quase toda em preto e branco. As cenas coloridas aparecem raramente. E a história não poderia ser mais depressiva, não sendo indicada para crianças.
É, enfim, um filme para adultos, pois trata de depressão, solidão, suicídio, morte.
Mary & Max - Uma amizade diferente mostra a amizade incomuim entre uma menina australiana er um judeu nova-iorquino. Eles começam a trocar correspondência quando ela tem 8 anos e ele está com 44 anos, isso em 1968. E isso transcorre por quase duas décadas, eles só se conhecendo por foto (não esqueça, estamos nos anos pré-internet).
Max é uma pessoa cheia de problemas, antissocial, solitário e comilão compulsivo. Já Mary vem de uma família onde a mãe passa o dia a beber e o pai só trabalha. Ela ainda é escorraçada pelos colegas. Uma dupla de perdedores. E um filme lindo.

cotação: ótimo
Chico Izidro

quarta-feira, novembro 10, 2010

Comer, Rezar, Amar



Quando chegou a cena do jantar de Thanksgiving numa típica casa italiana, eu pensei com meus botões: nossa, ainda falta o filme chegar à Índia e depois Bali. Eu estava sendo torturado.
Foi como me senti ao assistir Comer, Rezar, Amar, de Ryan Murphy e baseado no best-seller homônimo da escritora norte-americana Liz Gilbert.
Quem vive o papel da nova-iorquina é Julia Roberts. Ao se sentir frustrada no casamento e também num namoro posterior, Liz Gilbert decide tirar um ano sabático para tentar se encontrar. Então, como diz o título, viaja à Itália para aprender italiano e se entupir de massa e vinho. Depois segue para a Índia, onde fica num retiro espiritual. Por fim, parte para a paradisíaca Bali, onde vai engatar um namoro com um brasileiro, mais exatamente um gaúcho, interpretado caricaturalmente pelo espanhol Javier Barden. Numa das cenas, ele chega a falar num constrangedor portunhol: "eu gravei um fita para você".
Enfim, Comer, Rezar, Amar não foge dos personagens estereotipados, como os italianos com seus gestos bruscos, berros e comilões. Ou os indianos, sujos e pedindo esmolas. E quando surge o "brasileiro" em cena, evidente que a trilha sonora passa a ser uma bossa nova, cantada por Bebel Gilberto, como se os brasileiros não escutassem nada diferente.
Além do que, Julia Roberts se mostra mais uma vez uma atriz sem muitos recursos, abusando dos biquinhos e caretas. Comer, Rezar, Amar, enfim, é um filme fraco, sem imaginação e cansativo.
Cotação: ruim
Chico Izidro

sábado, novembro 06, 2010

Ativividade Paranormal 2



Atividade Paranormal 1 tinha mais marketing do que sustos. Acabou sendo um filme que deixou uma grande decepção. Atividade Paranormal 2, direção de Tod Williams, consegue a recuperação aos 45 minutos do segundo tempo. Mesmo assim, leva um tempinho para empolgar.

Os acontecimentos ocorrem antes do primeiro filme. Agora Daniel ( Brian Boland ) e Kristi (Sprague Grayden , do seriado apocalíptico Jericho) voltam para casa com o bebê recém-nascido e na casa deles os móveis e outros objetos se movem, sem a mínima explicação. Porém, até chegar lá o espectador tem de assistir a um bom tempo do cotidiano da família. E quando os sustos começam, são realmente bem preparados para uma audiência que está carente de bons filmes de terror.

Em Atividade Paranormal 2, o terror não é praticado por fantasminhas camaradas. E sim por demônios, que surgem na casa por causa de uma promessa feita por um dos integrantes da família.
O filme é estruturado no esquema de a câmera na mão dos personagens ou no sistema de vigilância que é instalado na casa. E isso deixa o clima pesado, fazendo com que o espectador sinta um grande desconforto na poltrona.

Cotação: bom
Chico Izidro

quinta-feira, outubro 28, 2010

Piranha



Por incrível que pareça, Piranha não é um filme ruim. Seguindo a linha trash, que tanto sucesso fez nos anos 1970, o filme diverte e tem seus momentos de suspense. Dirigido por Alexandre Aja, chupa descaradamente Tubarão, de Steven Spielberg, com direito a uma pequena participação de Richard Dreyfuss, que esteve presente no filmaço de 1975.
A trama é a das mais simples. Num final de semana, milhares de estudantes se reúnem numa pequena cidadezinha à beira de um lago para comemorar o final das aulas. E começam a ser devorados impiedosamente pelas criaturinhas, que foram libertadas de uma caverna após um pequeno terremoto. A xerife local, interpretada pela atriz Elizabeth Shue (ela mesma, de Despedida em Las Vegas e Cocktail) se vê pressionada a tentar fechar o local, mas sem sucesso. E o sangue jorra direto, com direito a tripas expostas, garotas com os peitos de fora e os filhos da heroína presos num barco no meio do nada. Mas tudo é tão divertido, que nem pensamos na bobagem que estamos assistindo.
Claro que a oscarizada Elizabeth Shue, assim como Richad Dreyfuss e Christopher Lloyd estão ali só para pagar o aluguel no final do mês.
cotação: regular
Chico Izidro

Grê10x0



O trocadilho é inevitável. Grê10x0, do diretor gremista Beto Souza, refere-se ao primeiro clássico disputado entre os tradicionais rivais gaúchos em 1909. Aquela partida foi vencida pelos tricolores por 10 a 0, logo na estreia do Internacional nos gramados (bem, talvez nem houvesse gramado naquela época, mas sim um campo de chão batido).
A fórmula de Grê10x0 não foge muito do filme do seu adversário, catando depoimentos de torcedores, dirigentes e ex-jogadores. Mas leva vantagem em conseguir algumas imagens do começo do século passado, ainda quando o Grêmio tinha o seu campo no Moinhos de Vento, na região central de Porto Alegre. Ainda é destacado no roteiro os 12 títulos conquistados em 13 anos pelo time logo após a construção do estádio Olímpico. Porém destaque maior é dada a virada gremista em 1977, quando da quebra da hegemonia colorada no Estado, na equipe montada por Telê Santana e que até hoje é lembrada pelos torcedores.
Aquele ano é considerado um dos mais importantes da história tricolor, pois a partir dele que o Grêmio cresceu para fora dos limites regionais, vindo a ser campeão brasileiro em 1981, e da Libertadores e do Mundo em 1983.
Em Grê10x0 aparecem depoimentos de ex-jogadores como Iúra, Juarez e dirigentes, como Antônio Carlos Verardi. Entre os torcedores, aparece o fanático jornalista e escritor Eduardo Bueno, o Peninha, que nega-se a falar o nome do Internacional. E isto até poderia ser engraçado, mas não é, pois ele acaba esquecendo que o rival venceu mais clássicos. Outro problema que repete-se é que Grê10x0, a exemplo de "1983, o ano azul", não consegue emocionar.
Cotação: bom
Chico Izidro

Supremacia Vermelha



Supremacia Vermelha, do colorado Fabiano de Souza, tem como ponto de partida o octacampeonato gaúcho obtido pelo time entre 1969 e 1976. Deste modo, o diretor escolheu oito Gre-Nais considerados os mais importantes para a história do Internacional, que desde 1945 superou o adversário em número de vitórias.
O filme é mostrado em forma de documentário, catando depoimentos de torcedores, por excelência extremamente fanáticos, de ex-jogadores e dirigentes. Em relação as imagens de clássicos, Supremacia Vermelha deixa a desejar, principalmente em relação aos Gre-Nais disputados nos anos 1970. Talvez por motivos de direitos de imagens, vemos na tela apenas fotos e a narração de alguns gols da poderosa máquina dirigida por Rubens Minelli.
Entre os clássicos escolhidos, estão o da inauguração do Olímpico, onde o Internacional enfiou 6 a 2 no Grêmio, o do gol mil de 2004, quando da estreia de Fernandão. Este dérbi também é considerado emblemático, pois a partir dele o clube do Beira-Rio começou a caminhada para conseguir seus principais títulos internacionais.
Fabiano de Souza também relembra o Gre-Nal do Século, disputado em fevereiro de 1989, mas válido pelo Brasileirão do ano anterior. E o do 5 a 2 em 1997, ganho pelo Internacional no estádio Olímpico, numa tarde iluminada de Fabiano, que aparece dando seu depoimento.
Supremacia Vermelha perde pontos também nos depoimentos extremamente radicais de alguns de seus torcedores. Por mais que tentem ser engraçadinhos, debochados, acabam por fazer provocações desnecessárias, que podem criar mais animosidade do que já existe entre as torcidas.
Cotação: regular
Chico Izidro

O solteirão



O Solteirão, de Brian Koppelman e David Lieven, é mais um daqueles filmes cujo título nacional é totalmente equivocado. Quem o vê, acha ser uma comédia e acaba fugindo do cinema e, evidente, quando for lançado nas locadoras, vai enganar muita gente.
No original, o filme estrelado por Michael Douglas (Wall Street - o dinheiro nunca dorme) chama-se Solitary Man, ou O Solitário. E não tem nada de comédia. É um drama intimista, por vezes caindo na mais profunda depressão.
O Solteirão retrata a vida do sessentão Ben Kalmen, que após se divorciar da mulher, Nancy (Susan Sarandon, que mais uma vez vive uma corretora de imóveis, assim como em Wall Street), passa a transar com meninas com a metade de sua idade, inclusive com a filha de sua namorada, o que vai lhe acarretar sérios problemas. Ben é um vendedor de carros e bom de lábia, mas não sabe reconhecer que, às vezes, ultrapassa os limites do bom senso. Ele tem como melhor amiga sua filha, Susan (Jenna Fisher, da série The Office), que costuma bronquear com o pai, que vive sem dinheiro e deixando de cumprir compromissos com o neto.
Michael Douglas, que atualmente encontra-se em tratamento contra o câncer, mostra-se excelente, ainda mais na pele de um personagem muito parecido com ele. Lembrem-se de que Douglas, 66 anos, é casado com a beldade Catherine Zeta-Jones, 40 anos.
cotação: bom
Chico Izidro

Dois Irmãos



O cinema argentino se destaca pelos temas intimistas e quase sempre acerta em cheio. É o caso de Dois Irmãos, direção de Daniel Burman, que também esteve à frente dos bons Ninho vazio e O abraço partido.
Em Dois Irmãos, observamos o cotidiano de Marcos (Antonio Gasalla) e Susana (Graciela Borges). Os dois estão na faixa dos 60 anos e são pessoas solitárias. Ele, um discreto gay, passou a vida cuidando da mãe, enquanto que a irmã, uma perua escandalosa, percorre Buenos Aires olhando apartamentos que nunca vai comprar. Quase uma obsessão ou seria tara? Quando da morte da octgenária mãe, os dois que não mantém um bom relacionamento, se vêm obrigados a conviver um com o outro.
Marcos, tendo a casa de sua mãe sendo vendida, acaba se mudando para uma pequena vila no Uruguai,Vila Laura, onde tentará se enquadrar socialmente, participando de um grupo teatral, mas sofrendo com o pouco afeto de Susana.
Gasalla, um famoso comediante na Argentina, e Graciela Borges são ótimos, mostrando que o cinema argentino é mesmo de excelência. Enfim, Dois Irmãos é para ser degustado, assim como um ótimo vinho de Mendoza.

cotação: bom
Chico Izidro

Instinto de Vingança



Instinto de Vingança, concorre disparado ao título de pior filme do ano. Incrivelmente, a trama de mistério foi dirigida por Michael Cuesta, que assinou episódios de Lost (série que amealhou milhões de fãs por todo o mundo e que não acompanhei) e True Blood. A premissa, partindo de um conto de Edgar Alan Poe, é interessante.
Um homem recebe um coração em transplante, mas as coisas começam a dar errado, pois o órgão foi doado por uma pessoa que acabara de ser assassinada. E o personagem de Josh Lucas (Poseidon) sai matando os responsáveis pelo crime. Terry Bernard também é um pai solteiro, cuja filha tem problemas físicos e é tratada pela médica Elizabeth (Lena Headey, de 300 e da série ), que começa a namorá-lo. Enquanto comete os assassinatos, Terry passa a ser perseguido pelo policial Phillip van Doren (Brian Cox, de O últimato Bourne), talvez o único a se salvar no filme.,
O problema é que Instinto de Vingança não anda. Em 10 minutos, o pobre espectador sente que entrou numa roubada. O suspense é mínimo, as atuações são constrangedoras e a história tem falhas brutais de estrutura. E o final, bem, o final é completamente inverossímil.

cotação: ruim
Chico Izidro

quinta-feira, outubro 14, 2010

Tropa de elite 2



Em Tropa de Elite 2, de José Padilha, a violência continua lá, explícita. Mas desta vez o Capitão Nascimento, depois de uma frustrada tentativa de impedir um motim em Bangu 1, sai das ruas, põe terno e gravata e vai para os gabinetes. Se em Tropa de Elite 1, a luta do Bope era contra os traficantes, agora outros vilões são combatidos: os políticos corruptos e os milicianos (policiais que tomam o poder nas favelas através da violência).
Nascimento, em mais uma atuação elogiável de Wagner Moura, é promovido a Tenente-Coronel e vai trabalhar no setor de espionagem da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. Além de seus inimigos conhecidos, ele também tem outros fantasmas para brigar: o ativista dos direitos humanos Fraga (Irandhir Soares, de Viajo porque preciso, volto porque te amo e de grande atuação) e que ainda por cima casa com a sua ex-mulher, Rosana (Maria Ribeiro), e a distância emocional do filho (Pedro van Held), que acredita ser o pai um assassino. Nascimento também afasta-se de seu amigo André (André Ramiro), que bate de frente com o comando da polícia por seu radicalismo e por isso é afastado do Bope, sendo transferido para uma companhia de policiais considerados corruptos, como Fábio (o espetacular Milhem Cortaz).
O melhor de Tropa de Elite 2, no entanto, está na atuação de Sandro Rocha como o corrupto e violento Russo. No primeiro filme, ele tem uma rápida participação, mas que marcou, aquela da frase "se você quiser rir, tem de me fazer rir". Aqui, ele é um assassino cruel, que não dispensa a arma nem durante uma pagodeira regada a cerveja na presença do governador carioca numa vila num sábado à tarde. Evidente que nesta cena José Padilha deu uma exagerada. Mas isso não diminuiu Tropa de Elite 2, pelo contrário. Retrata tão bem a corrupção e a violência infiltrados na sociedade brasileira.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Os vampiros que se mordam



O boom dos filmes que parodiavam outros filmes aconteceu nos anos 1980, com os excelentes e hoje clássicos Apertem os cintos, o piloto sumiu, Top Secret, Top Gang e Corra que a polícia vem aí. A indústria america, no entanto, nunca parou de produzir filmes do gênero, mas nunca mais obteve o mesmo êxito. Algumas vezes, as películas chegam a ser constrangedoras, como por exemplo Uma comédia nada romântica, Não é mais um besteirol americano, Todo mundo em pânico e Super-herói, o filme.
A vítima a ser zoada agora é a série Crepúsculo, que já é medíocre por natureza. Então imagine uma paródia, batizada de Os vampiros que se mordam, com direção de Jason Friedberg e Aaron Seltzer. A comédia segue quase passo a passo a história original do amor da jovem Bella e do vampiro Edward, com a diferença que em cada cena tenta-se fazer uma piada - que invariavelmente não funciona.
O espectador fica até esperando que em determinado momento vá se dobrar de rir na poltrona. Mas nada acontece. Ou melhor, dá para capturar duas boas gags. Uma em que um grupo de vampiros é confundido com a banda Black Eyed Peas e na outra, naquela famosa cena da floresta, onde Edward se revela para Bella. Mas isso não é suficiente para agradar até mesmo aquela pessoa que acha graça em tudo.
Cotação: ruim
Chico Izidro
twitter: @chicoizidro

Vincere



Se Giuseppe Tornatore tropeçou em tentar mostrar períodos críticos da Itália no século XX em seu Baarìa, Marco Bellochio é magistral no espetacular Vincere (Vencer em português), em que desfralda um delicado e controverso momento do país da Bota na época de Mussolini.
Aliás, Vincere foca no ditador bufão e uma de suas mulheres, Ida Dasler. Ela esteve envolvida com Mussolini na década de 1910 e teve um filho com ele, batizado com o mesmo nome. Então um simples jornalista, mas já envolvido ativamente na política, Mussolini recebeu de Ida uma pequena fortuna que o ajudou a abrir o seu jornal, Il Popolo d'Italia.
Apesar de viver com Ida, ele já era casado e tinha uma filha com Rachelle. Ida, no entanto, não aceitou a situação e tentou ser a mulher oficial de Mussolini, que com seus aliados políticos, achava ser ela um estorvo. No começo dos anos 20 do século passado, ela foi despachada para um sanatório, onde passaria severamente vigiada quase todo o resto de sua vida. O menino Benito seria enviado para um orfanato e impedido de ver a mãe.
Os dois não deveriam atrapalhar Mussolini, que como se sabe, comandou com mão de ferro a Itália por quase 25 anos, sendo morto no final da II Guerra Mundial, ao lado de sua amante Clara Petacci.
Vincere é dominado praticamente pela bonita Giovanna Mezzogiorno no papel de Ida. A atriz se destacou no romântico O último beijo em 2001. E aqui se supera, ao mostrar uma mulher que vai da extremamente apaixonada para alguém desesperada, que vê tudo ruir a sua volta e não encontra uma mão que a ajude.
Marco Bellochio também utiliza imagens da época, não poupando discursos de Benito Mussolini. Elas mostram que ele sabia cativar a plateia ao mesmo tempo que se mostra quase um palhaço, com suas caras e bocas.

Cotação: excelente
Chico Izidro
twitter: @chicoizidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...