sexta-feira, março 23, 2018

"15h17 - Trem Para Paris" (The 15:17 to Paris)



O veterano diretor Clint Eastwood, 87 anos, segue a rotina de seus últimos filmes, onde decidiu recontar atos realizados por pessoas aparentemente comuns, como "Sully" e "Sniper Americano". Desta vez, ele reconstitui os acontecimentos do dia 21 de agosto de 2015, quando três jovens americanos impediram um atentado terrorista em um trem que ia de Amsterdã para Paris em "15h17 - Trem Para Paris" (The 15:17 to Paris). A obra acaba sendo irregular, ainda mais que Eastwood decidiu escalar os próprios rapazes revivendo aquele momento quase trágico de suas vidas.

O trio formado por Spencer Stone, Alek Skarlatos e Anthony Sadler é de homens simples, quase simplórios, sem muitas perspectivas na vida. E como o acontecimento no trem não renderia um longa, o diretor optou por contar a vida deles desde a infância, quando se conheceram na escola, até a definição deles por uma carreira: dois deles se alistam no exército e um segue na vida civil. Então, em 2015 decidem se encontrar na Europa e fazer uma tour.

Stone, Skarlatos e Sadler não tem o mínimo cacoete para a atuação, mas refazem seus passos por cidades como Veneza, Berlim, onde cometem uma gafe durante a visita ao local onde ficava o bunker de Hitler: "Hitler se matou para não encarar os americanos", diz um deles, no que é corrigido pelo guia. "Na realidade, quem quase o capturou foram os russos, mas os americanos fazem sua própria versão, equivocada". Depois Amsterdã, antes de partirem para Paris. E a viagem de trem é o melhor momento do filme, com uma tensão crescente. Eastwood não humaniza o terrorista e nem explica sua motivação. Ele estava lá para matar e é impedido pelos três.

A ideia de Clint Eastwood de recriar este fato histórico até funciona, mas apenas em seu final, tenso. As partes anteriores são tediosas, quase soníferas. E as atuações não ajudam muito.

Duração: 1h36min
Cotação: regular

Chico Izidro

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