quarta-feira, outubro 30, 2024

“TERRIFIER 3”

Foto: Diamond Films
“TERRIFIER 3”, direção de Damien Leone, marca volta do palhaço assassino Art (David Howard Thornton), que volta a assombrar Siena (Lauren LaVera) e seu irmão, Jonathan Shaw (Eliott Fullam), sobreviventes do massacre do filme anterior.
A garota passou um tempo em uma clínica de reabilitação, enquanto que Jonathan seguiu em frente e foi fazer faculdade. Agora, na proximidade do Natal, Sienna recebeu alta para ir para a casa da tia, Jessica (Margareth Anne Florence), onde tentará recomeçar a vida retomando o convívio com sua prima, Gabbie (Antonella Rose).
Porém, quando pensam que estão seguros, o vilão retorna para transformar a alegria natalina em um pesadelo muito mais sangrento.
“Terrifier 3” explora, desta vez, mais cenários e personagens. E as cenas de matança são mais violentas, com tripas, sangue para todos os lados, sendo que o vilão usa vários instrumentos para torturar e matar as suas vítimas, seja motoserras, facas, tacos de beisebol, revólver, pedaços de vidro. E Art não perdoa ninguém, matando inclusive animais e crianças.
Mas sejamos honestos. Não existe nenhuma novidade. É tudo mais do mesmo...matanças sem sentido, o palhaço imortal, algumas vezes até arrancando risadas. E deixando gancho para um outro filme.
Cotação: ruim
Duração: 2h05
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=jnq7qvG4Q_Y

“O SOM DA ESPERANÇA – A HISTÓRIA DE POSSUM TROT” (Sound of Hope: The Story of Possum Trot)

Foto: Paris Filmes
“O SOM DA ESPERANÇA – A HISTÓRIA DE POSSUM TROT” (Sound of Hope: The Story of Possum Trot), direção de Joshua Weigel, é baseado em fatos reais, retratando a jornada de uma comunidade dos cafundós do Texas que transformou a vida de dezenas de crianças órfãs.
A trama segue a vida de Donna (Nika King), casada com o pastor WC Martin (Demetrius Grosse) em meados dos anos 1990 na humilde cidade texana de Possum Trot, algo como o Trote de gambá. Ele comanda a Igreja Batista Missionária Bennett Chapel, com 100 membros.
E tudo começa quando Donna, após um momento de luto pela perda de sua mãe, acredita ter recebido uma mensagem de deus para adotar crianças. O marido, em princípio, argumenta devido as dificuldades que aparecerão. Mas depois, apesar das dificuldades financeiras e dos desafios emocionais, passam a se dedicar a adotar crianças.
Mas não satisfeitos, convencem mais 22 famílias da igreja a adotarem um total de 77 crianças que tinham dificuldade de serem adotadas, devido ao sobrecarregado sistema de assistência social.
Os dois atores protagonistas, Nika King e Demetrius Grosse, fazem uma performance muito boa, repleta de emoção. O destaque, no entanto, fica com a jovem atriz Diana Babnicova, que interpreta a órfã rebelde Terri, adolescente cheia de traumas e comportamentos erráticos devido as repetidas rejeições.
O problema do filme são seus clichês religiosos, com uma tentativa de catequização forçada. Mas a abordagem em relação às dificuldades de adoção, mostrando o impacto emocional e financeiro nas famílias, é muito autêntico.
Cotação: regular
Duração: 2h15
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=qiqc2zvLrgM

“A ÚLTIMA INVOCAÇÃO” (Kinjirareta Asobi)

Foto: Sato Company
“A ÚLTIMA INVOCAÇÃO” (Kinjirareta Asobi), do diretor Hideo Nakata (o mesmo da franquia de O Chamado) é uma adaptação do romance de estreia de Shimizu Karma, “Kinjirareta Asobi”, de 2019, vencedor do principal prêmio do 4th Hon no Sanagi Awards no Japão.
A trama mostra o luto de um pai, Naoto Ihara (Daiki Shigeoka) e seu filho, Haruto (Minato Shogaki), depois que a esposa e mãe Miyuki morre após um acidente automobilístico. O garoto, inconsolável, acaba fazendo um ritual, que a princípio, parece ser de brincadeira, tentando fazer com que ela ressuscite. Ele decide enterrar um dedo da mãe no jardim na esperança de que, rezando todos os dias, ela volte à vida.
O problema é que o resultado provoca a aparição de uma entidade maligna, que passa a perseguir Ihara e a jovem de Hiroko Kurasawa (Kanna Hashimoto), uma amiga que trabalhava com Naoto. A questão é que o espírito da falecida aparenta ter sérios problemas de ciúmes, acreditando que o marido a traia com a ex-colega. A entidade começa a seguí-los, tentando matá-los.
Bem, é a primeira vez que vejo um filme onde o espírito maligno é ciumento. Achei até risível, lembrando algumas situações. O longa-metragem de terror, no entanto, não provoca sustos, com o espírito mais propício a provocar sustos nos personagens do que eliminá-los.
Cotação: regular
Duração: 1h50
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=O4DiZd2knJo

quarta-feira, outubro 23, 2024

“O QUARTO AO LADO” (The Room Next Door)

Foto: Warner Bros.
“O QUARTO AO LADO” (The Room Next Door) é o novo filme do espanhol Pedro Almodóvar. Antes de falar sobre ele, só a estranheza de assistir a uma obra do diretor falada em inglês e não sua língua nativa – assim como foi diferente ter visto o mais recente longa-metragem de Woody Allen, “Golpe de Sorte em Paris”, todo falado em francês.
A trama mostra o reencontro de duas ex-colegas jornalistas em Nova Iorque, Ingrid (Julianne Moore) e Martha (Tilda Swinton). As circunstâncias da vida e o trabalho perigoso de Martha, que seguiu carreira como repórter de guerra, causaram um afastamento natural entre elas. Já a outra virou uma escritora de sucesso.
E Ingrid se encontra na cidade, pois está lançando um novo livro, e é visitada pela amiga em uma das sessões de autógrafos. As duas começam a se ver novamente, e Martha, que também havia se afastado da filha, que nunca perdoou a ausência da mãe, por sempre preferir se dedicar mais ao trabalho do que a família.
Mas Martha surge com uma bomba: ela tem um câncer terminal, que muda completamente a sua vida, e até aceita ser cobaia de um tratamento experimental. Ingrid visita a amiga no hospital, e decide voltar outras vezes. Desta forma, as duas passam a trocar lembranças de vários períodos de suas respectivas vidas.
No entanto, o tratamento não dá o resultado esperado. Desta forma, o filme passa de uma obra de reencontro em uma obra de discussão, pois Martha decide pela eutanásia, que é ilegal nos Estados Unidos, e quase em todo o resto do mundo.
Para realizar o ato extremo, aluga uma casa no interior, no meio de uma floresta, e pede que Ingrid a acompanhe e seja a pessoa que estará no “quarto ao lado” quando chegar a hora.
As duas veteranas atrizes estão excelentes, mostrando uma grande química. E Tilda Swinton emagreceu tanto para o papel, que realmente choca por seu realismo.
“O Quarto ao Lado” dialoga de forma muito madura com uma questão muito polêmica, que é a eutanásia. Além disso, a obra não é feita para se chorar, mas sim refletir. Por que uma pessoa tem de ficar sofrendo com uma doença incurável e não pode optar por deixar este mundo sem as leis do estado? Um debate muito profundo.
Cotação: ótimo
Duração: 1h47min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=G4DdJyO7N9w

quinta-feira, outubro 17, 2024

“MAXIMILIANO KOLBE E EU” (Max and Me)

Imagem: Kolbe Arte Produções
A ANIMAÇÃO “MAXIMILIANO KOLBE E EU” (Max and Me) é dirigida por Pablo Jose Barroso e escrita por Bruce Morris ("Pocahontas" e "Hércules". O filme conta a história do santo polonês Maximiliano Maria Kolbe (1894/1941), padre polonês que morreu no campo de concentração/extermínio de Auschwitz durante a II Guerra Mundial.
A trama mostra um sobrevivente do Holocausto, o idoso e solitário Gunter, que recebe a missão de ser mentor do adolescente órfão D.J. Ele passa a contar ao garoto toda a história de Kolbe, desde a sua infância pobre no interior na Polônia, na cidade de Zduńska Wola, seus estudos no Vaticano e sua pregação quase fanática dos ensinamentos católicos. Kolbe era franciscano e chegou a editar a revista “Cavaleiro da Imaculada”, que tinha tiragem de 60 mil exemplares.
O franciscano morreu como mártir no campo de extermínio de Auschwitz, voluntário para morrer de fome no lugar de outro prisioneiro, Franciszek Gajowniczek, como castigo pela fuga de um outro cativo.
A história é triste, pesada, porém o filme naufraga terrivelmente. A animação é muito ruim, beirando o amadorismo. Além do que é uma flagrante propaganda da igreja católica, com direito ao protagonista tendo visões de santos e de anjos – o final é de uma pieguice inimaginável, com Kolbe sendo levado aos céus por anjos e recebido de braços abertos por Jesus Cristo, sentado em um trono. Apelação pura e simples.
Cotação: ruim
Duração: 2h04
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=G6kXZsH4-Yk

“O APRENDIZ” (The Apprentice)

Foto: Diamond Filmes
Faltando poucos dias para as eleições americanas, é lançado o polêmico filme “O Aprendiz” (The Apprentice), dirigido pelo iraniano Ali Abbasi (que disputou a Palma de Ouro em Cannes com "Holy Spider") e com o roteiro de Gabriel Sherman, a trama foca o começo da carreira empresarial de Donald Trump. O republicano foi o presidente dos EUA entre 2017 e 2021 e voltará à disputa contra a democrata Kamala Harris, em 5 de novembro. O título do filme faz referência ao reality show comandado por ele nos anos 2000.
“O Aprendiz” se inicia em meados dos anos 1970, indo até o final da década seguinte, em uma Nova York à beira da falência, de ruas sujas, com mendigos, prostitutas e traficantes nas calçadas. Até as imagens são granulada, lembrando os filmes daquela época.
Donald Trump é interpretado magistralmente por Sebastian Stan (o Soldado Invernal dos filmes da Marvel), tentando resolver problemas do negócio de sua família, procura o advogado Ron Cohn (Jeremy Strong, de Succession, e que deve concorrer ao Oscar por sua atuação). Cohn (1927-1986) foi uma figura polêmica norte-americana, tendo atuado ao lado de Joseph McCarthy na busca contra os comunistas nos anos 1950 e que sempre escondeu sua homossexualidade – ele morreu vítima da AIDS.
Cohn era um advogado que não se importava em quebrar regras e chantageando autoridades, para conseguir os seus objetivos. E o filme mostra que ele é o mestre que ensina Trump a virar o empresário sem escrúpulo, dono de um império imobiliário. A relação da dupla é a alma do longa-metragem.
Trump vai incorporando os ensinamentos de Cohn, em especial três regras fundamentais: vencer a qualquer preço, questionar o que é verdade e nunca admitir a derrota. Ele absorve tanto, que de um jovem patético, passa a ser um homem raivoso, chegando ao cúmulo de estuprar a primeira mulher, a tcheca Ivana Trump (a atriz búlgara Maria Bakalova, de Borat).
O filme tem todos os ingredientes para revoltar os fãs do candidato presidencial. Mas, infelizmente, não vai mudar a opinião deles sobre o ídolo, um homem dedicado a propagar as Fake News e que expõe muito ódio contra os estrangeiros, minorias e as mulheres.
Cotação: ótimo
Duração: 120min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=m7TkGQurpS8

“FORÇA BRUTA: SEM SAÍDA” (The Roundup: No Way Out)

Foto: Sato Company
“FORÇA BRUTA: SEM SAÍDA” (The Roundup: No Way Out), direção de Lee Sang-yong, é o segundo filme de uma franquia iniciada em 2022, seguindo as peripécias do detetive Ma Seok-do (Don Lee) - a série terá oito filmes, além de dois spinoffs.
No primeiro filme, o herói lidou com um psicopata no Vietnã. Agora, em terras sul-coreanas, Ma Seok-do se vê às voltas com um caso, que a princípio, seria um assassinato. Porém, logo fica evidente que por trás do crime, duas gangues estão brigando pela distribuição de uma nova droga sintética.
“Força Bruta: Sem Saída” não é para ser levado a sério. A trama é pra lá de esdrúxula, vários erros de sequência e furos de roteiro e atuações exageradas. E Ma Seok-do, apesar de ser um policial sem superpoderes, parece um homem indestrutível. O cara toma pancadas, tiros, facadas, mas nunca é derrubado. Sem contar que está sempre um passo à frente dos demais colegas. Ah, as coreografias são ótimas.
O diretor Lee aponta que, mesmo partindo do mesmo personagem do filme anterior, aqui tudo é novidade e, para fazer isso, se concentrou também no novo esquadrão que acompanha Ma Seok-do, além dos dois novos vilões.
“Ma Seok-do e os vilões têm suas próprias cenas de ação, mas também tiveram que trabalhar juntos durante as cenas de luta. Essas cenas trazem mais tensão para levar a um grande confronto no final, criando ainda mais emoção para o filme”, explicou Lee Sang-yon.
Enfim, o filme vale pela zoeira. E se você já curtiu as patacoadas de um “Velozes & Furiosos”, “Rambo” ou “Comando Delta”, apenas pegue a Coca-Cola e a pipoca e curta as quase duas horas de mais pura ação escapista.
Cotação: bom
Duração: 105 min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=LA2tDaNRly4

segunda-feira, outubro 14, 2024

TRAILER INÉDITO DE “HEREGE” É DIVULGADO PELA DIAMOND FILMS

Foto: Diamond Films
O FILME “HEREGE”, com direção da dupla Scott Beck e Bryan Woods, que também assinam o roteiro, e protagonizado por Hugh Grant acaba de ter seu trailer divulgado. O longa chega aos cinemas brasileiros em 20 de novembro com distribuição da Diamond Films.
Hugh Grant aparece como um excêntrico milionário e garante um dos papéis mais perversos da sua longa carreira como ator. Além do artista, as atrizes Sophie Thatcher (“Boogeyman: Seu Medo é Real”) e Chloe East (“Os Fabelmans”) compõem o elenco principal.
Na trama, Thatcher e East interpretam jovens missionárias devotas que acabam presas na casa de um homem misterioso, interpretado por Grant. A partir deste momento, elas são forçadas a participar de um jogo perturbador que desafia sua fé e põe em xeque tudo o que acreditam.
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=NOzsID-SerA

quinta-feira, outubro 10, 2024

“INVERNO EM PARIS” (Le Lycéen)

Foto: Pandora Filmes
“INVERNO EM PARIS”, com direção de Christophe Honoré, mostra o jovem Lucas (Paul Kircher), que começa a ter outra perspectiva de vida após a morte repentina do pai em um acidente automobilístico.
Aos 17 anos de idade, ainda descobrindo a sua homossexualidade – que ele acredita ser um dos motivos pelo qual mantinha certo distanciamento do pai, Lucas está no último ano de internato. Pensando em repensar seu futuro, o garoto decide abandonar os estudos e desbravar Paris, após receber um convite do meio-irmão Quentin (Vincent Lacoste), que mora na capital francesa.
Em Paris, Lucas conhece o amigo de Quentin, Lillo (Erwan Kepoa Falé), um rapaz negro que trabalha num estacionamento, mas pretende ser um grande artista gráfico. Mas nunca deixa de falar com a mãe, Isabelle ((Juliette Binoche), que terá de recomeçar a vida sem o parceiro de vida, e tentando entender a mente do filho.
Conforme o diretor Christophe Honoré, a narrativa mergulha nas emoções caóticas e imprevisíveis do adolescente. “Fiz o meu melhor para ser leal ao adolescente que fui e às emoções que ele sentia. Usando a escrita e a direção para resgatar sua natureza caótica, avassaladora e imprevisível.” O diretor concluiu: “Acredito que o filme é, antes de tudo, uma história de amor. Não um melodrama, mas uma obra que almeja o amor”.
Honoré comenta sobre a escolha do protagonista: “Vimos quase 300 jovens. Sua sensibilidade (de Kircher) é realmente comovente (...) nós nos afeiçoamos muito um ao outro, e esse afeto foi uma fonte inesgotável de energia, alegria e confiança para nós dois”. O diretor também rasga elogios à Binoche, que já havia o rejeitado anteriormente em outra oportunidade: “Eu estava sonhando com isso, em trabalhar com Juliette Binoche há muito tempo. Procurei Juliette para um papel em um projeto anterior, mas ela recusou. Fico feliz que Juliette tenha dito “sim” para a personagem Isabelle”. Ele continua: “Ela trouxe um toque humano e uma profundidade que foram essenciais para o filme. Fiquei realmente impressionado com a força de seu desempenho e com sua paixão pelo cinema, que era palpável a cada passo do caminho”.
“Inverno em Paris” é uma obra delicada e que explora as complexidades de ser jovem e também das relações familiares. Um filme sensível, com atuações contidas, mas precisas. E que mostra que apesar de perdas pelo caminho, sempre existe esperança de que as coisas melhorem.
Cotação: ótimo
Duração: 2h03min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=7ipnbU16zfI

sexta-feira, outubro 04, 2024

DIAMOND FILMS ANUNCIA A ESTREIA DE “BETTER MAN - A HISTÓRIA DE ROBBIE WILLIAMS”

Foto: Diamond Films
A CINEBIOGRAFIA “BETTER MAN - A HISTÓRIA DE ROBBIE WILLIAMS” (Better Man) já tem data de estreia no Brasil. A Diamond Films lança o filme nos cinemas de todo o país em 6 de fevereiro de 2025.
Com direção de Michael Gracey (“O Rei do Show”), o longa conta a extraordinária jornada do cantor britânico em um retrato nada ortodoxo. Isso porque o astro é representado como um macaco, uma metáfora visual inusitada, mas nada banal. "É assim que ele se vê.", revelou o diretor sobre por que Williams aparece dessa forma no filme.
O roteiro da obra é assinado por Gracey e pela dupla de roteiristas Simon Gleeson e Oliver Cole. Já o elenco conta com nomes como Steve Pemberton, Damon Herriman, Jonno Davies e Alison Steadman.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=n2EfzOn5xa0

quarta-feira, outubro 02, 2024

“CORINGA – DELÍRIO A DOIS” (Joker: Folie à Deux)

Foto: Warner Bros.
“CORINGA – DELÍRIO A DOIS” (Joker : Folie à Deux), direção de Todd Philipps, é a continuação do filme de 2019, um sucesso estrondoso, com direito a um Oscar para o protagonista Joachim Phoenix.
Na trama, que se passa em algum momento dos anos 1970, o comediante fracassado Arthur Fleck, que ficou conhecido como o palhaço assassino Coringa (Joaquin Phoenix) aguarda na prisão de Arkham o seu julgamento. Ele matou cinco pessoas, inclusive uma ao vivo em rede nacional – durante o filme, ele revela serem seis os assassinatos, pois sufocou sua mãe com um travesseiro.
Enquanto ele espera pelo julgamento, acaba conhecendo outra prisioneira, Harleen "Lee" Quinzel (Lady Gaga), uma fã apaixonada por ele. Os dois acabam embarcando em um relacionamento, ao mesmo tempo, obsessivo, romântico e doentio.
Porém, o filme não funciona. Primeiro porque é um pretenso musical, com cantorias fora de hora, e o protagonista passando o tempo tendo sonhos, onde fantasia um mundo perfeito para ele e sua amada. E a segunda parte se transforma em um filme de tribunal repleto de clichês.
Além disso, tudo bem “Coringa- Delírio a Dois” ser uma obra com personagens de revistas em quadrinhos, mas é repleto de furos de roteiro.
Só para citar dois, logo no começo, quando o casal se conhece, Arthur pergunta quem é a garota, ela se apresenta e já pergunta o por que de ele estar preso. Aí ele responde: matei cinco pessoas. Na sequência, Lee afirma ter visto o filme sobre o assassino mais de vinte vezes... Se a pessoa viu o filme mais de vinte vezes, não sabia que ele cometeu todos aqueles crimes?
E em uma cena de explosão que mata várias pessoas, o Coringa sai ileso, apesar de a bomba ter explodido logo atrás dele. Nada de sangue, arranhão, roupa reduzida a frangalhos...
Porém, apesar da ruindade do roteiro, os dois protagonistas entregam excepcionais atuações. Joachim Phoenix, esquelético, com um olhar que mete medo – a gente fica pensando quando ele vai matar alguém (a cena do julgamento onde ele tortura psicologicamente um anão é marcante). E Lady Gaga, sucessora do papel vivido por Margot Robbie, ganha um personagem para chamar de seu, com direito a muita cantoria, mesmo que, por vezes, desnecessária. Porém, falta química e muita ao casal. Não deram liga.
Cotação: ruim
Duração: 2h19min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=exeVIM3j3y0&t=1s