quarta-feira, janeiro 27, 2021

“Legado Explosivo” (Honest Thief)

Para começar, quem é o “gênio” por trás das escolhas dos nomes dos filmes estrangeiros no Brasil? É cada título mais estúpido um atrás do outro. A última obra prima agora vem com “Honest Thief” ou o ladrão honesto, que virou “Legado Explosivo”. Lamentável. Imagino os caras sentados ao redor de uma mesa nas distribuidoras lá no Rio de Janeiro ou São Paulo, e imaginando um nome mais idiota do que o outro. Tem tiro, perseguição de carros...já sei: “explosivo”, grita um dos gênios do marketing.
E o filme será um dos últimos do astro Liam Neeson no gênero ação. O ator disse que com 68 anos, está na hora de parar com isso, pois seu corpo não aguenta mais. Além de não ver sentido em um veterano partir para o soco ou correrias contra homens 40 anos mais novos. E ele ainda sair “vitorioso”.
Em “Legado Explosivo”, Neeson é Tom Carter, ex-militar que virou ladrão de bancos, amealhando uma fortuna. Porém, Tom acaba conhecendo Annie (Kate Walsh), que trabalha no depósito onde ele esconde sua grana, e se apaixona por ela. Mas para viver uma vida normal ao lado da mulher que ama, decide deixar para trás sua vida de crimes. E opta por se entregar ao FBI. Só que acaba entrando em contato com dois agentes corruptos da agência, que lhe roubam o dinheiro e ainda assassinam um outro agente e Tom passa a ser suspeito de assassinato. O jeito é fugir para tentar esclarecer os fatos para as autoridades.
Ou seja, o que tem de novo “Legado Explosivo”? Nada. Mas apenas a presença de Neeson já vale a pena, com cenas de tirar o fôlego. O espectador já sabe o final, mas mesmo assim dá para curtir este verdadeiro cinema-pipoca.
Cotação: bom
Duração: 100min
Chico Izidro

domingo, janeiro 17, 2021

“Sombras do Terror” (The Shed)

Um filme que por causa do nome genérico, acabamos não dando nada. Mas que é uma obra de terror com nada diferente, mas que traz um charme especial. “Sombras do Terror” (The Shed), é dirigido por Frank Sabatella, e conta uma história de vampiros divertida, tendo como protagonista um adolescente, Stan (Jay Jay Warren), que vive com seu avô agressivo e abusivo Ellis (Timothy Bottoms).
Um dia, o vizinho Joe Bane (Frank Whaley) vai para a floresta caçar e acaba sendo atacado por uma criatura, que é um vampiro. Ele é mordido e acaba se transformando ele mesmo em um vampiro. E fugindo da luz do sol, que é fatal para ele, acaba se escondendo em um galpão no pátio da casa de Stan. Aliás, o galpão é o nome original do filme, convenhamos, muito mais significativo e inteligente do que “Sombras do Terror”, comprovando mais uma vez a falta de criatividade das distribuidoras brasileiras.
Stan é um boa praça, quase nerd, e apaixonado pela amiga de infância Roxy (Sofia Happonen) e costuma livrar o amigo Dommer (Cody Kastro) dos valentões do colégio. E o jovem começa a notar que algo de estranho está acontecendo no galpão – primeiro seu cachorro entra no lugar e é morto, depois a criatura escondida lá dentro começa a matar outros seres humanos que se aventuram a invadir o seu esconderijo. E a coisa começa a ficar ainda mais grave quando Dommer descobre o vampiro e decide atrair os caras que o espancam na escola.
“Sombras do Terror” não é nenhuma obra-prima, mas consegue ser divertido e assustador, com seus personagens clichês. A gente até saca qual será a próxima vítima da criatura noturna, num verdadeiro banho de sangue – ah, sim, as cenas são repletas de violência e gore.
Cotação: bom
Duração: 97min
Chico Izidro

quinta-feira, janeiro 07, 2021

“Receita Secreta” (Nana's Secret Receipt)

“Receita Secreta” (Nana's Secret Receipt), direção de Mehul Shah, se passa naquelas cidadezinhas americanas interioranas, onde cinco amigas, quase todas elas entrando na terceira idade, são enganadas por um investidor, que rouba todas as economias da vida delas. Para sair da crise, decidem abrir uma loja de bolos e biscoitos – até descobrirem que uma delas está com um câncer praticamente terminal e com poucos meses de vida. E ela alivia as dores fumando maconha.
O que as amigas decidem fazer? Fazer alguns quitutes batizados pela erva e começam a faturar. E assim juntar grana para pagar um caro tratamento à amiga no México. Claro que vendendo os biscoitos com maconha, elas acabam prejudicando os negócios do traficante local, que decide ir atrás delas.
No meio disso tudo, são mostrados os dramas particulares de cada uma. Uma se sente infeliz no casamento, onde o marido aposentado se recusa a sair do sofá, uma outra, viúva, que não consegue esquecer o falecido e seguir em frente, a terceira, que esconde ser gay, e por aí vai. O filme acaba sendo uma mistura de comédia com drama, mas porém é mal executado, apesar de tratar de um tema delicado – o uso de maconha para p uso medicinal.
As atuações beiram o amadorismo. As personagens não conseguem ser naturais e quase declamam suas falas, por vezes não sabendo se posicionar em frente às câmeras. O elenco é totalmente desconhecido, com nomes como Linda Bradshaw, Nancy L. Gray, Cinda Donovan, Trish Powell, Charlotte White, Michelle Sherrill, Matthew E.G. Jones e Aaron Carolina.
O filme está disponível nas seguintes plataformas digitais: NOW, Looke, Microsoft, Vivo Play, Google Play e Apple TV.
Cotação: regular
Duração: 1h44min
Chico Izidro

“Umbrella”

A partir desta quinta-feira, dia 7 de janeiro, fica disponível no Youtube “Umbrella”, com direção de Helena Hilario e Mario Pece. Ele é o primeiro curta nacional de animação a entrar na corrida pelo Oscar®. Criado pelo estúdio criativo independente Stratostorm, o filme traz em sua narrativa a mensagem de empatia com a história e memórias afetivas de Joseph, um menino que vive em um orfanato. A produção fica disponível na plataforma até dia 21 de janeiro, gratuitamente.
A trama é sensível e emocionante, e mostra o pequeno Joseph, que em um orfanato vê uma menina e sua mãe chegarem para entregar presentes às crianças órfãs. E elas têm um guarda-chuva amarelo, que lhe acende memórias de quando mais pequeno ao lado de seu pai, um imigrante, que desesperado, teve de deixá-lo na instituição. E a história segue até a velhice do garoto. Toda a trama ocorre sem diálogos.
“Criamos um curta metragem sem diálogos pois queríamos que a mensagem fosse universal, e que as emoções e reflexões ecoassem pela própria narrativa, pela animação e música”, lembra Helena. “Após a qualificação de Umbrella, optamos por divulgar o filme na plataforma livre do Youtube. Queremos que o público finalmente assista e compartilhe essa linda história para apoiar o cinema nacional independente”, complementa.
Inspirado em uma situação vivenciada pela irmã da diretora, o filme já tinha feito história no audiovisual do país ao ser selecionado em 19 festivais que qualificam para a disputa por um lugar na Academia, entre eles o Tribeca, Cinequest, Chicago International Film Festival, Calgary International Film Festival, Animayo, e outros. O projeto foi escrito em dezembro de 2011 e ganhou vida e carreira em 2019.
“Escrevemos um roteiro com um storytelling voltado para um curta-metragem. Nosso sonho e objetivo era fazer um curta de animação e representar um momento triste em forma de arte. Nos inspiramos em um evento real para criar uma história bonita e delicada. E assim entendemos que não podemos julgar as pessoas sem saber o que tem por trás daquela vivência. Todo mundo passa por situações que nem imaginamos, por isso devemos ser gentis uns com os outros”, comenta Helena. “Por isso pensamos em trazer a empatia e a esperança para essa narrativa. Algo que precisamos cada vez mais e mais”, completa.
O curta estará disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Bl1FOKpFY2Q
Cotação: ótimo
Duração: 7min
Chico Izidro

segunda-feira, janeiro 04, 2021

“Mulher-Maravilha 1984” (Wonder Woman 1984)

O segundo filme das aventuras da Princesa Amazona Diana chega aos cinemas em “Mulher-Maravilha 1984” (Wonder Woman 1984), direção de Patty Jenkin – o primeiro filme é de 2017. E agora a história é mais deliciosa de se curtir, para mim naquele clima bem oitentista que o título já entrega, com nada daquela coisa de vilões de outros planetas que deseja acabar com o mundo, mas dois atrapalhados humanos ambiciosos.
A trama tem como fundamental uma pedra ancestral misteriosa, que concede desejos para quem a tocar. Assim, Diana Prince (Gal Gadot), imortal e solitária, e trabalhando como arqueóloga no museu Smithsonian, em Washington, mas sonha em ter de volta seu grande amor, morto ainda nos anos 1940. E para seu espanto, Steve Trevor (Chris Pine) ressurge na pele de outra pessoa, mas ela só enxerga o amado, e começa a debelar sua solidão. Porém, a pedra também atende o pedido da desengonçada e rejeitada nerd Barbara Minerva (Kristen Wiig), que deseja ser como Diana, linda e sexy.
Porém junto vem os super-poderes da amazona. E claro, o falido e trambiqueiro empresário do ramo do petróleo Maxwell Lord (Pedro Pascal), que também toma conhecimento da pedra mágica e a quer para si. O problema é que ao atender um pedido, a pedra também quer algo valioso do pedinte em troca. Barbara e Max ficam poderosos, e Diana é obrigada a abrir mão de algumas coisas para poder combatê-los.
E as cenas de ação são muito bem-feitas, com excelentes efeitos especiais. No começo, os personagens de Wiig e Pascal parecem meio patéticos, mas depois os dois acertam a mão. E claro, Gal Gadot muito à vontade no papel da super-heroína. Ah, cena pós-crédito traz uma participação de Linda Carter, a musa que foi a primeira Mulher-Maravilha no seriado televisivo dos anos 1970. Eu me diverti.
Cotação: ótimo
Duração: 2h35min
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...