sexta-feira, dezembro 13, 2024

“QUEER”

Foto: Paris Filmes
“QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985 de William S. Burroughs (o livro foi escrito em 1952 e publicado apenas três décadas depois). O filme traz uma atuação ousada de Daniel Craig, agora aposentado da função do agente 007 James Bond. Ele mesmo disse que nunca poderia ter atuado neste filme quando atuava na cinessérie de espionagem.
A trama mostra o exilado William Lee, vivido por Craig, alter ego de Burroughs, e que vive numa empoeirada Cidade do México nos anos 1940. Homossexual, vive de bar em bar bebendo e procurando parceiros sexuais, até que acaba se deparando com o jovem usuário de drogas Eugene Allerton (Drew Starkey), um militar aposentado da Marinha dos Estados Unidos).
Os dois, aliás, protagonizam uma das cenas mais fortes e eróticas dos últimos tempos, que é para poucos. Em determinado momento, após praticar sexo oral em Allerton, William Lee beija o parceiro, devolvendo um pouco do sêmen para a boca do jovem – em ato conhecido como “snowballing”.
Em determinado momento, em abstinência de drogas, William Lee e Eugene Allerton saem para uma viagem em busca de ayahuasca. Esta é a parte mais cansativa de “Queer”, tirando o ritmo da narrativa, mas não tira o brilho da obra.
“Queer” é ousado, intenso e marcante, até mesmo por causa da atuação de Daniel Craig, que expressa de várias formas a solidão, a paixão e o desespero de uma pessoa jogada no mundo.
Por fim, a trilha sonora de “Queer” conta com Caetano Veloso, que é um dos intérpretes de “Vaster Than Empires”, ao lado de Trent Reznor, canção foi feita exclusivamente para o filme.
Cotação: bom
Duração: 135 min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=KJ0bfJPrnKg

quinta-feira, dezembro 05, 2024

“O SENHOR DOS ANÉIS: A GUERRA DOS ROHIRRIM” (The Lord Of The Rings: The War Of the Rohirrim)

Foto: Warner Bros.
“O SENHOR DOS ANÉIS: A GUERRA DOS ROHIRRIM” (The Lord Of The Rings: The War Of the Rohirrim), animação japonesa dirigida por Kenji Kamiyama, explora o universo criado pelo escritor britânico J.R.R. Tolkien (1892-1973). A história foi inspirada dos apêndices escritos por Tolkien para "O Senhor dos Anéis", onde ele registra milhares de anos de dinastias e conflitos de seu mundo imaginado, no continente da Terra-Média.
A trama do anime narra a história do rei Helm Mão-de-Martelo, que governa Rohirrim. O nome, numa das línguas criadas por Tolkien, significa "Povo dos Senhores de Cavalos", por causa da cultura equestre desse povo. Sua filha, Héra, tem o espírito livre e não deseja ser esposa de ninguém.
Porém, um de seus nobres, Freca, deseja que ela despose seu filho Wulf. No entanto, o pedido é recusado e Freca ofende Héra, fazendo com que Helm e seu nobre se desentendam e partam para uma briga. Obeso e fora de forma, Freca leva um soco e acaba morrendo na frente do filho.
Freca é descendente de um grupo étnico que tinha perdido parte de suas terras com a ascensão política dos Rohirrim na região. E sua morte provoca uma fúria mortal em Wulf, que jura vingança – destruir Rohirrim.
A jovem Hera é quem irá liderar a resistência contra os ataques de Wulf, numa história repleta de vinganças, reviravoltas e muitas batalhas. Tudo acontece 183 anos antes das aventuras de Frodo e dos eventos da trilogia original dos filmes “O Senhor dos Anéis”.
A animação é muito bem feita, com aqueles personagens de olhos grandes comuns aos desenhos japoneses. As mais de duas horas podem, num primeiro momento, assustar, mas a trama se sustenta. Apesar de o motivo de vingança ser o mais idiota possível – coisa comum nos filmes de vingança: um personagem provoca a sua morte por estupidez, mas um familiar assiste e jura matar a pessoa e todos os familiares próximos de quem matou. Mas esquece que quem começou tudo foi o que acabou morrendo. Mas não ocorresse isso, não haveria história, né?
Cotação: bom
Duração: 2h14min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=szTQq_nAcEs

“OS SONHOS DE PEPE” (Los Sueños de Pepe - Movimiento 2052)

Foto: Pandora Filmes
COM DIREÇÃO DE PABLO TROBO, “OS SONHOS DE PEPE” (Los Sueños de Pepe - Movimiento 2052) é um documentário sobre as viagens do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, entre 2010 e 2015. Após deixar a presidência, foi senador de março de 2015 até agosto de 2018. Atualmente com 89 anos, o ex-dirigente vive em sua pequena fazenda, nos arredores de Montevidéu, e recentemente foi curado de um câncer de esôfago.
Voltando ao documentário, o diretor Trobo segue Mujica por viagens aos EUA, Japão, Brasil, Reino Unido e Alemanha. Na jornada, podemos escutar suas principais ideias, ou, seus sonhos para o mundo. Temas como o consumismo desenfreado, aquecimento global, o verdadeiro propósito da vida e até as capacidades e limites de um presidente discutidos de forma leve - em certo ponto do documentário, Mujica até se questiona o por que de as pessoas darem tratamento monárquico que damos aos líderes políticos.
Mujica é uma grande referência política mundial, um homem que nunca mudou seu pensamento de esquerda, humanista. Durante sua presidência, ele doava 90% de seu salário para entidades assistenciais. O ex-dirigente, em sua época de guerrilheiro Tupamaros, passou 12 anos, entre 1973 e 1985, como prisioneiro político, frequentemente torturado junto com outros prisioneiros políticos. Isto pode ser visto no filme “A Noite de 12 Anos”, disponível no Netflix.
Bem, “Os Sonhos de Pepe” é uma obra que presta bela homenagem a um dos maiores e melhores chefes de Estado de todos os tempos. E isto fica evidente nas cenas ao redor do mundo, onde as pessoas ficam encantadas e admiradas, e param para escutá-lo.
Cotação: ótimo
Duração: 1h26min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=2UhBfnWkZbQ

quinta-feira, novembro 28, 2024

“MOANA 2”

Foto: Walt Disney Studios
SEQUÊNCIA DO FILME DE 2016, “MOANA 2”, com direção de David G. Derrick Jr., Jason Hand e Dana Ledoux Miller, a animação musical segue a adolescente polinésia Moana em uma nova aventura pelos mares da Oceania.
Desta vez, a garota recebe um chamado de seus ancestrais – a menina andou tomando alguns alucinógenos, só pode – para voltar às águas em uma missão. Moana junta um grupo de conterrâneos dos mais variados, desde uma garotinha até um idoso, para quebrar uma maldição imposta por um deus e restaurar a prosperidade de uma ilha da região. Se conseguir, o seu vilarejo não precisará mais viver isolado do restante da civilização.
Ela combate em seu trajeto monstros marítimos, feitiçarias e águas revoltas, mas recebendo a ajuda do semideus Maui (no original dublado pelo astro Dwayne Johnson).
No entanto, apesar da excelente animação apresentada, a história não traz nada de novo, seguindo praticamente a mesma estrutura do longa de 2016, gerando uma história previsível e que acaba cansando.
Já as músicas também se mostram fracas – às vezes um musical funciona, outras vezes não, pois não é muito natural, convenhamos, as pessoas do nada estarem conversando e, do nada, saírem cantando, como se fossem felizes o tempo todo. E se você mora numa ilha isolada do resto do mundo, um musical não convence. E ainda ocorre a ausência das composições do compositor do filme original, Lin-Manuel Miranda, que não participou da produção, e isso se reflete na qualidade das múcisas.
Mas “Moana 2” acerta ao destacar mais os outros personagens da tripulação, descentralizando as ações da jovem heroína.
Ah, e existe uma cena pós-crédito, que prepara para uma possível sequência.
Cotação: regular
Duração: 1h40min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Qh6QgAyY_dU

quarta-feira, novembro 27, 2024

CACHOEIRINHA TERÁ SESSÃO DE LANÇAMENTO DO DOCUMENTÁRIO “PRAZER, MATO DO JÚLIO” NESSA SEXTA-FEIRA

Foto: Xeramoin Alexandre
O DOCUMENTÁRIO “PRAZER, MATO DO JÚLIO”, COM direção e roteiro de Romir Rodrigues e codireção e produção de Ulisses Da Motta terá sessão de lançamento nessa próxima sexta-feira, dia 29 de novembro, no Instituto Cultural e Social Ágora, na Rua Anita Garibaldi, 185, Vila Marcia, em Cachoeirinha, a partir das 19h30min. A projeção acontecerá ao ar livre e estará coletando donativos para a retomada guarani Tekoá Karanda’ty.
O filme tem o objetivo de compreender a área popularmente conhecida como Mato do Júlio como um espaço no qual se entrelaçam diferentes memórias. Articulando sequências ficcionais com relatos obtidos por meio de entrevistas, o documentário busca debater as conexões entre espaço e memória.
O eixo central é caracterizar o Mato do Júlio como espaço de memória coletiva da cidade e parte constituinte do processo de formação da identidade cultural do município de Cachoeirinha, aqui no Rio Grande do Sul.
As entrevistas foram realizadas em diferentes locações, em especial no interior da própria área do Mato do Júlio e no Instituto Cultural e Social Ágora, e são a base do documentário. A partir desses relatos são apresentadas as inter-relações entre as histórias do Mato do Júlio e de Cachoeirinha, resgatando a importância histórica, cultural e ambiental da área.
O trabalho destaca ainda o registro das memórias ancestrais dos povos originários e do povo negro que emergem a partir do processo de retomada dos Mbya Guarani que, desde 2021, se estabeleceram na área e estão impregnadas na edificação que resiste ao tempo.
Foto: Still
A proposição do Projeto e sua direção foi conduzida por Romir de Oliveira Rodrigues, morador de Cachoeirinha há quase 30 anos, tendo sido professor em várias escolas do município e que atualmente leciona no IFRS-Canoas.
Nos últimos 15 anos, ele vem desenvolvendo atividades no setor do audiovisual, especialmente na escrita de roteiros, com destaque para o longa-metragem “Além de Nós”, lançado em 2023, dirigido por Rogério Rodrigues e que tem Thiago Lacerda no elenco, e para a realização de oficinas e projetos que relacionam educação e cinema.
Para a realização deste projeto foi constituída uma equipe com efetiva experiência na cadeia produtiva do audiovisual, com destaque para o produtor e codiretor Ulisses Da Motta, que já dirigiu e produziu oito curtas-metragens de ficção. Os profissionais da cidade também foram valorizados, sendo trilha sonora original composta pelo conhecido músico cachoeirinhense Luís Inácio Oliveira, o Lula, e gravada em seu estúdio Soluções Sonoras; a também cachoeirinhense Nicole Vaz foi assistente de câmera e logger.
Alini Mariot, doutora em educação e especialista em interpretação/tradução e Docência em Libras, foi responsável pela condução da produção de uma versão acessível do documentário. O objetivo dela é buscar ampliar o acesso do filme e promover a inclusão de públicos muitas vezes esquecidos.
Foto: Soares Rodrigues
Ficha técnica:
Direção, Roteiro e Produção: Romir de Oliveira Rodrigues
Codireção e Produção: Ulisses Da Motta
Montagem e Efeitos Especiais: Vitório Beretta
Direção de fotografia e Câmera: Tiemy Saito
Direção de Arte, Produção de Arte e Figurino: Gianna Soccol
Trilha Sonora Original: Luiz Inácio Oliveira
Edição e Mixagem de Som: Roberto Coutinho
Técnica de Som Direto: Ray Fisch
Assistente de Câmera e Logger: Nicole Vaz
Entrevistados: Carmen Lucia Soares Rodrigues, Guilherme Dias, Leonardo Costa, Nelson Postay, Isabel Mombach e Xeramoin Alexandre
Elenco: Maicon Palermo Leites, Sabrina Barcelos Corrêa e Miguel Corrêa Leites
Trailer: https://youtu.be/0Uz_EcwB8SA

quinta-feira, novembro 21, 2024

“WICKED”

Foto: Universal Filmes
“WICKED”, DIRIGIDO POR JON CHU, é o longa-metragem baseado no musical homônimo da Broadway, sendo o prelúdio do “Mágico de Oz”, e apresentando a origem da Bruxa Má Elphaba (Cynthia Erivo) e da Bruxa Boa Glinda (Ariana Grande). A questão é se as pessoas nascem más ou se tornam más devido ao ambiente em que vivem.
Então somos apresentados ao drama de Elphaba, nascida de uma traição de sua mãe e que vem ao mundo verde, e que por isso sofre inúmeros preconceitos, que afloram quando ela chega na Universidade de Shiz. No local, acaba conhecendo e fazendo amizade com Glinda, a popular do pedaço, nascida em berço de ouro e que só quer manter seus privilégios.
As duas se tornam grandes amigas, porém as suas diferenças interferem e elas acabam entrando em conflito.
Ariana Grande apresenta uma Glinda carismática, mas é Cynthia Erivo quem rouba a cena, com sua bruxa sofrida, não querendo que o mal tome conta, e por isso sua vulnerabilidade seja gritante.
A produção é grandiosa, colorida. E não esqueça que “Wicked” é um musical de quase três horas, sendo fiel à peça original. Mas mesmo quem não sabe nada da história ficará perdido. Além do que sendo feito em 2024, mostra um elenco muito mais eclético do que o filme de 1939, onde não havia pessoas negras e gays presentes na tela. O que incomoda é a reação dos personagens sempre que Elphaba surge em cena, com eles mostrando surpresa e sustos com a aparição da bruxa – se sabem da existência dela e convivem com ela, por que se mostrarem assustados? Explica esse, direção...
Cotação: regular
Duração: 2h41min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=mk2Ai8P0oXQ

“A LINHA DE EXTINÇÃO” (Elevation)

Foto: Paris Filmes
“A LINHA DE EXTINÇÃO” (Elevation), dirigido por George Nolfi, é um filme que mistura terror com ficção científica. A história acontece em um planeta Terra completamente devastado, onde 98% da população foi exterminada por monstros que surgiram dos subterrâneos.
Os humanos sobreviventes se refugiaram nas partes mais altas do planeta, mais exatamente acima da 2.400 metros de altura, distância onde os monstros não podem, de alguma maneira, ultrapassar.
Dentre os sobreviventes, estão o viúvo Will (Anthony MacKie, o novo ‘Capitão América’) e seu filho, Hunter (Danny Boyd Jr.); a jovem viúva Katie (Maddie Hasson, de ‘Maligno’) e Nina (Morena Baccarin, de ‘Deadpool’). E Hunter, além de ser a única criança na comunidade, ainda sofre com problemas respiratórios, dependendo de cilindros de oxigênio para viver. Porém, o equipamento está acabando, e Will decide descer das alturas e procurar um hospital onde possa encontrar mais do equipamento para a sobrevivência de seu filho.
A missão é muito arriscada. E ele recebe a ajuda de Katie e de Nina, a estranha da comunidade, para encarar a jornada morro abaixo, para encarar os monstros.
“A Linha de Extinção” tem suspense, tensão, mas também soluções muito fáceis e cenas improváveis. Tudo bem ser um filme de ficção, mas a produção poderia ter forçado menos a barra em alguns momentos – por exemplo, a facilidade e rapidez com que Nina descobre como eliminar os monstros e surge, do nada, para salvar Will em determinado momento. É o chamado abusar de nossa boa vontade.
O filme, pelo menos, tem apenas uma hora e meia de duração, não esticando muito em subtramas e conversa fiada.
Cotação: regular
Duração: 1h30min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=cY0y9YVfNuU

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...