quarta-feira, novembro 24, 2010
Red - Aposentados e perigosos
Num ano em que filmes focando grupos como Os Mercenários e Esquadrão Classe A, sai agora mais do mesmo gênero. É Red - Aposentados e perigosos (a sigla significa Retired Extremely Dangerous ou Aposentados Extremamente Perigosos). Aqui é mostrado um grupo de agentes veteranos que é obrigado a voltar à ativa depois de descobrir que passou a ser alvo do FBI. O vilão é o vice-presidente dos Estados Unidos, que pretende apagar pistas de um crime cometido pela agência na América Central nos anos 1980.
Red, dirigido pelo alemão Robert Schwentke, é um misto de comédia com filme de ação e baseado em história em quadrinhos da DC Comics, de Warren Ellis e Cully Hamner, lançado no começo da década.
O principal personagem é o durão Frank (Bruce Willis, sempre à vontade no papel de pistoleiro), que mantém uma paquera com uma atendente da previdência americana, a solitária Sarah (Mary-Louise Parker, do seriado Weeds). Na tentativa de descobrir quem tenta eliminá-lo, Frank vai atrás de seus ex-parceiros, todos eles como diz o título, aposentados, para ajudá-lo a descobrir o motivo da perseguição. O primeiro é o doidão Marvin (John Malkovich), que passou anos sendo submetido a doses cavalares de LSD e ficou paranoico. Depois surge Joe (Morgan Freeman) e Victoria (pasme, Hellen Mirren, quie declarou ter se sentido muito bem no papel de uma assassina sanguinária). E enquanto viajam pelos Estados Unidos, são perseguidos por um agente novato e fanático do FBI, William Copper (Karl Urban, de Star Trek, em bela atuação).
O filme, evidentemente, não é feito para pensar. Mas é chato. Tudo bem que é baseado em uma HQ, porém é difícil engolir uma cena em que uma bala de um revólver consegue deter míssel de uma bazuca. E se os caras são tão ágeis atiradores, por que não conseguem acertar o alvo nunca? Red é para ser esquecido.
Cotação: ruim
Chico Izidro
Minhas mães e meu pai
Minhas mães e meu pai trata de um tema cada vez mais comum, principalmente no Primeiro Mundo. A criação dos filhos por pais do mesmo sexo, e como isso influencia o crescimento e a educação dessas crianças.
Laser e Joni são filhos do casal Nic (Annette Bening) e Jules (Juliane Moore), nascidos através de inseminação artificial. Aos 15 anos, o garoto quer saber quem foi o doador do esperma. Sua irmã, de 18 anos, Joni (Mia Wasikowska, de Alice no País das Maravilhas), vai através da informação e descobre que ele é o descolado Paul (Mark Ruffalo), dono de um restaurante natureba.
Claro que a chegada de Paul na vida da família aparentemente tranquila, vai trazer sérias consequências. No estilo solteirão e galanteador, ele mudará a atitude de Laser, Joni e Jules, para indignação de Nic. Benning faz o papel clichê do homem da relação, mas o faz bem. Ela acha que a presença de Paul é totalmente ofensiva e desagregadora. Minhas mães e meu pai tem seus momentos de encanto, engraçados e até mesmo as cenas de sexo são bem feitas. Para refletir.
O filme é dirigido por Lisa Cholodenko, ela mesma homossexual assumida e casada há duas décadas.
Cotação: bom
Chico Izidro
Jogos Mortais 7
O serial killer Jig Saw (Tobin Bell, que faz uma rápida aparição) já está morto, mas seus seguidores continuam mantendo seu legado. Em Jogos Mortais 7, que é vendido como o último filme da série, as armadilhas sádicas continuam infernizando a vida de incautos, que outrora pecaram em algum momento da vida - Jig Saw age como uma espécie de consciência dos pecadores.
Aqui, o policial Costas Mandylor (o careteiro Mark Hoffmann), que virou o principal discípulo de Jig Saw, perdeu totalmente o controle (se é que já tinha algum) e torna-se mais sanguinário do que seu mestre. A sua principal vítima é o escritor Bobby Daggen (Sean Patrick Flanery), que inventou ter sido torturado por Jig Saw. Com isso, ganhou fama e fortuna. Agora, ele será submetido as armadilhas mortais de Costas Mandylor e terá 60 minutos para tentar salvar sua mulher e seus amigos, aprisionados numa casa isolada.
Jogos Mortais 7, de Kevin Greutert, enfim, não foge do esquema de seus predecessores, mas perde em suspense, pelo menos para aquele que deve ter sido o melhor deles, a parte 2. A única diferença, aqui, passam a ser os efeitos em 3D. E a dúvida se este é mesmo o último exemplar da cinesérie.
Cotação: ruim
Chico Izidro
sexta-feira, novembro 12, 2010
Um parto de viagem
Para começar, já é hilário ver o personagem de Robert Downey Jr. dizer nunca ter usado drogas. Só aí dá para ver o acerto que é a divertida comédia Um parto de viagem, de Tod Phillips. O filme é mais um daqueles tradicionais road-movies, de que tanto gosta a indústria norte-americana, onde duas pessoas completamente antagônicas têm de viajar juntas.
No caso, o arquiteto certinho e mal-humorado Peter (Robert Downey Jr.) e o aspirante a ator e doidão de carteirinha Ethan (Zach Galifianakis, de Se beber, não case). Após serem expulsos de um voo, a dupla tenta chegar a Los Angeles numa tortuosa viagem de carro, sendo que Peter quer chegar a tempo de ver o nascimento de seu filho. E como naquelas chasmadas sem originalidade da Sessão da Tarde, eles me metem em diversas confusões, provocadas principalmente por Ethan, inclusive indo parar no México após uma bad-trip regada a maconha.
Um parto de viagem tropeça quando, depois de uma piada divertida, cai na armadilha do sentimentalismo barato. Mas isso não desmerece o filme.
cotação: bom
Chico Izidro
A Suprema Felicidade
Após mais de 20 anos, Arnaldo Jabor voltou a dirigir um filme. Mas voltou enferrujado. A Suprema Felicidade pretende ser um Amarcord do agora comentarista político dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo e da TV Globo. Porém, ele ficou no meio do caminho, perdendo-se muito na péssima direção de atores e num roteiro sem muita imaginação.
A Suprema Felicidade se passa no Rio de Janeiro entre o final dos anos 1930 e 50. E tem como personagem principal Paulinho, que como menino é vivido por Caio Manhente; depois no começo da adolescência por Michel Joelsas e finalmente por Jayme Matarazzo. Só que os três atores são completamente inexpressivos.
Paulinho vive numa família complicada, onde o pai, o piloto da FAB Marcos (Dan Stulbach) é o suprasumo do machismo, impedindo que a esposa Sofia (Mariana Lima) trabalhe fora. Por isso, ela se torna uma mulher infeliz e paranoica, achando estar sendo traída. A única pessoa de lucidez na família e também na atuação é Marco Nanini, que interpreta o avô de Paulinho. O ator de A Grande Família está excelente como o músico boêmio e americano doente Noel, que aos poucos vai apresentando sinais do Mal de Alzheimer.
Jabor mostra um Rio romântico, onde os jovens se masturbavam com fotos de um livro de medicina do pai de um deles; onde tudo era motivo para se cantar um samba e as boates e prostíbulos fervilhavam. E as ruas eram seguras, sem o perigo de uma bala perdida e onde não se viam sinais de drogas.
Cotação: regular
Chico Izidro
Mary & Max - Uma amizade diferente
Nunca uma animação mexeu tanto comigo quando Mary & Max - Uma amizade diferente, dirigido por Adam Elliot. A obra é produzida quase toda em preto e branco. As cenas coloridas aparecem raramente. E a história não poderia ser mais depressiva, não sendo indicada para crianças.
É, enfim, um filme para adultos, pois trata de depressão, solidão, suicídio, morte.
Mary & Max - Uma amizade diferente mostra a amizade incomuim entre uma menina australiana er um judeu nova-iorquino. Eles começam a trocar correspondência quando ela tem 8 anos e ele está com 44 anos, isso em 1968. E isso transcorre por quase duas décadas, eles só se conhecendo por foto (não esqueça, estamos nos anos pré-internet).
Max é uma pessoa cheia de problemas, antissocial, solitário e comilão compulsivo. Já Mary vem de uma família onde a mãe passa o dia a beber e o pai só trabalha. Ela ainda é escorraçada pelos colegas. Uma dupla de perdedores. E um filme lindo.
cotação: ótimo
Chico Izidro
quarta-feira, novembro 10, 2010
Comer, Rezar, Amar
Quando chegou a cena do jantar de Thanksgiving numa típica casa italiana, eu pensei com meus botões: nossa, ainda falta o filme chegar à Índia e depois Bali. Eu estava sendo torturado.
Foi como me senti ao assistir Comer, Rezar, Amar, de Ryan Murphy e baseado no best-seller homônimo da escritora norte-americana Liz Gilbert.
Quem vive o papel da nova-iorquina é Julia Roberts. Ao se sentir frustrada no casamento e também num namoro posterior, Liz Gilbert decide tirar um ano sabático para tentar se encontrar. Então, como diz o título, viaja à Itália para aprender italiano e se entupir de massa e vinho. Depois segue para a Índia, onde fica num retiro espiritual. Por fim, parte para a paradisíaca Bali, onde vai engatar um namoro com um brasileiro, mais exatamente um gaúcho, interpretado caricaturalmente pelo espanhol Javier Barden. Numa das cenas, ele chega a falar num constrangedor portunhol: "eu gravei um fita para você".
Enfim, Comer, Rezar, Amar não foge dos personagens estereotipados, como os italianos com seus gestos bruscos, berros e comilões. Ou os indianos, sujos e pedindo esmolas. E quando surge o "brasileiro" em cena, evidente que a trilha sonora passa a ser uma bossa nova, cantada por Bebel Gilberto, como se os brasileiros não escutassem nada diferente.
Além do que, Julia Roberts se mostra mais uma vez uma atriz sem muitos recursos, abusando dos biquinhos e caretas. Comer, Rezar, Amar, enfim, é um filme fraco, sem imaginação e cansativo.
Cotação: ruim
Chico Izidro
sábado, novembro 06, 2010
Ativividade Paranormal 2
Atividade Paranormal 1 tinha mais marketing do que sustos. Acabou sendo um filme que deixou uma grande decepção. Atividade Paranormal 2, direção de Tod Williams, consegue a recuperação aos 45 minutos do segundo tempo. Mesmo assim, leva um tempinho para empolgar.
Os acontecimentos ocorrem antes do primeiro filme. Agora Daniel ( Brian Boland ) e Kristi (Sprague Grayden , do seriado apocalíptico Jericho) voltam para casa com o bebê recém-nascido e na casa deles os móveis e outros objetos se movem, sem a mínima explicação. Porém, até chegar lá o espectador tem de assistir a um bom tempo do cotidiano da família. E quando os sustos começam, são realmente bem preparados para uma audiência que está carente de bons filmes de terror.
Em Atividade Paranormal 2, o terror não é praticado por fantasminhas camaradas. E sim por demônios, que surgem na casa por causa de uma promessa feita por um dos integrantes da família.
O filme é estruturado no esquema de a câmera na mão dos personagens ou no sistema de vigilância que é instalado na casa. E isso deixa o clima pesado, fazendo com que o espectador sinta um grande desconforto na poltrona.
Cotação: bom
Chico Izidro
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“QUEER”
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