quarta-feira, novembro 10, 2010

Comer, Rezar, Amar



Quando chegou a cena do jantar de Thanksgiving numa típica casa italiana, eu pensei com meus botões: nossa, ainda falta o filme chegar à Índia e depois Bali. Eu estava sendo torturado.
Foi como me senti ao assistir Comer, Rezar, Amar, de Ryan Murphy e baseado no best-seller homônimo da escritora norte-americana Liz Gilbert.
Quem vive o papel da nova-iorquina é Julia Roberts. Ao se sentir frustrada no casamento e também num namoro posterior, Liz Gilbert decide tirar um ano sabático para tentar se encontrar. Então, como diz o título, viaja à Itália para aprender italiano e se entupir de massa e vinho. Depois segue para a Índia, onde fica num retiro espiritual. Por fim, parte para a paradisíaca Bali, onde vai engatar um namoro com um brasileiro, mais exatamente um gaúcho, interpretado caricaturalmente pelo espanhol Javier Barden. Numa das cenas, ele chega a falar num constrangedor portunhol: "eu gravei um fita para você".
Enfim, Comer, Rezar, Amar não foge dos personagens estereotipados, como os italianos com seus gestos bruscos, berros e comilões. Ou os indianos, sujos e pedindo esmolas. E quando surge o "brasileiro" em cena, evidente que a trilha sonora passa a ser uma bossa nova, cantada por Bebel Gilberto, como se os brasileiros não escutassem nada diferente.
Além do que, Julia Roberts se mostra mais uma vez uma atriz sem muitos recursos, abusando dos biquinhos e caretas. Comer, Rezar, Amar, enfim, é um filme fraco, sem imaginação e cansativo.
Cotação: ruim
Chico Izidro

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