domingo, dezembro 28, 2008
UM HOMEM BOM
Até onde um homem pode ser ingênuo e não ver o que acontece ao seu redor? Em Um Homem Bom (Good, do brasileiro Vicente Amorim), Viggo Mortensen, de O senhor dos Anéis, é o professor John Halder, cooptado pelo Partido Nazista na década de 1930 após escrever um livro sobre a eutanásia. Sua vida progride, ao mesmo tempo que sua família entra em degradação e seu melhor amigo, o psiquiatra judeu Maurice (Jason Isaacs, em excelente atuação) é perseguido devido a sua origem religiosa e livros são queimados no pátio da universidade.
Halder, no entanto, é aquela pessoa que não quer ver ou não consegue notar que o mundo a sua volta está aos pedaços, apesar de muitas pessoas na Alemanha parecerem tão felizes. Em determinada hora, sua amante pergunta a ele: "Como algo pode ser tão ruim, se estão todos felizes?". O professor troca de esposa, vê a mãe definhar e tentar o suicídio e o grande entusiasmo da nova mulher, Hellen (Anastasia Hille) pelo sucesso do regime hitlerista. Halder só se dará conta da realidade monstruosa quando verificar o que os nazistas estão fazendo com aquelas pessoas que desapareciam na calada da noite.
O GAROTO DO PIJAMA LISTRADO
O Garoto do Pijama Listrado, de Mark Herman, retrata em como a infância é uma idade das mais inocentes, por mais que estejamos cercados de podridão. O pequeno Bruno (Asa Butterfield) tem de acompanhar a família para um novo local, afastado da cidade, pois o seu pai, David Thewlis (de Sete Anos no Tibete), oficial nazista, vai comandar um campo de concentração. Bruno nem imagina o que se passa além dos limites do pátio de sua nova casa.
Ao longe, ele vê pessoas com roupas listradas, que acredita serem fazendeiros. Com o espírito de explorador, ele consegue burlar a segurança e se aproximar da cerca do campo, onde fará amizade com um pequeno judeu, Shmuel (Jack Scalon). Os dois não entendem o que se passa no mundo e porque têm de ficar afastados por uma cerca eletrificada. Em suas pequenas cabeças, inocentes, há algo errado, mas o quê? Os garotos se transformam em amigos, mesmo sem imaginar o destino que é reservado aos judeus, apesar da fétida fumaça que sai da tal "fazenda".
O filme, em determinado momento se torna previsível, mas não perde a sua força e o impacto de lembrar o que os nazistas fizeram com milhões de pessoas há mais de meio século atrás.
GOMORRA
Baseado no romance-reportagem Camorra, do jornalista italiano Roberto Saviano, jurado de morte pela máfia napolitana, Comorra, de Matteo Garrone, não é melhor do que o nosso aclamado Cidade de Deus. Talvez tenha tanto impacto por se situar na Europa, berço da civilização ocidental e que se acha tão organizada. Gomorra, pelo contrário, em suas duas horas e pouco, se arrasta, mostrando o lado ilegal da cidfade do sul da Itália, pela ótica de vários personagens. São garotos que querem entrar para a máfia, a falsificação de roupas de marcas por trabalhadores estrangeiros, a venda e compra de drogas. Sendo um filme sob o submundo, cenas fortes não são esquecidas. Uma forte é quando garotos se submetem a um teste de coragem para entrar numa gangue: para tanto, recebem tiros no peito protegidos apenas por um velho colete a prova de balas. Porém, o filme não consegue ultrapassar os nossos similares nacionais.
CREPÚSCULO
Os vampiros não são mais os mesmos. Conde Drácula, Nosferatu e o criador Bram Stocker devem estar se revirando em seus caixões, tudo graças a Crepúsculo (Twilight, de Catherine Hardwick). Aqui, os vampiros são bonzinhos e abdicaram do sangue humano. O que querem é ter uma vida normal e até saem à luz do dia. Um deles, preso na adolescência há mais de sete décadas, Edward Cullen (Robert Pattinson, da cinesérie Harry Potter) sente uma atração mais do que sexual pela jovem Bella (Kristen Stewart). Ele tenta se manter longe da garota o máximo que pode, mas seu desejo é mais forte. Ela, por sua vez, se apaixona perdidamente por ele. A dupla, no entanto, não pode consumar o fato, o que torna interessante a trama, que lembra e muito um Romeu e Julieta moderno. O filme é baseado em romance de mesmo nome, da escritora Stephenie Meyer, e já está sendo preparada uma sequencia, saída do segundo livro de uma série de quatro, Lua Nova.
CORAÇÃO DE TINTA
Como já escrevi neste espaço, Brendan Fraser achou seu caminho, que é o de protagonizar aventuras fantásticas. Em 2008, o ator esteve à frente de A Múmia 3 e Viagem ao Fundo da Terra. Agora encarna o mundo mágico dos livros em Coração de Tintas (Inkheart, de Iain Softley). Fraser é o restaurador de livros Mortimer, que tem o poder de, ao ler em voz alta, trazer ao mundo real personagens fictícios, mas em compensação manda para o mundo da fantasia um ser humano. Com isso, acaba trazendo ao mundo dos humanos personagens malignos, ao mesmo tempo que transporta para dentro de um livro a sua esposa, Resa (Sienna Guilory). E um problema maior ainda surge, quando ele não consegue mais encontrar um exemplar do livro em que sua mulher está aprisionada. Então durante sete anos, ele e a filha, Elza Bennet, tentam achar o livro e resgatar Resa. O filme é divertido e tem uma atuação engraçada da veterana Hellen Mirren (de A Rainha) como a tia ranzinza de Mortimer e aficionada em livros.
QUEIME DEPOIS DE LER
Os irmãos Coen (Ethan e Joel) acertaram a mão depois do superestimado Onde Os Fracos Não Têm Vez, que não merecia todo o cartaz que teve. Em Queime depois de Ler temos uma divertida comédia de humor negro onde todos os atores estão bem afiados. O riso do espectador, às vezes sai mesmo em situações exdrúxulas, como o assassinato de um personagem que não revelarei aqui para não tirar a graça da coisa,
Tudo começa quando um empregado da CIA, interpretado por John Malkovitch se demite do órgão, irritado por ser criticado devido ao seu gosto exagerado pelas bebidas alcoólicas. Ele decide, então, escrever suas memórias, mas perde os arquivos, que são encontrados por dois apatetados funcionário de uma academia de ginástica (Francis McDormand e Brad Pitt), que passam a suborná-lo. Pois a dupla imagina que os escritos, colocados num cd tem informações sigilogissimas e tentam até repassar o materal para os russos, que com o final da Guerra Fria não estão mais interessados em segredos dos americanos.
Ao mesmo tempo, as trapalhadas dos dois se confunde com outro agente do governo, George Clooney, que tem um caso com a mulher de John Malkovitch, e que é um verdadeiro frustrado e que em mais de 20 anos de serviço, nunca conseguiu disparar sua arma. Imaginem o que pode acontecer. Hilário.
CARGA EXPLOSIVA 3
Em Carga Explosiva 3 (Transporter 3, de Olivier Megaton), Jason Statham está mais 007 do que nunca. Aliás, o filme se parece mais com uma aventura do famoso espião do que o próprio em seu mais recente filme - Quantum of Solace. Statham é Frank Martin, especializado em transportar cargas ilegais pela Europa dentro de seu possante carro. Até que recebe uma missão desagradável, bem...quando trabalhar para traficantes é agradável? Depois que um amigo falha numa missão, Frank tem a obrigação de levar a filha de um ministro ucraniano de Marselha até Budapeste. O ministro está sendo chantageado para assinar um acordo antiecológico e se não o fizer, a garota Valentina
(Natalya Rudakova) será morta. E Frank não pode sair do trajeto determinado pelo vilão, Johnson (o excelente Robert Knepper). E dê-lhe pancadaria, corridas acrobáticas e explosões fantásticas. Tudo para agradar quem quer somente curtir um bom filme de ação, sem pensar muito ou nada.
REDE DE MENTIRAS
Em Rede de Mentiras (Body of Lies, de Ridle y Scott), Leonardo di Caprio é o jovem espião Roger Ferris. Sua missão é capturar um líder terrorista no conturbado Oriente Médio. Para tanto, necessita trabalhar em conjunto com o serviço secreto dos países em que se infiltra. Ridley Scott sabe e muito bem costurar a trama, que só perde um pouco de sua força devido a um romance um tanto forçado entre o espião Ferris e uma bela enfermeira árabe, Aisha (Goishifthe Farahani). E uma perguntinha: como Ferris, com seu perfil completamente ocidental consegue se esquivar pelas ruas de cidades árabes sem ser notado? Tudo bem. Licença poética.
O destaque, porém, é Russel Crowe como o chefe de Ferris. 20 quilos mais gordo, ele comanda o seu espião desde os Estados Unidos fazendo as coisas mais simples, como cozinhar ou levar os filhos ao colégio. Ou seja, não suja as mãos e dorme mais do que tranquilamente, enquanto o trabalho porco fica a cargo de seus subordinados.
EU SOU JUANI
Uma Espanha que foge ao convencional em Meu Nome é Juani, de Bigas Lunas. Aqui não temos aquelas músicas tradicionais do país. O diretor preferiu embalar a película com o som do hip-hop cantado em espanhol e cok um visual muito moderno, que por vezes remete a Velozes e Furiosos. Juani (a bonita Verônica Echequi e que lembra e muito Natalie Portman) sonha em ser atriz, mas seu cotidiano é na caixa de um supermercado e à noite festas com os amigos e muito sexo com o namorado sanguessuga Jonah (Dani Martín). Ainda tem o desânimo da mãe que um dia sonhou ser cantora e passa o dia cozinhando para o marido bêbado.
Sua vida vai mudar drasticamente quando se descobre traída pelo namorado. Então a garota parte para Madri para tentar realizar seu principal sonho, o de ser atriz. Mas na capital espanhola, Juani verá que as coisas não são tão cor-de-rosa como ela pintava.Enfim, Lunas nos retrata a vida dos jovens espanhóis sem nenhum glamour.
MAX PAYNE
Max Payne (direção de Jonh Moore) é daqueles filmes policiais onde o protagonista - no caso Mark Walhberg (de Os Infiltrados e Boogie Nights) vive traumatizado pela perda da família e do parceiro de profissão, assassinados. Ele é visto com restrições pelos colegas, por trabalhar sozinho e não seguir regras para tentar descobrir os culpados pela sua vida trágica. Wahlbergh há muito se constituiu num dos bons atores hollywoodianos e não deixa a desejar, mesmo que a história nada tenha de original.
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“QUEER”
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