Foto: Produtoras Kromaki e Bubbles Project
“A Filha do Pescador” marca a estreia, na direção de longas-metragens, do diretor colombiano Edgar De Luque Jácome, reconhecido com o Prêmio La Silla, da Associação Dominicana de Profissionais da Indústria do Cinema.
A história gira em torno do pescador Samuel (Roamir Pineda), que mora sozinho numa ilha isolada em algum lugar do Caribe colombiano. Exímio mergulhador, ele vive da quase extinta prática da pesca submarina em mergulho livre.
Em uma noite, uma mulher bate à sua porta e pede para entrar. Por trás dos cabelos longos e da maquiagem, ele reconhece o rosto do filho Samuelito, que partiu há anos do local. Com desprezo, ele recebe a agora mulher trans, Priscila (Nathalia Rincón), que foi forçada a buscar refúgio no antigo lar, porque está fugindo dos paramilitares, suspeita de ter matado um policial.
O filme mostra a distância entre eles. Samuel não consegue aceitar Priscila, e ela não consegue perdoá-lo por eventos ocorridos no passado, com a mãe dela. A homofobia explícita está incrustada em Samuel, que esconde Priscila dentro da barraca onde vive, com medo de os outros pescadores a verem, e fazerem ele motivo de desprezo ou chacota.
Afinal, a vila de pescadores é um lugar cheio de gente com mentes arcaicas, reacionárias. E Priscila traz o novo, o progresso da humanidade. E isso assusta.
E com Samuel e Priscila, o espectador pode curtir o belo mar caribenho, com suas águas cristalinas, mas também em uma história de relações familiares, diversidade, aceitação e amor.
“Vejo ‘A Filha do Pescador’ como uma história universal sobre aqueles que têm que enfrentar seus demônios e resolver suas diferenças mais profundas num contexto simples e poderoso, como é o mar, que, com sua corrente, os leva até a margem, até uma segunda chance”, disse o diretor Edgar De Luque Jácome.
De acordo com o produtor Rodrigo Letier, da Kromaki, o filme tem colecionado boas reações desde sua estreia mundial, em Tallinn:
“É uma história muito emocionante e madura, de um jovem realizador, que dialoga com amplas plateias porque trata de algo absolutamente universal, que é a relação entre pais e filhos. Além disso, o filme é resultado de um esforço conjunto de quatro países, um exemplo da importância das linhas de coprodução internacional do Fundo Setorial, que resultou num processo muito enriquecedor de troca de experiências”, conclui.
Cotação: ótimo
Duração: 1h20
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=qcKUcxxEM8Y