quarta-feira, novembro 24, 2021

"CASA GUCCI" (House of Gucci)

O veterano diretor Ridley Scott está prolífico em 2021. Menos de um mês depois de lançar o épico "O Último Duelo", ele volta a cargo com o biográfico "Casa Gucci" (House of Gucci), roteiro escrito pela dupla Becky Johnston e Roberto Bentivegna, e baseado no livro "Casa Gucci: Uma história de glamour, ganância, loucura e morte", de Sara Gay Forden, sobre a família italiana que construiu um império da moda e artigos de luxo.
A trama foca na personagem de Patrizia Reggiani (Lady Gaga), a humilde mas ambiciosa filha do dono de uma empresa de caminhões em Milão que trabalha na contabilidade do negócio de sua família. Em uma festa ela conhece o tímido mas rico Maurizio (Adam Driver, que já está presente em O Último Duelo) e rapidamente iniciam um relacionamento, mesmo contra a vontade do pai dele, Rodolfo Gucci (Jeremy Irons), que acha a garota apenas uma interesseira.
A história percorre quase 30 anos da vida deles, com Patrizia entrando no rico clã, que tem ainda o bilionário Aldo (Al Pacino), que fica encantado por ela, e despreza o filho Paolo (um irreconhecível Jared Leto), que sonha em ser estilista, mas falta-lhe talento e carisma. A história vai culminar no assassinato de Mauricio, em 1995, mesmo ano em que outro ícone da moda, Gianne Versace também foi morto - este pelo Serial Killer Andrew Cunanan (esta história está registrada no seriado American Crime Story, temporada 2).
"Casa Gucci" é uma biografia convencional, e ainda bem que foi feito desta forma, contando os fatos de forma cronológica, sem invencionices. O que pode incomodar um pouco é o filme falado em inglês, mas com os atores usando um sotaque italiano, por vezes de forma exagerada.
Mas Lady Gaga se destaca, assim como já o havia feito em "Nasce Uma Estrela", e sua química com Adrian Driver funciona, mesmo que por vezes ele pareça deslocado em cena. E nos últimos tempos, o ator já teve como parceiras em cena as belas Scarlett Johansson e Marion Cottilard. Al Pacino, por sua vez, parece se divertir em cada aparição, enquanto que Já Jared Leto apresenta um alívio cômico com seu personagem extremamente caricato. E não dá para esquecer de citar a ótima trilha sonora, trazendo clássicos dos anos 1970 e 1980, com Blondie, Eurythimics, David Bowie e Donna Summers, entre outros.
Cotação: ótimo
Duração: 2h38min
Chico Izidro

domingo, novembro 21, 2021

"NOITE PASSADA EM SOHO" (Last Night in Soho)

A jovem Eloise (Thomasin McKenzie, de ‘Jojo Rabbit’) sonha em ser design de moda, mas não se encaixa no mundo dos dias atuais, pois sua cabeça está toda voltada para os anos 1960, no drama psicológico "Noite Passada em Soho" (Last Night in Soho), direção de Edgar Wright. E ela se muda para Londres, onde entra para a faculdade de moda e vai morar em uma república, porém não consegue se adaptar à convivência com a cínica colega de quarto Jocasta (Synnove Karlsen). Então decide alugar um quartinho no bairro Soho, conhecido por sua agitação noturna e cultural.
Mas todas as noites ao ir dormir, ela é transportada para os anos 1960, na pele de Sandie (Anya Taylor-Joy, de O Gambito da Rainha), que sonha em ser cantora, mas vive explorada por Jack (Matt Smith, de The Crown). E aos poucos, a garota não sabe mais o que é realidade ou o que é fantasia em sua mente. E o filme, que começa parecendo um musical, vai se transformando em um thriller envolvendo até assassinatos em série. O diretor consegue fazer uma obra fantástica, onde recria perfeitamente a Swinging London em cenário e no vestuário, calcada ainda em uma trilha sonora puramente sessentista, como por exemplo "A World Without Love", do duo britânico Peter and Gordon, lançada em 1964.
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Mas os anos 1960 trazem ainda vários atores que marcaram aquele período, como Diana Rigg (a Bond Girl Condessa Teresa di Vicenzo de ‘007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade’), que faz a senhorinha que aluga o quarto para Eloise, em seu último papel no cinema - ela morreu em setembro de 2020, aos 81 anos; Rita Tushingham (Doutor Jivago) faz a avó da garota, Margaret Nolan (a também Bond Girl, Dink de ‘007 Contra Goldfinger’, e que também faleceu em outubro do ano passado, aos 76 anos) é a gerente do bar onde Eloise vai trabalhar como bartender, e Terence Stamp (o General Zod de ‘Superman: O Filme’) é um homem que vive no bar, e tem uma forte ligação com Sadie.
"Noite Passada em Soho" é nostálgico, misterioso, e no fundo é uma história de terror. Com direito a ótima reconstituição de época, bela trilha sonora e homenagem a atores que marcaram o cinema naqueles anos de transformação. Tem lá seus errinhos, mas são aceitáveis….
Cotação: ótimo
Duração: 1h56min
Chico Izidro

quarta-feira, novembro 17, 2021

"GHOSTBUSTER - MAIS ALÉM" (Ghostbuster - Afterlife)

A obra de "terrir"(terror com comédia) "Ghostbuster - Mais Além" (Ghostbuster - Afterlife) traz um retorno ao universo Caça-Fantasmas pelas mãos de Jason Reitman, o filho do diretor Ivan Reitman que comandou o longa original nos anos 1980.E o filme apresenta um clima bem daquela época oitentista, e segue como uma continuação dos longas lançados naquele período, que acompanhavam um grupo de amigos que abriam uma empresa para caçar fantasmas em plena Nova Iorque.
Só que aqui a trama se transfere para uma cidadezinha interiorana americana, Summerville, onde a falida Callie (Carrie Coon, de The Leftovers) se muda, com os dois filhos adolescentes, Phoebe (McKenna Grace, de 'Capitã Marvel', 'Eu, Tonya', e a série The Handmaid’s Tale) e Trevor (Finn Wolfhard, da série Stranger Things), depois de herdar a fazenda de seu pai, um ghostbuster aposentado, e que morreu depois de tentar capturar um espectro.
Em Summerville, a nerd Phoebe faz amizade com o garoto Podcast (Logan Kim), que como seu apelido diz, tem um próprio podcast sobre acontecimentos estranhos e sobrenaturais. E os dois começam a presenciar ataques fantasmas, ainda mais depois que com a ajuda atrapalhada do professor Grooberson (Paul Rudd), libertam um dos seres. E Phoebe, sem sombra de dúvida, é o maior destaque do filme, com seu jeito meigo, mas ao mesmo tempo espertalhona e curiosa. Mas também tem a química de Rudd e Callie Coon, perfeita e repleta de piadinhas. Ah, e tem a aparição do Ecto-1, o famoso carro branco dos caçadores, com o seu logotipo nas portas.
"Ghostbusters: Mais Além" é um filme sobre a família e é ótimo. Uma bela surpresa, sendo divertido, carismático e que homenageia certeiramente os filmes dos anos 1980, apresenta a franquia para uma nova geração. Ah, espere pelos créditos, para mais surpresas e aparições nostálgicas.
Cotação: ótimo
Duração: 2h04min
Chico Izidro

quarta-feira, novembro 10, 2021

"QUERIDO EVAN HANSEN" (Dear Evan Hansen)

"Querido Evan Hansen" (Dear Evan Hansen) é uma adaptação cinematográfica do musical vencedor dos prêmios Tony e Grammy, dirigida por Stephen Chbosky (As Vantagens de Ser Invisível e o Extraordinário). A obra teve seu roteiro transposto para as telas pelo vencedor do Tony, Steven Levenson, com música e letras da equipe de compositores vencedora do Oscar, Grammy e Tony Benj Pasek e Justin Paul (La La Land: Cantando Estações, O Rei do Show).
O filme mostra o adolescente Evan Hansen (Ben Platt, que interpretou o mesmo personagem na montagem da Broadway), um garoto no último ano do colegial que sofre compouca autoconfiança e um grave quadro depressivo, e vê a sua vida virar de cabeça para baixo após o suicídio de um colega de turma. Evan é solitário, tímido e seu terapeuta pede que ele escreva uma carta para si próprio, para tentar mudar seu jeito de ser.
Porém, a carta vai parar nas mãos de um outro jovem que fazia bullying com Evan, Connor (Colton Ryan), que de sua forma, também é problemático, e dias depois, acaba se suicidando. A carta de Evan, no entanto, vai parar nas mãos dos pais de Connor, que acreditam que os dois garotos eram amigos.
Assim, Evan vê a chance de se aproximar de Zoe ( interpretada por Katilyn Dever), irmã de Connor, por quem é secretamente apaixonado. Ele ainda é acolhido pela família enlutada, e de invisível, passa a ser notado na escola, afinal quem imaginaria que Evan e Connor mantivessem uma amizade tão forte, secretamente. Mas o garoto passa a viver uma vida de aparências, para esconder seu segredo.
"Querido Evan Hansen" apresenta um retrato de solidão e debate o qual pode ser prejudicial os pais não estarem conectados com seus filhos. Mas não esqueçamos que é um musical, e aí que a coisa emperra. Começamos pelo fato de ser muito estranho ver alguém estar falando e do nada sair cantando...mas até aí tudo bem. O problema é que não existe uma música marcante, diferencial. Todas se assemelham, mostrando a falta de criatividade dos tempos atuais, assim como tem sido a música Pop de nossos dias.
Se duvida, vá assistir e escutar as trilhas de "A Noviça Rebelde", "Amor Sublime Amor", "Sete Noivas para Sete Irmãos" e "Guarda-chuvas do Amor", só para citar alguns musicais clássicos, com músicas inesquecíveis - sem esquecer ainda de "Cantando na Chuva", com a eterna "I Singin' in the Rain", de Gene Kelly. Aí é outra conversa.
"Querido Evan Hansen" tem no elenco, além de Ben Platt, Colton Ryan, Katilyn Dever, Amy Adams, Julianne Moore, Nik Dodani, DeMarius Copes e Danny Pino.
Cotação: regular
Duração: 2h17min
Chico Izidro

quarta-feira, novembro 03, 2021

"ETERNOS" (Eternals)

Há muito tempo já perdi a paciência para filmes de super-heróis, mas dei um OK para o divertido "Esquadrão Suícida". Porém aquele encanto juvenil que eu tinha foi se perdendo com o tempo, principalmente depois dos, para mim, tediosos e megalomaníacos "Vingadores". Prefiro assistir filmes mais pés no chão e os clássicos zumbis. Porém, super-heróis...e o meu sentimento ficou bem claro ao assistir "Eternos" (Eternals), direção de Chloé Zhao, que havia acertado a mão no bom, mas depressivo "Nomadland", ganhador do Oscar neste ano.
Em "Eternos", vemos os personagens criados pelo genial Jack Kirby em 1976. Naquela época, ele estava obcecado pela ficção científica e pelo livro "Eram os Deuses Astronautas?", de 1968, do suíço Erich von Däniken. E "Eternos" vai nesta pegada, com super-heróis criados por deuses cósmicos, os Celestiais, e colocados na Terra, para proteger a raça humana dos demônios Deviantes.
A trama começa em 5 A.C. na Mesopôtamia, com a chegada destes heróis, para defender os humanos durante um ataque dos Deviantes. E por milhares de anos, eles combateram os monstros, mas não podiam interferir no andamento da história - por isso, eram impedidos de entrar em guerras ou outros conflitos humanos, a não ser que o problema envolvesse Deviantes. O fim da ameaça significou que o grupo se aposentou, mas vivendo disfarçados entre os mortais. E então chegou o Século XXI, e os dez super-heróis têm de voltar à ativa, quando acontece o reaparecimento dos Deviantes.
Porém, "Eternos" é chato, cansativo, longo demais, com atuações toscas - Angelina Jolie, sem dúvida nenhuma, sendo a pior atriz do longa, vivendo de caras e bocas em sua personagem Thena, que lembra e demais, a Mulher-Maravilha. Quem se salva em meio a tanta ruindade é Gemma Chan e sua Sersi. E as mais de duas horas e meia se transformaram em uma verdadeira e interminável tortura.
Cotação: ruim
Duração: 2h36min
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...