Para começar, os zumbis de “Guerra Mundial Z”, direção de Marc Foster, são mais apavorantes do que os de “The Walking Dead” e “Madrugada dos Mortos”, que andam bem devagar, e tão ou mais letais que os de “Extermínio”, devido a velocidade que empregam em busca de suas vítimas, além de serem mais numerosos.
Feita a apresentação, como em qualquer filme do gênero, a epidemia dos mortos-vivos tem início de forma inexplicada. Os zumbis atacam de todos os lados, e as vítimas em poucos minutos ou segundos, são transformadas. O funcionário da ONU, Gerry Lane (Brad Pitt) é convocado para ao lado de um cientista para tentar descobrir o que está acontecendo. Enfim, encontrar o paciente zero para se tentar achar uma cura para a epidemia. Lane sai dos Estados Unidos e percorre vários países, como Coreia do Sul, Israel, País de Gales, conversando com especialistas, tentando ajudar sobreviventes.
“Guerra Mundial Z” é vertiginoso, assustador. Os zumbis se jogam sobre os vidros dos carros, estourando-os, amontoam-se para ultrapassar prédios e muros. E Brad Pitt parece indestrutível. Seu personagem sobrevive à queda de um boeing, de um pedaço de metal que o trespassa e por aí vai. Algumas cenas são inverossímeis, mas não esqueçam, é um filme de zumbis, e zumbis não existem na vida real. Não dá para esquecer a família chata do herói. Mesmo envolvido em salvar o mundo, sua mulher sempre liga nos momentos mais impróprios para conversar. Afinal a família é uma instituição que os americanos prezam muito, ainda mais sendo Brad Pitt o personagem principal.
Cotação: bom
Chico Izidro
quinta-feira, junho 27, 2013
“Truque de Mestre”
Um elenco de primeira nem sempre é receita para um bom filme. “Truque de Mestre”, direção de Louis Leterrier, até tem um começo promissor. Fala de ilusionismo, quando um grupo de mágicos intitulado The Four Horsemen consegue praticar um roubo em Paris, enquanto fazem show em Las Vegas.
O agente do FBI Dylan Hobbs (Mark Ruffalo) sai ao encalço do grupo, para tentar evitar novo roubo, anunciado por antecipação pelo grupo. Ele é ajudado por uma agente da Interpol, Alma (Melanie Laurent, de Bastardos Inglórios) e Thaddeus Bradley (Morgan Freeman), uma espécie de Mr. M, ou seja, um ex-mágico que faz fama e fortuna desmistificando os truques usados nos espetáculos.
A parte inicial é interessante, principalmente quando são mostradas como algumas mágicas são praticadas. E de repente os absurdos começam a ocorrer na história, irritando por demasia a quem assiste o filme. O modo como os quatro mágicos, interpretados por um irritante Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Isla Fisher, de “O Grande Gatsby” e Dave Franco, de “Meu Namorado é um Zumbi”, conseguem escapar de seus perseguidores, não é nem inverossímel. É desrespeitoso com o espectador.
Sem falar no final, com uma solução exdrúxula...e a gente fica pensando...por que cargas d’água tal personagem passou décadas bolando tal plano para vingar-se de alguém? E perdemos duas horas de nossas vidas...
Cotação: ruim
Chico Izidro
sábado, junho 22, 2013
"Universidade Monstros"
Fiquei encantado com a animação "Universidade Monstros", direção de Dan Scarlon. Tanto que logo após sair da sessão fui atrás do filme de 2001, "Monstros S.A.", que ainda não havia visto. Neste novo filme, a história se passa antes dos eventos que levaram Mike e Sulley a conhecerem a menina Boo. O título do desenho já diz tudo. O olhudo Mike Wazowki entra na universidade com o sonho de ser um grande assustador. Porém seu jeito nerd não convence ninguém, e ele vira motivo de chacota. Rejeitado no curso, Mike descobre outra forma de seguir adiante: vencer um concurso entre fraternidades.
E sua equipe é formada pelos demais rejeitados e pelo azulão James P. "Sulley" Sullivan, herdeiro de uma dinastia de assustadores, mas por causa da arrogância, perdendo a oportunidade de entrar no curso principal. A história é engraçada, não escorrega para o sentimentalismo, mesmo que recorra a esquematização das fraternidades americanas, com seus personagens cruéis e elitistas. E como é incrível notar a evolução da tecnologia na animação nestes 13 anos. Mas sem perder a essência.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
E sua equipe é formada pelos demais rejeitados e pelo azulão James P. "Sulley" Sullivan, herdeiro de uma dinastia de assustadores, mas por causa da arrogância, perdendo a oportunidade de entrar no curso principal. A história é engraçada, não escorrega para o sentimentalismo, mesmo que recorra a esquematização das fraternidades americanas, com seus personagens cruéis e elitistas. E como é incrível notar a evolução da tecnologia na animação nestes 13 anos. Mas sem perder a essência.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Minha Mãe É Uma Peça"
O ator Paulo Gustavo tem um programa delicioso no Multishow, o "220 Volts", onde interpreta diversos personagens, muitos deles mulheres doidas. E no show são analisados todos os tipos humanos. Uma delas é uma mãe de família, extremamente apegada aos filhos, mas tagarela e sem noção ao extremo. Ela é inspirada na própria mãe do ator. E agora ganha um longa metragem, "Minha Mãe É Uma Peça", direção de André Pellenz.
Na história, dona Hermínia escuta os filhos, o gay Juliano (Rodrigo Pandolfo) e a gorda Marcelina (a ótima Mariana Xavier) a criticarem. Magoada, sai de casa para dar uma lição aos filhos - será que com ela longe, eles conseguirão se virar? Claro que não, devido a sufocante educação que Hermínia deu para os rebentos. Os dois não têm condições nem de fazer um sanduíche.
O filme tem cenas engraçadas, Paulo Gustavo é ótimo ator, e os tipos vistos no filme podem ser encontrados na vida real de cada um todos os dias. O problema é que dificilmente um personagem com força num esquete consegue ter fôlego para sobreviver num longa metragem. "Minha Mãe É Uma Peça" tem mais baixos do que altos, às vezes caindo na banalidade, e escorregando no sentimentalismo barato.
A melhor parte acaba sendo durante os créditos finais, quando Paulo Gustavo aparece filmando a sua mãe dentro do apartamento. E ela tentando fugir da câmera, desfiando uma fileira de palavrões.
Cotação: regular
Chico Izidro
Na história, dona Hermínia escuta os filhos, o gay Juliano (Rodrigo Pandolfo) e a gorda Marcelina (a ótima Mariana Xavier) a criticarem. Magoada, sai de casa para dar uma lição aos filhos - será que com ela longe, eles conseguirão se virar? Claro que não, devido a sufocante educação que Hermínia deu para os rebentos. Os dois não têm condições nem de fazer um sanduíche.
O filme tem cenas engraçadas, Paulo Gustavo é ótimo ator, e os tipos vistos no filme podem ser encontrados na vida real de cada um todos os dias. O problema é que dificilmente um personagem com força num esquete consegue ter fôlego para sobreviver num longa metragem. "Minha Mãe É Uma Peça" tem mais baixos do que altos, às vezes caindo na banalidade, e escorregando no sentimentalismo barato.
A melhor parte acaba sendo durante os créditos finais, quando Paulo Gustavo aparece filmando a sua mãe dentro do apartamento. E ela tentando fugir da câmera, desfiando uma fileira de palavrões.
Cotação: regular
Chico Izidro
"Paz, Amor e Muito Mais"
Com direção de Bruce Beresford, "Paz, Amor e Muito Mais" é um filme entediante, regado a maconha e vida hippie. Tudo começa quando a personagem de Catherine Kenner, Diane, careta e centrada na carreira, leva um pontapé na bunda do marido vivido por Kyle McLachlan. Como se recuperar da fossa? Ah, visitar a mãe e levar os filhos para conhecê-la - e alguém me explica aí como pode os filhos já serem adolescentes e ainda não terem conhecido a avó?
E a mãe e avó é oposto da filha. Jane Fonda, ainda batendo um bolão aos 70 e poucos anos, é uma hippie, vivendo em Woodstock, lá mesmo onde ocorreu o mítico concerto de rock em 1969, no meio de um bando de gente que ainda parece estar vivendo nos anos 1960. Aí dê-lhe filosofia zen, muito fumacê, a redescoberta do amor, a descoberta do amor. Tudo muito clichê, cansativo e previsível.
Cotação: ruim
Chico Izidro
E a mãe e avó é oposto da filha. Jane Fonda, ainda batendo um bolão aos 70 e poucos anos, é uma hippie, vivendo em Woodstock, lá mesmo onde ocorreu o mítico concerto de rock em 1969, no meio de um bando de gente que ainda parece estar vivendo nos anos 1960. Aí dê-lhe filosofia zen, muito fumacê, a redescoberta do amor, a descoberta do amor. Tudo muito clichê, cansativo e previsível.
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Um Golpe Perfeito"
"Um Golpe Perfeito", direção de Michael Hoffman, mostra o especialista em arte Harry Deane (Colin Firth) se aliando a caipira texana PJ Puznowski (Cameron Diaz) para dar um golpe milionário no ganancioso empresário Lionel Shahbandar (Alan Rickman). A comédia é uma refilmagem de um filme dos anos 1960, e tem traços do clássico oitentista "Um Peixe Chamado Wanda", mas com menos personagem, e sem o mesmo timing humorístico.
O trio principal até está afiado, mas Firth, quase abobalhado, não mostra o dom para a comédia, mesmo com uma cena divertida num hotel, quando tenta roubar um vaso, ficando só de cueca, pelos corredores. Mas quem surpreende é Cameron Diaz, que está bela e que conseghue trazer um pouco de graça com sua personagem, acertando no sotaque texano. Pena que a história, por vezes, fique mirabolante, provocando o marasmo, e por consequência o sono.
Cotação: ruim
Chico Izidro
O trio principal até está afiado, mas Firth, quase abobalhado, não mostra o dom para a comédia, mesmo com uma cena divertida num hotel, quando tenta roubar um vaso, ficando só de cueca, pelos corredores. Mas quem surpreende é Cameron Diaz, que está bela e que conseghue trazer um pouco de graça com sua personagem, acertando no sotaque texano. Pena que a história, por vezes, fique mirabolante, provocando o marasmo, e por consequência o sono.
Cotação: ruim
Chico Izidro
"Domésticas"
O diretor Gabriel Mascaro teve uma ideia. Deu a câmera para sete jovens e pediu a eles para registrarem durante uma semana o cotidiano de suas empregadas. Depois, ele pegou as fitas e as editou. O resultado é o documentário "Domésticas". Evidente que o resultado, apesar de curioso, tem suas irregularidades. Muito por causa da falta de simpatia de alguns jovens, outro por causa de algumas empregadas registradas no filme.
Algumas delas são interessantes, como a que de melhor amiga de infância acabou como empregada. Ou a insone, que trabalha enquanto todos na casa dormem, e não tem medo de mostrar seus quilos a mais sob a camisa tricolor do Bahia. O que incomoda, e isto é até positivo, é a resignação de algumas mulheres naquela situação subalterna. Uma é considerada "da família", mas negra, dorme num quartinho no fundo da casa. "Ah, mas ela até come com a gente à mesa", diz a patroa.
Cotação: bom
Chico Izidro
Algumas delas são interessantes, como a que de melhor amiga de infância acabou como empregada. Ou a insone, que trabalha enquanto todos na casa dormem, e não tem medo de mostrar seus quilos a mais sob a camisa tricolor do Bahia. O que incomoda, e isto é até positivo, é a resignação de algumas mulheres naquela situação subalterna. Uma é considerada "da família", mas negra, dorme num quartinho no fundo da casa. "Ah, mas ela até come com a gente à mesa", diz a patroa.
Cotação: bom
Chico Izidro
"Segredos de Sangue"
O diretor sul-coreano Park Chan-wook, do emblemático "Oldboy" chegou à América para dirigir o plástico "Segredos de Sangue". E é isso, muito estilo, belas tomadas. E pouco conteúdo na vida da família Stoker. O marido de Evelyn (Nicole Kidman) e pai de India (Mia Wasikowska) morre em trágico acidente. Durante o velório surge o irmão de Richard Stoker, Charles (Matthew Goode, de Watchmen - O Filme), que era um desconhecido das duas mulheres.
Com seu jeito sedutor, Charles vai cativando India e Evelyn, mas na melhor tradição ou seria pior tradição daqueles filmes que fazem sucesso na Tela Quente, Charles esconde um perigoso segredo. Ele vai estendendo sua estadia na bela mansão dos Stoker, outros parentes começam a sumir, sem deixar rastros, sob os olhares atentos e investigativos de India, tímida, considerada estranha e vítima de bullying pelos colegas na escola. Uma nerd, que calça sempre os mesmos sapatos bicolores e que era extremamente ligada ao pai.
O que dizer mais de "Segredos de Sangue"...o filme do psicopata da semana.
Cotação: ruim
Chico Izidro
Com seu jeito sedutor, Charles vai cativando India e Evelyn, mas na melhor tradição ou seria pior tradição daqueles filmes que fazem sucesso na Tela Quente, Charles esconde um perigoso segredo. Ele vai estendendo sua estadia na bela mansão dos Stoker, outros parentes começam a sumir, sem deixar rastros, sob os olhares atentos e investigativos de India, tímida, considerada estranha e vítima de bullying pelos colegas na escola. Uma nerd, que calça sempre os mesmos sapatos bicolores e que era extremamente ligada ao pai.
O que dizer mais de "Segredos de Sangue"...o filme do psicopata da semana.
Cotação: ruim
Chico Izidro
"A Memória Que Me Contam"
Vários amigos, ex-guerrilheiros nos tumultuados anos de chumbo no Brasil, reúnem-se em "A Memória Que Me Contam", de Lucia Murat, para acompanhar os últimos momentos da vida da amiga e companheira Ana (Simone Spoladore). Com câncer terminal, ela é o eixo que unia a todos. Durante a história, baseada na vida de uma amiga da diretora, são recriados momentos históricos do Brasil nos anos 1960.
Ao mesmo tempo, "A Memória Que Me Contam" mostra a reflexão dos personagens, o que conquistaram ao ter atuado na luta armada contra os militares, suas frustrações. Um deles agora é um ministro do governo, que em Brasília, quer evitar contato com os ex-parceiros, mesmo que eles lhe liguem todo o tempo. Outro mostra, que apesar dos anos, não mudou muito e continua com atitudes e conceitos radicais. Mas a história foca mais em Irene (Irene Ravache), melhor amiga de Ana, diretora de cinema - espécie de alter-ego de Murat -. Ela não consegue aceitar estar perdendo a amiga, ao mesmo tempo que precisa ajudar o marido Paolo (Franco Nero), que após anos vivendo no Brasil, foi preso e corre o risco de ser extraditado para a Itália, acusado de ter matado duas pessoas durante atentado terrorista nos anos 1970.
"A Memória Que Me Contam" é um filme reflexivo, não sendo de fácil assimilação. Pois quem assistí-lo tem de ter um mínimo de conhecimento da época analisada, a da ditadura no Brasil. A personagem Ana, por vezes aparece em flash-backs, por ora surge como um espírito a conversar com os amigos. E é atual ainda ao retratar a vida de alguns ex-guerrilheiros. Que baseiam-se em personagens reais, como o ministro, o terrorista italiano (calcado exatamente em Cesare Battisti, que a Justiça brasileira impediu de ser extraditado para a Itália devido a crime cometido há três décadas).
Cotação: bom
Chico Izidro
Ao mesmo tempo, "A Memória Que Me Contam" mostra a reflexão dos personagens, o que conquistaram ao ter atuado na luta armada contra os militares, suas frustrações. Um deles agora é um ministro do governo, que em Brasília, quer evitar contato com os ex-parceiros, mesmo que eles lhe liguem todo o tempo. Outro mostra, que apesar dos anos, não mudou muito e continua com atitudes e conceitos radicais. Mas a história foca mais em Irene (Irene Ravache), melhor amiga de Ana, diretora de cinema - espécie de alter-ego de Murat -. Ela não consegue aceitar estar perdendo a amiga, ao mesmo tempo que precisa ajudar o marido Paolo (Franco Nero), que após anos vivendo no Brasil, foi preso e corre o risco de ser extraditado para a Itália, acusado de ter matado duas pessoas durante atentado terrorista nos anos 1970.
"A Memória Que Me Contam" é um filme reflexivo, não sendo de fácil assimilação. Pois quem assistí-lo tem de ter um mínimo de conhecimento da época analisada, a da ditadura no Brasil. A personagem Ana, por vezes aparece em flash-backs, por ora surge como um espírito a conversar com os amigos. E é atual ainda ao retratar a vida de alguns ex-guerrilheiros. Que baseiam-se em personagens reais, como o ministro, o terrorista italiano (calcado exatamente em Cesare Battisti, que a Justiça brasileira impediu de ser extraditado para a Itália devido a crime cometido há três décadas).
Cotação: bom
Chico Izidro
quarta-feira, junho 12, 2013
"Antes da Meia-Noite"
Em 1994, a bela Julie Delpy e Ethan Hawke passearam e conversaram sobre a vida e Viena no romântico "Antes do Amanhecer". Dez anos depois, a continuação em Paris no reflexivo "Antes do Pôr do Sol", quando Jesse aparece por lá para lançar seu livro baseado na história dele com Céline. Pois chega 2013, e em "Antes da Meia-Noite", dirigido por Richard Linklater, Céline (Delpy) e Jesse (Hawke) estão casados, pais de gêmeas, passando férias na paradisíaca Grécia.
E o romancista Jesse quer passar mais tempo perto do filho adolescente, fruto de seu primeiro casamento, e que mora em Chicago. Será que Céline, que recém recebeu proposta de emprego junto ao governo francês, toparia se mudar para os Estados Unidos com ele e as meninas, deixando Paris? Em uma hora e meia, o casal que encantou várias gerações, discute o relacionamento. Estaria ele desgastado? Céline teria deixado de amar Jesse, ou por amá-lo demais é que ela o deixaria ir?
Na conversa de ambos, vemos aqui e ali fatos por quais também passamos ou imaginamos que um dia teremos de conviver. Afinal Céline e Jesse são um casal comum, com seus altos e baixos, com filhos para ajudar e também atrapalhar. Será que ficarão juntos. Será que daqui a dez anos veremos os dois sendo avós? Afinal, quem não deseja uma relação assim?
Cotação: ótimo
Chico Izidro
E o romancista Jesse quer passar mais tempo perto do filho adolescente, fruto de seu primeiro casamento, e que mora em Chicago. Será que Céline, que recém recebeu proposta de emprego junto ao governo francês, toparia se mudar para os Estados Unidos com ele e as meninas, deixando Paris? Em uma hora e meia, o casal que encantou várias gerações, discute o relacionamento. Estaria ele desgastado? Céline teria deixado de amar Jesse, ou por amá-lo demais é que ela o deixaria ir?
Na conversa de ambos, vemos aqui e ali fatos por quais também passamos ou imaginamos que um dia teremos de conviver. Afinal Céline e Jesse são um casal comum, com seus altos e baixos, com filhos para ajudar e também atrapalhar. Será que ficarão juntos. Será que daqui a dez anos veremos os dois sendo avós? Afinal, quem não deseja uma relação assim?
Cotação: ótimo
Chico Izidro
"Além da Escuridão - Star Trek"
Há pouco me dei conta que não sou tão fã assim de Star Trek quanto imaginava. Gostar de Spock, Kirk, Uhura, Magrão, era mais uma coisa sentimental relacionada com minha infância e a pouca opção de seriados. Tanto que nunca assisti e nem pretendo os filmes da cinesérie das décadas de 1970, 80 e 90. Então em 2...., J. J. Abrams dirigiu "Star Trek", uma releitura da saga da Enterprise (este sim um objeto de desejo) e de como a equipe foi montada. Tive de brigar para não cair no sono à época.
Pois agora chega "Além da Escuridão - Star Trek", também dirigido por J. J. Abrams. Não fosse tê-lo visto em Imax, teria achado de uma chatice monumental. Kirk (Chris Pine), um irresponsável nato, perde o comando da nave após descumprir o regulamento ao tentar salvar Spock (Zachary Quinto) da morte. Spock é vulcano, raça que aprendeu a reprimir os sentimentos - não ri, não chora, não ama -, mas este filme subverte tudo aquilo que Leonard Nimoy caracterizou há mais de 40 anos. Afinal, Spock tem de ajudar Kirk a combater Khan, ser extraterrestre que pretender se vingar dos humanos pelo extermínio de seus semelhantes. E em suas infindáveis duas horas, eu penso quwe cansei deste tipo de filme.
Cotação: ruim
Chico Izidro
Pois agora chega "Além da Escuridão - Star Trek", também dirigido por J. J. Abrams. Não fosse tê-lo visto em Imax, teria achado de uma chatice monumental. Kirk (Chris Pine), um irresponsável nato, perde o comando da nave após descumprir o regulamento ao tentar salvar Spock (Zachary Quinto) da morte. Spock é vulcano, raça que aprendeu a reprimir os sentimentos - não ri, não chora, não ama -, mas este filme subverte tudo aquilo que Leonard Nimoy caracterizou há mais de 40 anos. Afinal, Spock tem de ajudar Kirk a combater Khan, ser extraterrestre que pretender se vingar dos humanos pelo extermínio de seus semelhantes. E em suas infindáveis duas horas, eu penso quwe cansei deste tipo de filme.
Cotação: ruim
Chico Izidro
"O Grande Gatsby"
Narrado em forma de flashback pelo corretor da bolsa e aspirante a escritor Nick Carraway (Tobey Maguire), "O Grande Gatsby", resgata a loucura dos anos 1920 em Nova Iorque, com muitas festas, a corrupção proveniente da Lei Seca. Nela, o milionário Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio) quer resgatar, quase pateticamente, o seu amor adolescente pela riquinha Daisy (Carey Mulligan), casada com o milionári jogador de polo Tom Buchanan (Joel Edgerton, de A Hora Mais Escura).
O diretor australiano Baz Luhrmann não consegue se conter, exagerando no visual extremamente colorido e na trilha sonora - mesmo o filme se passando na segunda década do século passado, as festas, quase raves, são embaladas por música eletrônica, e Gatsby desfila de carro por Nova Iorque ao som de hip hop. Por mais que tente-se dar um ar moderninho para capturar uma audiência mais jovem, não cabe este estilo musical num filme de época. Em outras cenas, faltam detalhes para que os personagens não saiam cantando, como se estivessem num musical. Maior exemplo é a festa no apartamento da amante de Buchanan e testemunhada por Carraway.
Aliás, Tobey Maguire passa quase todo o filme com uma cara patética, como pensasse: "Ah, como deve ser legal ser rico". Carey Mulligan, por sua vez, não é mais do que uma bonequinha de luxo, pronta a desabar no choro. Patética é a cena em que é colocada na parede pelo marido e pelo amante. DiCaprio se sai melhor, mesmo que seu Gatsby seja um pouco aparvalhado. Enfim, "O Grande Gatsby" é bom para os olhos, devido a sua beleza visual, mas carece de profundidade.
Cotação: regular
Chico Izidro
O diretor australiano Baz Luhrmann não consegue se conter, exagerando no visual extremamente colorido e na trilha sonora - mesmo o filme se passando na segunda década do século passado, as festas, quase raves, são embaladas por música eletrônica, e Gatsby desfila de carro por Nova Iorque ao som de hip hop. Por mais que tente-se dar um ar moderninho para capturar uma audiência mais jovem, não cabe este estilo musical num filme de época. Em outras cenas, faltam detalhes para que os personagens não saiam cantando, como se estivessem num musical. Maior exemplo é a festa no apartamento da amante de Buchanan e testemunhada por Carraway.
Aliás, Tobey Maguire passa quase todo o filme com uma cara patética, como pensasse: "Ah, como deve ser legal ser rico". Carey Mulligan, por sua vez, não é mais do que uma bonequinha de luxo, pronta a desabar no choro. Patética é a cena em que é colocada na parede pelo marido e pelo amante. DiCaprio se sai melhor, mesmo que seu Gatsby seja um pouco aparvalhado. Enfim, "O Grande Gatsby" é bom para os olhos, devido a sua beleza visual, mas carece de profundidade.
Cotação: regular
Chico Izidro
“Odeio o Dia dos Namorados”
Para começar, “Odeio o Dia dos Namorados”, é um dos maiores merchandising já levados à telona pelo cinema nacional em todos os tempos. Depois, a chupação descarada de filmes românticos americanos, e do clássico literário “Um Conto de Natal”, de Charles Dickens.
E todos estes ingredientes acabam proporcionando um filme diferente, longe daquelas baboseiras escatológicas e apelativas que estamos acostumados a ver, produzidas principalmente pela Globo Filmes.
“Odeio o Dia dos Namorados”, dirigido por Roberto Santucci, é protagonizado por Heloisa Périssé, que vive uma mesquinha publicitária, que tem de criar uma campanha para o bombom Sonho de Valsa. Débora subiu na carreira pelo talento, mas também atropelando tudo e a todos, sem pensar nos efeitos colaterais que afetaram profundamente sua vida e a das outras pessoas. Aos 40 e poucos anos, é solitária e odiada pelos colegas da agência de publicidade onde vive, apesar de ainda amar o namorado de adolescência.
Um dia Débora recebe a visita de um fantasma, seu melhor amigo, o gay Geraldo (Marcelo Saback), que morreu de ataque cardíaco um ano antes. E Geraldo leva Débora a revisitar sua vida passada e conhecer a futura. Neste redemoinho, o filme tem boas sacadas, mas nada original, como a reconstituição dos anos 1980, com suas festinhas de garagem, a perda da virgindade, mas também os infames Menudos e os mullet.
Heloisa Périssé, normalmente exageradamente histérica, está contida e vai bem em todo o filme. Os destaques acabam sendo o amigo gay Geraldo, e Danielle Winits, como a delegada namorada de Heitor (Daniel Boaventura, destoando um pouco do resto do elenco) interesse romântico de Débora.
Cotação: regular
Chico Izidro
“Camille Outra Vez”
“Camille Outra Vez”, direção de Noémi Lvosvly, que também interpreta a personagem central, é um divertido filme com toques de realismo fantástico. Camille chegou aos 40 anos frustrada – pois sua carreira de atriz naufraga, e o seu casamento iniciado aos 16 anos com o primeiro namorado está finado. De forma mágica, ao acertar seu relógio na véspera do Ano Novo, ela é transportada para 1985 – quando os seus pais ainda estavam vivos, e ela vivia a adolescência feliz ao lado de suas amigas. E iria conhecer o futuro marido.
Pode-se pensar que o filme segue aquela fórmula hollywoodiana de volta no tempo, onde um ator adolescente assume o papel, Aqui, de forma inteligente, a mesma atriz que vive Camille quarentona segue na pele da jovem Camille – a divertida Noémie Lvosvky. E a personagem se vê e pensa como tivesse 40 anos, apesar de ser vista por seus pares como adolescente. Éric também não transforma-se fisicamente, mas pensa como tivesse 16 anos, num belo trabalho de Samir Guesmi, de “Foras da Lei”.
Camille tem a chance de modificar a sua vida. Será que irá conseguir? Os momentos em que ela tenta fugir de Éric, como se ele fosse o diabo, são hilárias. “Não chegue perto de mim”, ordena ela. E Éric acha isso provocante e apaixonante, e corre atrás dela como fosse um cão.
O cuidado com a reconstituição de época também é para ser elogiada. As roupas, os cabelos, as músicas – mesmo que uma delas seja a chata “Walking on Sunshine”, único sucesso da Katrina and the Waves.
Cotação: bom
Chico Izidro
Pode-se pensar que o filme segue aquela fórmula hollywoodiana de volta no tempo, onde um ator adolescente assume o papel, Aqui, de forma inteligente, a mesma atriz que vive Camille quarentona segue na pele da jovem Camille – a divertida Noémie Lvosvky. E a personagem se vê e pensa como tivesse 40 anos, apesar de ser vista por seus pares como adolescente. Éric também não transforma-se fisicamente, mas pensa como tivesse 16 anos, num belo trabalho de Samir Guesmi, de “Foras da Lei”.
Camille tem a chance de modificar a sua vida. Será que irá conseguir? Os momentos em que ela tenta fugir de Éric, como se ele fosse o diabo, são hilárias. “Não chegue perto de mim”, ordena ela. E Éric acha isso provocante e apaixonante, e corre atrás dela como fosse um cão.
O cuidado com a reconstituição de época também é para ser elogiada. As roupas, os cabelos, as músicas – mesmo que uma delas seja a chata “Walking on Sunshine”, único sucesso da Katrina and the Waves.
Cotação: bom
Chico Izidro
“Sem Proteção”
Robert Redford volta a dirigir um filme no terreno que mais gosta, o político em “Sem Proteção”. E de lambuja, trás de volta diversos atores veteranos, que não envergonham-se em mostrar seus rostos enrugados e envelhecidos, como a inglesa Julie Christie, musa sessentista de “Dr. Jivago” e “Fahrenheit 451), Nick Nolte, que apesar de ser uns 15 anos mais novo do que Redford, está muito, mas muito mais deotnado, Susan Sarandon, ainda bela, e Stanley Tucci.
A trama envolve revolucionários dos anos 1960, que após assalto frustrado a um banco e a morte de um guarda, acabam entrando na clandestinidade. Cerca de 40 anos depois, todos vivem vidas normais, formaram famílias, mas como nos Estados Unidos os crimes nunca prescrevem, continuam sendo caçados pelo FBI. O personagem de Redford, Jim Grant, agora é um advogado viúvo e pai de uma garota de 11 anos. Sua identidade real será revelada por um jovem jornalista de um pequeno jornal, Bem Sheppard (Shia LaBeouf) e por isso tem de voltar à clandestinidade, e tentar provar que sua participação no malfadado assalto foi pequena e que ele é inocente.
Redford sempre foi ótimo ator e diretor, carismático e inventivo. Suas histórias são sempre interessantes e reflexivas. Só que em “Sem Proteção”, que traz à tona momento emblemático dos Estados Unidos em meio à Guerra do Vietnã, quando parte da opinião pública começou a ser contra ela, a trama perde força do meio para o final. Redford discute o jornalismo investigativo, lembrando uma de suas grandes atuações, como o jornalista Bob Woodward, de “Todos os Homens do Presidente”. Mas não dá para levar fé quando Redford, 76 anos, pula uma cerca de mais de dois metros, e foge de policiais no meio da mata, carregando uma mochilinha...fica difícil acreditar.
E como é que os agentes federais e a polícia nunca conseguiram ver a gritante semelhança do advogado Jim Grant com o terrorista Nick Sloan – a única diferença é o bigodão preto usado pelo personagem nos anos 1960.
Cotação: regular
Chico Izidro
“Fuga do Planeta Terra”
“Fuga do Planeta Terra”, direção de Callan Brunkert, é uma animação totalmente infantil. Escuto de meus leitores, pais de crianças, que não consegue encontrar filmes para levar seus petizes no cinema, pois os desenhos encontram-se cheios de citações cinematográficas e piadas infanto-juvenis ou adultas. Ou seja, incompreensíveis para os menores, que logo, logo perdem o interesse dentro do cinema e começam a chorar ou pedir para ir embora.
Pois neste filme temos a tradicional valorização da família, simpáticos etezinhos azuis e outros personagens bonitinhos. O nerd Gary vive à sombra do irmão fortão e arrogante Scorch Supernova, mesmo sendo mais inteligente e que na realidade mantenha, com seus conhecimentos, o astronauta na crista da onda. Isto porém não é visto pelo filho pequeno, que admira mais Scorch do que ele.
A chance de Gary se mostrar um cara legal e corajoso surgirá quando Scorch, em uma missão, é capturado na Terra por agentes da Nasa. Gary parte para o planeta, considerado inóspito, já que várias ETS foram capturados e acabaram sumindo do mapa, para tentar salvar o atrapalhado irmão.
Tudo muito bonitinho, colorido, numa rapidez incessante hipnotizante na tela, agradando a piazada, mas deixando os adultos em estado quase de coma. E os efeitos 3D não funcionam.
Cotação: regular
Chico Izidro
“Depois da Terra”
O filme surgiu após sonho de Will Smith e pedido para que o diretor M. Night Shyamalan desenvolvesse a ideia. Smith é um dos atores mais poderosos de Hollywood e Shyamalan é um diretor que após um início de carreira surpreendente, como em filmes como “Sexto Sentido” e a “A Vila”, começou a declinar, e nunca foi o que deveria ter sido. E isso fica claro na ficção científica “Depois da Terra”, onde os humanos acabaram expulsos e tiveram de encontrar refúgio em outros planetas.
Passados mais de mil anos da quase extinção, os humanos remanescentes lutam contra uma espécie de monstro cego, chamados de Ursa, que encontram como fortes inimigos soldados que ao não demonstrar medo, conseguem vencê-los. E o maior soldado é Cypher (Smith). Seu filho Kitai (Jaden Smith) quer seguir seus passos soldadescos, mas é recusado na academia militar. O garoto terá a chance de se recuperar e mostrar seu valor quando é convidado pelo pai a participar de uma missão, e a nave acaba caindo na Terra, agora um lugar hostil, habitado por animais quase pré-históricos e predadores. Com o pai machucado, Kitai terá de percorrer um território perigoso para recuperar sinalizador para avisar a base do acidente ocorrido.
“Depois da Terra” até tem certo suspenso, mas é previsível no momento em que sabemos que o garoto está ali para obter sua redenção. Sem contar que Jaden Smith, que surgiu bem no lacrimoso “À Busca da Felicidade”, é irritante, e a trilha sonora melosa incomoda mais ainda. Seu personagem é arrogante e careteiro. Will Smith não faz muita força, pois passa quase todo o filme sentado numa nave – e a produção peca neste aspecto, já que dá para ver muito descaradamente os plásticos, arames e tecidos usados na construção dos objetos usados nas filmagens.
Cotação: regular
Chico Izidro
“O Amante da Rainha”
“O Amante da Rainha”, é um belo filme histórico dirigido por Nicolaj Arcel. Nele, é reconstruído momento significativo da Dinamarca, primeiro país a sofrer a influência do Iluminismo na primeira metade do século XVIII, sempre na visão da rainha Caroline Mathilde.
O médico alemão Johann Friedrich Struensee é convidado para ajudar o jovem rei Cristiano VII (o excelente Mikkel Boe Folsgaard), considerado louco por seu conselho e pelo povo. Imaturo, e casado com a jovem descontente Caroline Mathilde, vinda da Inglaterra, ele acaba por escutar os conselhos do médico e começa a aplicar leis liberais, incomodando os nobres e religiosos conservadores, que começam a planejar um golpe.
No meio disso tudo, o médico e pensador Struensee, interpretado magnificamente pelo ótimo ator Mads Mikkelsen, do seriado “Hannibal” e dos filmes “A Caça” e “007 Cassino Royale“, envolve-se romanticamente com a jovem rainha. E este evento irá prejudicar suas ações libertárias.
“O Amante da Rainha”, além da segura direção e atuações belíssimas, como a de Mads Mikkelsen e de Alicia Vikander, tem uma fantástica reconstituição de época – notem as cenas de Copenhague, suja, seus habitantes imundos convivendo com ratazanas sob seus pés.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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