terça-feira, dezembro 27, 2022

"Terrifier 2"

"Terrifier 2", dirigido por Damien Leone, tem a história transcorrendo um ano depois dos eventos ocorridos no primeiro filme, que é de 2016, mostrando os brutais assassinatos cometidos por um palhaço mímico e serial killer, Art, vivido por David Howard Thornton. A primeira parte tinha pouco mais de uma hora e meia. Agora, sua continuação tem quase duas horas e meia, mas segue na onda da violência e de sangue, muito sangue, cenas de mortes brutais e torturas. Não é para estômagos frágeis, absolutamente. E com quase duas horas e meia. A produção chamou atenção pelos relatos de pessoas que passaram mal e desmaiaram nos cinemas dos Estados Unidos após assistirem ao terror.
O palhaço nunca solta uma palavra sequer. Quando encara a vítima, sorri e mostra seus dentes podres, deixando a pessoa em um estado de nervos gritante. E então ele parte para a chacina. E desta vez, Art tem como meta os irmãos Sienna (Lauren LaVera) e Jonathan (Elliott Fullam), garoto que costuma fantasiar sobre o assassino, sem saber que é a vítima da vez (a cena em que ele é açoitado pelo palhaço é angustiante e pesada). A atuação silenciosa de Howard Thornton é destacada pelo diretor Damien Leone. “Ele traz muita coisa ao filme, como os maneirismos, e eu o deixo improvisar o tempo todo. Conheço bem seu senso de humor e todas as coisas sádicas que ele pode fazer”, conclui.
"Terrifier 2" é um excelente filme de terror, assustador mesmo, com sua violência gratuita - é preciso que o espectador tenha estômago forte para esta sequência. Apenas uma ressalva que faço ao palhaço Art, que é totalmente amedrontador e brutal. É que ele ganhou ares de imortal, a exemplo de seus pares, como Jason Vorhees e Fred Krueger. Ou seja, por mais que seja esfaqueado, explodido, decapitado, fuzilado, sempre volta à vida. Isso tirou um pouco as forças do personagem.
"Terrifier 2" foi lançado nos cinemas dos Estados Unidos em 6 de outubro e se tornou um dos assuntos mais comentados por causa de relatos do público desmaiando, vomitando e indo parar no hospital, devido as cenas de violência explícita, mortes brutais e sangrentas causadas pelo protagonista Art, um serial killer fantasiado de palhaço.
Cotação: bom
Duração: 2h18min
Chico Izidro

quinta-feira, dezembro 08, 2022

"ELA DISSE" (She Said)

"Ela Disse" (She Said), filme dirigido por Maria Schrader, é baseado no livro best-seller do New York Times, “Ela Disse: Os Bastidores da Reportagem que Impulsionou o #MeToo”, escrito por Megan Twohey e Jodi Kantor. A obra mostra como foi escancarado todo o sistema que o poderoso produtor de filmes Harvey Weinstein usava para abusar de suas vítimas - mulheres que queriam trabalhar na indústria cinematográfica e sofriam todos os tipos de abusos sexuais.
O longa é importante, muito importante por dar voz as mulheres. As atrizes Carey Mulligan (Bela Vingança) e Zoe Kazan (Doentes de Amor) vivem as repórteres Megan Twohey e Jodi Kantor, que por mais de três anos trabalharam nas investigações. Tendo de neste tempo driblar o silêncio e o medo de muitas das vítimas. O longa permite ver não só a uma história do jornalismo investigativo, mas, principalmente, verificar todo o sistema voltado contra as mulheres.
A atriz Ashley Judd (Risco Duplo) interpreta ela mesma, vítima que foi no início de carreira de Weinstein. Também muita citada no filme, Gwyneth Paltrow aparece apenas em fotos e citações. "Ela Disse" foi gravado realmente na redação do The New York Times, à época esvaziado por causa da pandemia da Covid-19.
Apesar de ser um baita filme, "Ela Disse" não tem nada de novo em relação a filmes de jornalismo investigativo. Por vezes remete muito a "Todos os Homens do Presidente" (1976), um dos grandes clássicos sobre jornalismo, que relata o trabalho de dois jornalistas Bob Woodward (Robert Redford) e Carl Bernstein (Dustin Hoffman), em relação a corrupção no governo Nixon, e "Spotlight", vencedor do Oscar em 2016, e que trata sobre os crimes sexuais da igreja católica. Além disso, pode fazer que muita gente decida ser jornalista na vida - uma vida sem nenhum glamour e que exige muito sacrifício pessoal.
Ah, em tempo, depois de divulgadas as matérias, Harvey Weinstein, que no filme aparece só de costas, tentou se desculpar com algumas de suas vítimas. Ele acabou sendo condenado a 25 anos - que está cumprindo desde 2020. Com 70 anos de idade atualmente, dificilmente sairá vivo da cadeia.
Cotação: ótimo
Duração: 2h09min
Chico Izidro

domingo, dezembro 04, 2022

Em meio às diversas comédias românticas que são lançadas na época de Natal, chega um filme diferente: "Noite Infeliz" (Violent Night), protagonizado por David Harbour, o Jim Hopper de "Stranger Things", e direção de Tommy Wirkola (Zumbis na Neve, de 2009). O filme é uma comédia de ação, misturando o espírito natalino com violência.
Na história, o Papai Noel realmente existe, mas ao contrário do imaginário popular, não é aquele velhinho simpático, falando hohoho. Ele, interpretado por David Harbour, é um homem de meia idade, alcóolatra e amargurado com a vida. Na noite de Natal precisa entregar os presentes, mas apenas para aqueles que se comportaram.
Ao mesmo tempo, a família bilionária dos Lightfoot se reúne na mansão da matriarca Gertrude (uma irreconhecível Beverly D'Angelo, por causa de tanto botox em seu rosto). A neta Leah Brady (The Umbrella Academy) acredita no Papai Noel, e tem como pedido de Natal que seus pais se reconciliem e voltem a ficar juntos.
Porém, a mansão acaba sendo invadida por ladrões no exato momento em que Papai Noel se encontra em seu interior, deixando os presentes. Assustadas com o tiroteio, suas renas fogem, e o velhinho fica preso no local. Os invasores são cruéis, assassinos frios e mortais. Mas o velhinho, que aparentava ser uma pessoa medrosa e fraca, deixa transparecer quem realmente é: um viking (afinal ele é da Lapônia, na Escandinávia) esmagador de crânios, usando um martelo para detonar os inimigos.
A produção não poupa cenas de violência, sangue esjorrando, crânios explodidos, e quando não são mostradas, são usados cortes de câmera para mexer com a imaginação do espectador. São utilizados ainda elementos e easter-eggs de clássicos natalinos como "Duro de Matar" (1988) e "Esqueceram de Mim" (1990).
Se fosse apenas por este lado, "Noite Infeliz" (Violent Night) seria um filmão. Porém, o longa acaba sendo enfraquecido quando entram em ação momentos apelativos, beirando a breguice, de como o Natal é maravilhoso, de como Papai Noel realmente existe...blah, blah, blah....enjoativo e apelativo.
Cotação: regular
Duração: 1h52min
Chico Izidro

quinta-feira, dezembro 01, 2022

"ATÉ OS OSSOS" (Bones and All)

O canibalismo sempre assustou, mas também trouxe curiosade ao longo da história da humanidade. Neste ano, ganhou destaque novamente o serial killer canibal Jeffrey Dahmer, que ganhou série na Netflix, e até a vida pessoal do ator Armie Hammer, um dos astros “Me chame pelo seu nome”. Ele se viu no meio de polêmica envolvendo estupro, abuso psicológico e canibalismo, que motivaram a produção da série “House of Hammer: Segredos de família”, exibida no Brasil pelo Discovery+.
Hammer, aliás, estrelou “Me chame pelo seu nome” ao lado de Timothée Chalamet, que vive um dos personagens centrais de "Até os Ossos", o andarilho Lee. A trama deste road-movie é baseada no romance homônimo de Camille DeAngelis, e tem direção de Luca Guadagnino, sendo focada em um relacionamento ardente e juvenil, mas que também traz seres canibais, que se escondem nas sombras - não, não são vampiros, mas pessoas que parecem normais, porém precisam de carne humana para sobreviver.
O filme já choca no começo, quando a jovem deslocada socialmente Mauren Yearly (Taylor Russell) tenta se entrosar, e numa cena que parece ser sexy, mas não é, chupa o dedo de uma colega. Feito o estrago, ela corre para casa, onde conta o ocorrido para o pai, que diz: "vamos, temos dez minutos para escapar".
No dia seguinte, Mauren se vê abandonada pelo pai, que deixa uma fita-cassete para ela escutar, onde ele narra a trajetória da família (detalhe, o filme se passa em 1984). Ao escutar a gravação, a garota, que recpém completou 16 anos, sai pelo mundo à procura da mãe, que nunca conheceu, para tentar entender as suas raízes.
E em sua caminhada pelo meio-oeste americano ela se depara com o canibal Sully (Mark Rylance), que mostra para Mauren os primeiros procedimentos de como deve se portar uma pessoa geneticamente parecida com eles. E logo surge na vida da adolescente Lee, e os dois se unem, numa fogosa paixão, e aprendendo ainda a sobreviverem à margem da sociedade, e tendo de encarar seus passados traumáticos.
"Até os Ossos" é um filme que tem momentos de terror e suspense, mas é mais ainda um filme de amor, de como os diferentes têm de se portar perante a sociedade e suas leis. E a química de Taylor Russell e Timothée Chalamet é perfeita, é nota dez. Filmaço.
Cotação: ótimo
Duração: 2h10min
Chico Izidro

terça-feira, novembro 15, 2022

"PANTERA NEGRA - Wakanda Para Sempre" (Black Panther - Wakanda Forever)

“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, direção de Ryan Coogler, é um filme homenagem ao antigo protagonista do personagem da Marvel, o ator Chadwick Boseman, morto em 2020, vítima de câncer. E também uma obra com visão quase toda ela feminina, pois as mulheres são o centro da ação, lembrando muito o recente "A Mulher-Rei", mas como filme de herói, deixa muito a desejar.
A obra começa com uma bela homenagem a Boseman, cujo personagem é sempre citado ao longo de suas quase três horas e de seu legado para o reino de Wakanda - um rico e poderoso país africano, que possui um metal precioso, o Vibranium, que é o fator de conflito, pois é desejado pelas grandes potências mundiais. Mas os wakandianos rejeitam os pedidos para compartilhar a riqueza, pois acreditam que ele pode causar guerras.
Mas o filme também é de origem, ao introduzir o novo Pantera Negra, e também uma nova ameaça, o Princípe Submarino Namor (Tenoch Huerta), que luta para evitar a propagação do Vibranium pelo mundo, e para isso não descarta destruir e matar todo mundo que se oponha a ele, incluindo a jovem Riri Williams (Dominique Thorne), uma garota gênio da tecnologia que criou um instrumento capaz de localizar o metal precioso no fundo do mar.
Wakanda é governada pela Rainha Ramonda (Angela Bassett), tendo ao lado a filha nerd Shuri (Letitia Wright) e as guerreiras Okoye (Danai Gurira) e Nakia (Lupita Nyong’o). E aí já me incomoda de montão, pois sou totalmente antimonarquista, seja vida real ou ficção. E um filme que enobrece este sistema político me deixa muito p...da vida.
Além disso, suas cenas de ação são mais do mesmo, genéricas, e às vezes muito escuras, prejudicam a visibilidade. "Pantera Negra - Wakanda Para Sempre" é longo e arrastado, e ainda tem uma cena no meio dos créditos finais, que introduz um novo personagem - e aqui não vou dar um spoiler, mas talvez se ocorrer um terceiro longa, ocorra um salto temporal de uma década na história. Por fim, decididamente, não tenho mais paciência para filmes de super-heróis.
Cotação: regular
Duração: 2h41min
Chico Izidro

sexta-feira, outubro 21, 2022

"ADÃO NEGRO" (Black Adam)

"Adão Negro" (Black Adam), dirigido por Jaume Collet-Serra (diretor de entre outros, A Órfã, Águas Rasas e Sem Escalas) é baseado no personagem dos quadrinhos Black Adam, da DC Comics, grande adversário de Shazam!, e que possui super força, velocidade, resistência, capacidade de voar e de disparar raios. A trama começa contando a origem do personagem, que era um escravo no fictício reino de Kahndaq. Apesar de seus poderes, ele acaba os usando para o mal. E ele passa 3 mil anos aprisionado, até o filme pular para os dias atuais.
E no presente, Kahndaq encontra-se ocupada pela força militar da Intergangue, quando uma revolucionária, Isís (Sarah Shahi) encontra a coroa em uma caverna e, acaba libertando Adão Negro, interpretado por Dwayne Johnson). Inicialmente, ele é visto como o libertador de seu país, mas na realidaede ele tem pensamentos malígnos.
Ciente disso, Amanda Waller (Viola Davis) despacha um grupo de super-heróis, a Sociedade da Justiça, formada por Esmaga-Átomo (Noah Centineo), Ciclone (Quintessa Swindell), Gavião Negro (Aldis Hodge) e Senhor Destino (Pierce Brosnan) para tentar capturar Adão Negro. E neste ponto, o filme já foi para o ralo, transformando-se em apenas mais um filme de super-heróis, com nada de novidade. Apenas intermináveis lutas, prédios arrassados, batalhas confusas, com cenas escuras, onde não se consegue distinguir quem está lutando com quem, e nada de sangue, pois afinal de contas o público alvo é o adolescente. E claro, depois de muita pancadaria, o vilão e o grupo de heróis têm de unir forças para combater um mal maior.
Não gosto de ser simplista, mas o filme é ruim, as atuações são fracas, o roteiro é o mais do mesmo. E os efeitos especiais, principalmente quando surge um demônio, poderiam ser melhor trabalhados. Faltou vontade e sobrou preguiça.
Cotação: ruim
Duração: 2h04min
Chico Izidro

quinta-feira, outubro 13, 2022

"HALLOWEEN ENDS - O ACERTO DE CONTAS FINAL" (Halloween Ends)

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"Halloween Ends - O Acerto de Contas Final", longa dirigido por David Gordon Green, é o terceiro filme da trilogia que começou em 2018, tendo mais uma vez Jamie Lee Curtis como Laurie Strode. A franquia teve início em 1978, com o filme "Halloween", de John Carpenter, que iniciou um ciclo apresentando o serial killer Michael Myers.
O novo filme inicia quatro anos após os eventos de "Halloween Kills: O Terror Continua" (2021). Laurie agora vive com sua neta Allyson (Andi Matichak) e está terminando seu livro de memórias. Depois de décadas de pesadelos e medo de viver, agora Laurie tenta recomeçar, sem medo.
A hiustória começa, no entanto, em mais uma noite de Halloween, quando Corey Cunningham (Rohan Campbell) vai trabalhar de babá, e acidentalmente o garoto que ele estava cuidando, acaba morrendo. O jovem é acusado de assassinato, e fica marcado pelo incidente, e apesar de inocentado, vira um pária na cidade de Haddonfield, sendo perseguido pelos moradores e sofrendo bullying. “Sem Michael Myers a cidade precisava de um novo monstro”, diz um dos personagens do filme, explicando o motivo da perseguição que sofre Corey.
E ele acaba atraindo a simpatia de Laurie, que o apresenta para Allyson, e os dois iniciam um relacionamento. Até que certa noite, Corey acaba se deparando com um grupo de jovens que o atormentam, e acaba agredido, caindo em um bueiro - nele se depara com a figura de Michael Myers, que o poupa da morte. E faz mais ainda, parecendo entrar na mente do jovem, que passa a ter instintos assassinos. A mudança em Corey não passa despercebida por Laurie, que acredita estar nele a reencarnação de Myers. E a cidade passa a viver novamente uma onda de terror e violência, com Corey possuído, saindo atrás de todo mundo que o incomodou, até mesmo usando a famosa máscara do serial killer.
O filme, no entanto, é de uma decepção quase total, apesar de um começo promissor. O romance de Corey e Allyson é totalmente apressado e sem sentido. E o ritmo é irregular, com momentos interessantes e outros que poderiam ser descartados - até mesmo as mortes, apesar de algumas serem bem fortes, como a do DJ ou de um dos bullys, muito sangrentos, quase doentios.
"Halloween Ends - O Acerto de Contas Final" poderia render mais, e apesar de o seu encerramento ter mostrado uma morte pesada para Michael Myers, e a garantia de que este é mesmo o último filme da franquia, nunca dá para acreditar. Pois afinal, sempre é possível no mundo do cinema criar um renascimento para certos personagens. E se dá lucro, porque acabar com tudo?
Cotação: Regular
Duração: 1h51min
Chico Izidro

domingo, setembro 25, 2022

“A MULHER REI” (The Woman King)

Inspirado em fatos históricos ocorridos no Século XIX, "A Mulher Rei" (The Woman King), é dirigido por Gina Prince-Bythewood, e protagonizado pela fantástica Viola Davis, que raramente erra em suas escolhas. A trama segue as guerreiras Agojie, um exército completamente feminino que protegeu o reino africano de Daomé, por cerca de 200 anos – isso aconteceu porque os homens morriam nas guerras ou eram trazidos para a América como escravos. Então as mulheres eram treinadas para o combate.
E na história, ambientada nos anos 1820, temos Nanisca (Viola), que treina as guerreiras, enquanto ao mesmo tempo combate o império Oyo, uma nação escravagista. Mas o roteiro não amolece, e mostra que sim, várias tribos africanas realmente vendiam outras tribos para os comerciantes de escravos – em determinado momento Nanisca chega a pedir ao seu rei que ele não transforme Daomé em uma tribo que vende seu próprio povo, e que eles foquem no comércio dos produtos locais para se sustentarem.
E o filme tem várias cenas de batalhas, lutas, todas muito bem encenadas. Mas Viola Davis até Disse que “A Mulher Rei” não é um filme de ação, e sim um filme de drama com cenas de ação. E mostra com firmeza o protagonismo feminino, retratando a força e a coragem das guerreiras Agojie – no mesmo dia em que assisti o filme, à noite estava zapeando na TV, e dei de cara com um documentário no canal Smithsonian sobre essas mulheres reais. Espetacular.
A obra tem ainda um elenco predominantemente negro e feminino, algo raramente visto em filmes, o que é mais fantástico ainda. Nada de amazonas loiras com superpoderes, mas mulheres negras lutando por suas nações, vidas e dignidade.
Além da excelente atuação de Viola, que consegue surpreender novamente, vivendo uma mulher forte, decidida, respeitada e extremamente corajosa, “A Mulher Rei” traz outras grandes atuações, como Thuso Mbedu, atriz sul-africana de 31 anos que interpreta Nawi, uma menina de 19 anos que se torna uma das principais guerreiras Agojie e Lashuana Lynch vivendo a forte e destemida Izogie.
“A Mulher Rei” é um filme que precisa ser visto, tanto por sua importância histórica (mesmo com a natural liberdade criativa), tanto pelas brilhantes atuações de suas poderosas atrizes.
Cotação: ótimo
Duração: 2h24min
Chico Izidro

“NÃO SE PREOCUPE, QUERIDA” ( Don't Worry Darling)

"Não Se Preocupe, Querida” (Don't Worry Darling), dirigido por Olivia Wilde, vinha chamando mais atenção devido as fofocas de bastidores, que envolviam troca de atores na última horam atritos com a diretoria e briga entre os atores, que teve até uma cena de um dos protagonistas cuspindo em um colega durante uma premiação (o que se provou ter sido falso).
Pois o filme, que transcorre nos anos 1950, conta a história de uma dona de casa, Alice (Florence Pugh), que mora com o marido, Jack (Harry Stiles), em uma comunidade fechada na Califórnia, conhecida como Projeto Vitória.
Na localidade, tudo é perfeito. Bonitas casa, donas de casa cuidando dos cônjuges, e quando eles saem para trabalhar – um tal secreto Projeto Vitória – o mesmo nome do condomínio, elas se dedicam a limpar as casas, fazer balé, beber drinks à beira da piscina, até a volta dos maridos para casa.
Tudo tão certinho, até o dia em que uma amiga e vizinha de Alice começa a ter atitudes estranhas, e reclamando para todos que alguma coisa está errada no local. As pessoas dizem que ela está enlouquecendo.
Porém Alice não acha normal a atitude da amiga e passa a questionar toda aquela normalidade. Em determinado momento, vê à comunidade, mas ninguém parece ter notado o acidente ou o ignora. Isso liga o sinal de alerta em Alice, que inicia uma investigação sobre o que existe por trás dessa comunidade tão exemplar. E com uma virada na história, Alice descobre o que está por trás de sua vida que parecia tão perfeita.
O roteiro é até bem amarrado, no entanto é muito previsível, pois desde o começo o espectador nota que aquele localidade não é tão normal como aparenta ser, assim como os seus moradores. Não existe novidade na trama.
Mas a atuação de Florence Pugh como a atormentada Alice é esplendorosa, na mesma linha de outro filme estrelado por ela, o terror “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” (2019). Já seu par, o astro pop Harry Stiles, ainda precisa comer muito feijão para sair da mediocridade. Enfim, “Não Se Preocupe, Querida”(Don't Worry Darling)”, é um filme de terror psicológico mediano.
Cotação: regular
Duração: 2h03min
Chico Izidro

sexta-feira, setembro 02, 2022

"Era Uma Vez Um Gênio" (Three Thousand Years of Longing)

Em "Era Uma Vez Um Gênio" (Three Thousand Years of Longing), direção de George Miller, sim, aquele mesmo de "Mad Max", a história gira em torno de Alithea Binnie (Tilda Swinton), uma estudiosa de histórias e mitologia, que encontra um "djinn" (Idris Elba), que conforme a tradição, concede três desejos à ela. Alithea está participando de uma conferência em Istambul, na Turquia, quando se depara com a criatura fantástica. O filme, cuja trama foi escrita por George Miller e Augusta Gore é baseada no na coleção de contos “The Djinn in the Nightingale’s Eye”, de A. S. Byatt, lançado em 1994.
Alithea é uma pessoa de natureza solitária desde a infância – são mostrados flashbacks onde ela, interpretada por Alyla Browne, aparece criando um amigo imaginário. Já adulta e mais fechada, devido muito a um casamento fracassado, parece aceitar a situação. Mas ao libertar o gênio, três desejos lhe são concedidos e, quando eles forem realizados, a criatura estará livre, após três aprisionamentos distintos nos últimos três mil anos.
O problema é que Alithea não tem muitas ambições, nada que deseje, além do que desconfie do gênio, e sendo uma estudiosa, sabe que sempre os pedidos acabam dando errado, trazendo prejuízos para todos. Assim, o gênio conta para ela o que aconteceu com ele durante os milhares de anos, desde o palácio da Rainha de Sabá (Aamito Lagum) às profundezas do Mar Vermelho; de Constantinopla ao fundo do Estreito de Bósforo. Estas cenas são fantásticas, muito bem produzidas, com figurinos criados por Kym Barret, o trabalho de fotografia de John Seale e o design de produção de Roger Ford.
Até aí a história funciona, mas de repente algo se solta, se perde, e o filme perde a graça, apesar do esforço de Tilda e de Idris. Os dois se envolvem em um relacionamento amoroso !!!! Ou seja, nada faz sentido. Uma leitura que se pode fazer talvez seja a possibilidade de ela imaginar toda a situação, e o ser mítico ser apenas fruto de sua imaginação poderosa. Um desperdício de bons atores.
Cotação: Ruim
Duração: 1h49min
Chico Izidro

quinta-feira, setembro 01, 2022

“Um Lugar Bem Longe Daqui” (Where the Crawdads Sing)

Baseado no romance de Delia Owens, “Um Lugar Bem Longe Daqui” (Where the Crawdads Sing), acompanha a trajetória de Kya Clark (Daisy Edgar-Jones), uma menina que aos seis anos começa a ser abandonada por toda sua família. Primeiro parte a sua mãe, cansada dos abusos praticados pelo marido, depois vão os seus irmãos, chegando até a partida do pai abusivo. A menina acaba tendo de se defender sozinha, vivendo escondida em sua casa em um pântano, encontrando apoio apenas em Jumpin' (Sterling Macer Jr.) e Mabel (Michael Hyatt), um casal de comerciantes negros da cidade fictícia de Barkley Cove, na Carolina do Norte.
Analfabeta, aprende com as plantas e os animais como é a vida. Já adolescente, o garoto Tate (Taylor John Smith) entra em sua vida, e ele será muito importante para quebrar o isolamento social de Kya. Que mesmo assim, ainda vai sofrer muito e já na fase adulta, sofrendo com o preconceito dos moradores da cidade, será acusada de assassinar Chase Andrews (Harris Dickinson), um jovem rico da localidade, e que tentava manter um relacionamento com ela.
O filme se passa em duas fases temporais. Em uma delas, é mostrada a vida de Kya adulta, sendo presa e julgada pelo assassinato. E na outra, a trajetória da garota desde sua infância até o começo de sua fase adulta. Não li o livro, mas quem o fez me disse ser o longa-metragem fiel, inclusive nos pequenos detalhes da obra de Delia Owens, como a aparência física dos personagens e as cores da flora e fauna de Barkley Cove, na Carolina do Norte.
A trama foca muito bem em questões como relacionamentos abusivos, desigualdade social, e aos vários tipos de preconceitos. E mostra muito bem os efeitos que o isolamento social pode causar em um ser humano, deixado sozinho à própria sorte.
Cotação: bom
Duração: 2h5min
Chico Izidro

quinta-feira, agosto 25, 2022

"Não, Não Olhe" (Nope)

Em "Não, Não Olhe" (Nope), dirigido pelo já renomado diretor Jordan Peele, a história se passa em uma cidadezinha do interior da Califórnia, onde vivem os irmãos OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald Haywood (Keke Palmer), que passam a administrar um rancho especializado em treinar cavalos para participações em filmes, após a morte do pai deles, Otis (Keith David), causada por destroços caídos do céu.
Os irmãos precisam batalhar para manter as contas em dia, até mesmo tendo de se desfazer de alguns cavalos, negociados com Ricky 'Jupe' Park (Steve Yeun, o Glen de The Walking Dead), que é uma ex-estrela mirim que teve sua carreira artística interrompida precocemente e de forma terrível, e agora dono de um parque temático inspirada no Velho Oeste, vizinho a fazenda dos Haywood. O incidente ocorrido com Ricky é um dos grandes momentos do filme, e tem relação com um animal que se rebelou e praticou uma chacina - as cenas são mostradas em flashbacks muito bem inseridos na trama.
E estranhos acontecimentos passam a ocorrer na área, envolvendo o desaparecimento de alguns animais e a detectação de um objeto estranho que parece estar sobrevoando a casa dos irmãos. A dupla parece acreditar testemunhar o aparecimento de um disco voador - mas na realidade é algo muito mais sinistro e perigoso, e que devora as pessoas, mas contar pode estragar a surpresa.
"Não, Não Olhe" (Nope) brinca ainda com a questão de se tentar conseguir a fama e fortuna registrando imagens. Os irmãos tem reações distintas, pois desde a morte do pai, OJ, cujas iniciais provocam uma das melhores piadas do filme, virou uma pessoa fechada e negativa, a irmã é tagarela e motivada. Os dois, no entanto, passam a buscar meios de provar que há realmente um OVNI perto e acabam recebendo a ajuda de um técnico em eletônica de uma loja, Angel Torres (Brandon Perea), e de um fotógrafo surtado, Antlers Holst, interpretado por Michael Wincott.
"Não! Não Olhe!" é apenas o terceiro longa criado pelo diretor, antes vieram "Corra" e "Nós", que eram obras de terror, mas com críticas ao racismo. Já este novo filme é simplesmente terror, numa pegada "Twilight Zone", aliás seriado surgido nos anos 1960 através da mente criativa de Rod Sterling, e que ganhou versão nos anos 1980, e agora mais recentemente duas novas temporadas, pelas mãos do próprio Peele. A história brinca com o clássico conceito do “medo do desconhecido”, com os personagens sabendo que existe algo lá fora, mas "o que exatamente?", exatamente como em "Tubarão", de Steven Spielberg. O filme também provoca medo justamente pela amplidão da área afetada pelo estranho ser, pois os espaços abertos são gigantescos, passando uma sensação de não ter para onde correr e se proteger. E como o próprio título do filme antecipa, existe a questão de não se encarar o monstro diretamente nos olhos.
Cotação: ótimo
Duração: 2h10min
Chico Izidro

quarta-feira, agosto 17, 2022

"45 DO SEGUNDO TEMPO"

"45 do Segundo Tempo" é uma divertida comédia dramática nacional, com direção de Luiz Villaça (da série indicada ao Emmy Internacional de Melhor Comédia “A Mulher do Prefeito” e do filme “De Onde Eu Te Vejo”), e que consegue fugir daquele esquemão dos filmes baixaria da Globo, que apelam para o histerismo, histrionismo e piadas de salão. E isso que conta em seu elenco com os globais Tony Ramos e Cássio Gabus Mendes.
A trama segue a trajetória de três amigos de adolescência que ficaram 40 anos sem se ver - Pedro Baresi (Ramos), Ivan (Cássio) e Mariano (Ary França). Eles são reunidos por um jornal para recriar uma foto tirada na inauguração do metrô de São Paulo, em 1974. Na realidade, eram quatro garotos, mas um deles acabara de falecer.
Pedro é o centro da história - ele é dono de uma cantina italiana, a Baresi, herdada dos pais, e que encontra-se em estado de falência. Palmeirense roxo, sonha em ver seu time campeão, mas acaba pensando em suicídio depois da morte de sua única companheira, a cadela Calabresa. Ivan é um advogado rico, mas em crise no casamento com Lilian (Denise Fraga) e arrasado ao descobrir que o filho único é gay. E tem ainda Mariano, que é padre, porém questiona a existência de deus, é apaixonado por sua ajudante na Igreja, e detesta o fato de ser gay.
Ao se reunirem para a reportagem, descobrem que o tempo passou e eles perderam as afinidades da juventude. Porém, ao tomarem conhecimento da ideia de Pedro, decidem largar tudo, pegar a estrada - sim, o filme vira um roadie-movie, onde decidem visitar Soninha (Louise Cardoso), a paixão juvenil deles e viúva do amigo falecido, que ainda mora na pequena cidade interiorana onde viveram seus melhores dias.
Durante a viagem, Pedro, Ivan e Mariano recuperam a amizade desaparecida nas quatro décadas e lembram dos melhores dias de suas vidas, sabendo que não existe volta. O que foi, foi. uma comédia dramática sobre as escolhas, a amizade e sobre redescobrir o presente ao revisitar o passado. "45 do Segundo Tempo" fala de amizades, redescobrimentos, escolhas, alegrias, tristezas, e traz um divertido Tony Ramos em um papel muito divertido.
Ele não poupa palavrões, e apesar de ser torcedor do São Paulo, vive um fanático palmeirense: “O fato de eu ser são-paulino e fazer um palmeirense tão fervoroso diz respeito, em primeiro, por gostar muito de futebol desde a minha tenra infância, gostava muito de assistir, de ir ao campo e mesmo de jogar. Sou sim, um são-paulino, um tricolor desde o início da minha infância. Mas, isso não impede de eu fazer um palmeirense absoluto e gravar naquele lindo estádio, que aliás, é linda a Arena Allianz Parque”, afirmou o ator.
Cotação: bom
Duração: 1h45min
Chico Izidro

"MEU ÁLBUM DE AMORES"

Quando o Pop encontra o Brega. "MEU ÁLBUM DE AMORES", filme de Rafael Gomes (“Música para Morrer de Amor” e “45 Dias sem Você”), tem como protagonista um dentista de 25 anos, Júlio (interpretado por Gabriel Leone, de Eduardo e Mônica), que está prestes a se casar com o amor de sua vida, Alice (Carla Salle), com quem namora há 5 anos, mas ela resolve se separar dele, que fica inconsolável.
Mas paralelamente, surge em sua vida um meio-irmão, Felipe (Felipe Frazão), que conta para Júlio os dois serem filhos de Odilon Ricardo (novamente Gabriel Leone), um cantor brega de muito sucesso nos anos 1970, e que recém falecido, deixou uma casa de herança para ambos. Os dois são completamente diferentes em tudo - Júlio é todo traumatizado, buscando incessantemente o amor, mas sem esquecer de Alice, enquanto que Felipe herdou o dom musical do pai, e é um gay sem traumas e mirando projetos para fazer sucesso na carreira musical.
Aos poucos, Júlio vai em busca do autoconhecimento, de se reestruturar, enquanto tenta descobrir quem foi o seu pai - já que ele foi criado por outro homem, que também era dentista e lhe deixou o consultário. As pérolas do filme são as músicas, todas naquele ritmo característico dos anos 1970, que se popularizou no Brasil como música-brega. Elas têm a criação do rei das empregadas Odair José nas melodias, e o ex-Titã Arnaldo Antunes nas letras. Ficaram sensacionais.
Leone gravou as músicas previamente, e depois dublava a si mesmo em cena - exceto na música “Escutar a sua voz”, um dueto inédito com Laila Garin, em que ambos cantam em cena, ao vivo. A ideia, visualmente, era aludir à estética dos clipes dos anos 1970 (e as referências são várias, de ‘Wuthering Heights’, da Kate Bush, a ‘Detalhes’ e ‘Eu quero apenas’, do Roberto Carlos), deixando bastante explícita à citação, mas ao mesmo tempo quebrar a ilusão, ou seja, propor um jogo com o fato de que aquilo tudo era um cenário e uma simulação.
Cotação: ótimo
Duração: 1h41min
Chico Izidro

quinta-feira, agosto 04, 2022

"Trem-Bala" (Bullet Train)

Em "Trem-Bala" (Bullet Train), direção de David Leitch (Deadpool 2) e baseado em um romance de sucesso japonês, adaptado pelo roteirista Zak Olkewicz, temos uma história que transcorre em uma noite durante uma viagem pelo Japão no veículo que dá nome ao filme. Nele vemos o assassino azarado Joaninha (Brad Pitt), que embarca em um trem-bala no Japão, com uma única missão - pegar uma maleta cheia de dinheiro e desembarcar. O problema é que em sua missão, ele vai entrar em rota de colisão com outros personagens tentando resolver pendengas, algumas de vingança.
Na trama a jovem misteriosa Prince (Joey King), uma dupla de assassinos de aluguel, os gêmeos Limão e Tangerina (Aaron Taylor-Johnson e Brian Tyree Henry), um assassino vingativo, o Coelho (Benito A. Martínez Ocasio). Já Andrew Koji, do seriado Warrior, vive Kimura, que entra no trem disposto a se vingar de alguém que está no trem e tentou matar seu filho, que se encontra em um leito de hospital. E Zazie Betz interpreta outra assassina na história, a Vespa, que mata seus inimigos através de um veneno potentissimo.
Além deles, aparecem outros atores, em rápidas aparições, como Ryan Reynolds, Sandra Bullock. E alguns entram em cena, para rapidamente serem mortos. Mas todos eles têm objetivos conflitantes porém conectados. A história tem muito dos filmes de Guy Ritchie misturados com Quentin Tarantino. E de Deadpool também, já que David Leitch foji o artífice por trás desta comédia de ação. E "Trem-Bala" é uma comédia de ação, com diálogos afiados, cenas de ação bem construídas, brutais, sangrentas, mas feitas para o espectador gargalhar, e muitos flashbacks, para explicar o porque de tal personagem estar ali no trem. Enfim, "Trem-Bala" é diversão garantida.
Cotação: ótimo
Duração: 2h06
Chico Izidro

quinta-feira, julho 28, 2022

"DC Liga dos Super Pets" (DC League Of Super-Pets)

"DC Liga dos Super Pets" (DC League Of Super-Pets), direção de Jared Stern, é uma divertida animação onde acompanhamos Krypto e vários outros animais que ganharam superpoderes, tentando salver o mundo e resgatar a Liga da Justiça da vilã Lulu, uma porquinha-da-índia, que era cobaia do vilão Lex Luthor, e ficou superpoderosa graças a um pedaço de kryptonita vermelha.
A história começa mostrando brevemente a origem do Supercão e do Superman em Krypton, e a famosa fuga dos dois, momentos antes da explosão do planeta. E depois, já são mostrados os dias atuais, na Terra, com os kryptonianos Krypto e Kal-El/Clark Kent já crescidos, e combatendo o crime, lado a lado, em Metrópolis. Porém, a amizade dos dois é abalada pelo ciúmes de Krypto, quando Clark começa a namorar a jornalista Louis Lane.
Só que o Superman acaba sendo sequestrado junto com os outros membros da Liga da Justiça por Lulu. Então Krypto tenta convencer e consegue a ajuda de outros animais que viviam em um abriga da cidade - Ace, o Batcão; PB, A Poderosa Porquinha; Mirtes, a Tartaruga-Foguete, e provavelmente o melhor personagem do filme; e Chip, O Esquilo -, que também receberam super-habilidades da kryptonita vermelha e precisam saber como lidar com eles, e ajudar o supercão a resgatar os super-heróis e salvar o mundo.
"DC Liga dos Super Pets" é muito divertido, repleto de excelentes piadas (as melhores são tirando sarro de Batman e seu trauma de orfão) e outras referências ao universo DC. A animação é muito boa, com um bom ritmo, além de passar boas mensagens sobre amor e companheirismo.
O filme, em seu original, traz as vozes de The Rock como Krypto, Kevin Hart como Ace, John Krasinski como Superman, Keanu Reeves como Batman e outras estrelas de Hollywood. Mas a dublagem brasileira ficou ótima, com destaque para Marcelo Garcia como Krypto, Duda Espinoza como Ace, Priscilla Alcântara como PB, Marco Luque como Chip, Ilka Pinheiro como Mirtes, Guilherme Briggs como Superman, Duda Ribeiro como Batman, e Angélica Borges como Lulu.
Cotação: excelente
Duração: 1h46min
Chico Izidro

quinta-feira, julho 21, 2022

"O Telefone Preto" (The Black Phone)

Em "O Telefone Preto" (The Black Phone), direção de Scott Derrickson (Doutor Estranho, A Entidade, O Exorcismo de Emily Rose), vemos a história do adolescente Finney Shaw (Mason Thames) que é abduzido por um serial killer de crianças, o Sequestrador (Ethan Hawke), em um dos papéis mais assustadores de sua carreira.
A trama transcorre na cidade de Denver, em Colorados, no ano de 1978. Lá, uma série de desaparecimentos de adolescentes, todos eles garotos, está acontecendo. O personagem principal é Finney Shaw, um garoto de 13 anos, que sofre bullying na escola, e vive com a irmã mais nova, Gwen (Madeleine McGraw) e o pai, alcoólatra e abusivo, Terrence, vivido por Jeremy Davies. Ele tem como melhor amigo um menino mexicano, que geralmente o salva dos bullers na escola, e que acaba também desaparecendo. A polícia e a mídia não têm suspeitos, mas apelidou o criminoso de "Grabbler", que vem aterrorizando o bairro.
E certo dia, quando andava sozinho pelas ruas, Finney acaba sendo raptado, e acorda em um porão, onde há apenas uma cama e um telefone preto em uma das paredes. Logo ele se depara com seu sequestrador, que usa uma máscara sinistra para esconder a identidade. Finney sabe que será morto em alguns dias. E então surge o tal telefone do título, que apesar de desconectado, acaba tocando e o menino escuta as vozes dos outros garotos que haviam sido raptados anteriormente - num toque meio sobrenatural do filme. E aos poucos, Finney começa a receber a ajuda das vítimas do assassino, para tentar escapar. A explicação para mim é que, na realidade, o personagem começou a ter alucinações devido as privações do cárcere.
"O Telefone Preto" é um filme de muita tensão, suspense, lembrando os grandes thrillers de terror da década de 1990, como por exemplo "O Silêncio dos Inocentes". E faz uma bela reconstituição dos anos 1970, com aquele visual exagerado, que seria levado ao extremo na década seguinte.
E Hawke brilha durante boa parte do filme, com sua presença assustadora sendo lembrada, mesmo quando ele não está em cena. Seu personagem é perverso, cínico e apavorante. Mas também se destacam os estreantes Mason Thames e Madeleine McGraw, escolhas perfeitas para os papéis de Finney e Gwen Blake, respectivamente. Os dois conseguem mostrar uma série de emoções incríveis, com olhares, diálogos, poses fenomenais.
Enfim, o longa-metragem é um baita filme de terror, com todos os personagens tendo presença certeira em cena. E que vai agradar aos fãs do gênero. E um aviso: quando estiver andando sozinho nas ruas, fique esperto quando uma van parar ao seu lado - nunca converse com o motorista...
Cotação: ótimo
Duração: 1h43min
Chico Izidro

sexta-feira, julho 15, 2022

"ELVIS"

"Elvis", dirigido por Bazz Luhrmann, trata da vida do astro do Rock morto em 1977, aos 42 anos de idade, mas que ainda é um ser presente na vida de milhões de pessoas, tanto que existe uma famosa frase, talvez sentimento dos fãs: Elvis Não Morreu - muitas pessoas juram ter visto o cantor vivendo disfarçado em alguma parte do mundo. O longa metragem é contado sob a ótica do empresário do músico, Coronel Tom Parker (vivido por Tom Hanks), e que submeteu Elvis a uma relação empresarial abusiva descoberta somente na década de 1980.
O cineasta Baz Luhrmann (“O Grande Gatsby”, “Moulin Rouge!”) além de dirigir, também produziu o filme e assinou o roteiro em parceria com Sam Bromell, Craig Pearce e Jeremy Done. A obra mostra a vida do astro dos seis anos de idade até os 42, com fatos na maioria das vezes retratados com precisão.
Elvis nasceu em Tupelo, Mississippi, e depois foi morar em Memphis, ambas no sul dos Estados Unidos, região marcada pela segregação racial, porém apesar de branco se identifica mais com os negros – pela música e por ter crescido em áreas mais humildes. O astro, batizado de Rei do Rock, título que ele próprio rejeitava, preferindo atribuí-lo a Fats Domino, não criou o estilo musical, mas também não se apropriou do gênero, como muita gente espalha por aí - graças a ele o Rock'N'Roll foi conhecido pelos jovens brancos - Elvis foi o primeiro ícone do miscigenado estilo musical em larga escala.
Em "Elvis", também são mostrados o rebolado polêmico que o cantor praticava e que levava as mulheres à loucura - em uma época de repressão sexual, a dança praticada por ele as fazia ter orgasmos - e que acabou sendo alvo da censura pelos políticos conservadores. É notória a proibição de mostrar Elvis abaixo da cintura nas apresentações televisivas. A obra mostra, rapidamente, a tentativa de carreira em Hollywood que não deu certo. Os seus filmes passavam à exaustão na Sessão da Tarde da Rede Globo nos anos 1980, o retorno depois de um período de ostracismo com shows em Las Vegas. Aliás, a reprodução do momento em que ele interpreta "Suspicious Mind" feita pelo ator Austin Butler é perfeita.
O filme traz ainda o casamento com Priscilla. Os dois começaram a namora quando ela tinha 14 anos, mas só se casaram quando a garota completou 21 anos, porém isso não é destacado. Luhrmann ainda deixou fora o envolvimento político de Elvis, que visitou Richard Nixon, e virou espião, entregando vários colegas de profissão ao FBI, em sua busca frenética por "comunistas".
Elvis é vivido quase à perfeição pelo desconhecido ator californiano Austin Butler, que simplesmente está fantástico, mostrando o forte sotaque sulista, o timbre de voz, os trejeitos dentro e fora de palco. Ele ensaiou de seis a sete dias semanalmente com treinadores vocais para poder falar e cantar de maneira bem próxima ao ídolo. Hanks, por sua vez, está um pouco fora do tom, de certa forma caricato. Mas Helen Thomson como Gladys, mãe de Elvis se destaca. Kelvin Harrison Jr como B.B. King também impressiona, embora a história indique que o Rei do Blues e Elvis não eram tão próximos como exposto no filme. E Olivia DeJonge, como Priscilla, também brilha em seus momentos, como uma mulher no início adorada, mas que tem de conviver com o marido famoso e desejado pelas fãs. "Elvis" é um grande filme, e apesar de várias canções serem mostradas ao longo de suas quase 3 horas, não é um musical. Nota 10.
Cotação: excelente
Duração: 2h39min
Chico Izidro

domingo, junho 19, 2022

"LIGHTYEAR"

Em 1995, Andy ganhou um boneco do personagem do seu filme favorito. A nova animação da Pixar começa com essa frase. Sendo este filme nada menos que "Lightyear", dirigido por Angus MacLane, co-diretor de Procurando Dory e de curtas de Toy Story. Buzz Lightyear sempre foi um personagem de ficção dentro de uma ficção, então quase 30 anos após a estreia do primeiro "Toy Story", o estúdio resolveu explicar a origem do herói de plástico.
Em "Lightyear" vemos o patrulheiro espacial preso em um planeta a 4,2 milhões de anos-luz da Terra, ao lado de sua comandante e sua equipe, após sofrer um acidente. Todos tentam seguir as suas vidas, mas Buzz se sente o culpado pelo incidente e quer consertar o erro. Então, o patrulheiro começa a fazer uma série de testes de combustível para tentar tirar todo mundo do planeta. Porém, as tentativas vão dando errado e descobre que a cada novo teste, todos vão envelhendo, menos ele, devido a um lapso de tempo.
Esta premissa é excepcional, sendo uma baita história de ficção científica digna do seriado "Twilight Zone". Afinal, Buzz vê todo mundo envelhecendo e, consequentemente, morrendo, enquanto ele segue jovem e mais angustiado, tomando conhecimento de que ninguém vai restar ao seu lado quando ele voltar à Terra, caso consiga.
Os demais personagens também são bons, como a comandante Hawthorne, que é lésbica, sua neta. Mas nada melhor do que o gato-robô Sox, que por si só merecia um filme para chamar de seu. "Lightyear" é uma aventura de ficção científica, mas a partir de sua segunda metade, não traz nenhuma originalidade ou emoção, podendo ser considerado mediano. Outro problema é que no Brasil, Buzz Lightyear foi dublado por Marcos Mion, que tem uma voz um pouco irritante e que incomoda no começo - com o passar do tempo, a gente vai esquecendo um pouco, mas é muito difícil desvencilhar a identidade do ator com Buzz.
Cotação: regular
Duração: 1h45m
Chico Izidro

quinta-feira, junho 02, 2022

"JURASSIC WORLD: DOMÍNIO" (Jurassic World Dominion)

"Jurassic Park", clássico de Steven Spielberg estreou em 1993, trazendo ao mundo o fascínio pelos dinossauros. Pois 29 anos depois, estreia "Jurassic World: Domínio" (Jurassic World Dominion), direção de Colin Trevorrow, mostrando que o tempo foi cruel com a franquia, apesar de continuar a conquistar novos e apaixonados fãs. Este novo filme tem como atrativo apenas a nostalgia. São duas horas e meia de pura decepção.
Na trama, os dinossauros escaparam da ilha e passaram a dividir o espaço com os humanos. E que bela premissa para um filme de terror...mas como deve-se agradar todas as idades, esqueça-se isso e busque apenas uma marca da franquia: os sustos e os humanos fugindo dos animais pré-históricos, e nunca, nunca se vê uma gota de sangue, para não incomodar pessoas sensíveis.
Então o que resta é o casal Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard), protagonistas dos dois filmes anteriores, "Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015)" e "Jurassic World: Reino Ameaçado (2018). Os dois estão tentando resgatar a filha Maisie (Isabella Sermon), uma clone criada em laboratório e sequestrada pelo vilão Lewis (interpretação pra lá de caricata de Campbell Scott). Ele é o dono da Biogenics, empresa que visa, diabolicamente, o poder mundial controlando e dominando a produção de alimentos. Nesse meio tempo, ressurge o paleontólogo Alan Grant (Sam Neill) e a pesquisadora Ellie Sattler (Laura Dern), que protagonizaram o longa de 1993, e agora voltam em papel de cientistas que investigam as atividades da empresa.
O roteiro tambpém abre espaço para a volta de Ian Malcolm (Jeff Goldblum). E nem mesmo o retorno destes personagens ícones ajudam, pois a história se resume a eles correndo, gritando e fugindo dos ataques dos dinos. Sem contar que alguns efeitos especiais deixem muito a desejar. Pena que a fórmula tenha se esgotado, com a sua estrutura tornando-se tão repetitiva e desgastada. Enfim, "Jurassic World: Domínio" pede aquilo que realmente aconteceu com os animais: que caia um meteoro e acabe com tudo.
Cotação: ruim
Duração: 2h27min
Chico Izidro

quinta-feira, maio 12, 2022

"O Homem do Norte" (The Northman)

"O Homem do Norte" (The Northman) é um drama épico dirigido por Robert Eggers (“A Bruxa”, “O Farol”), que conta a história de Amleth – uma das inspirações de Shakespeare para escrever Hamlet –, falando sobre vingança, lendas nórdicas, confronto com o cristianismo, violência e brutalidade.
Na trama transcorrida no Século X, o herdeiro de um trono viking, Amleth (Alexander Skarsgård), vê o pai, o Rei Aurvandil (Ethan Hawke) ser assassinado pelo tio Fjölnir (Claes Bang), e a mãe, a Rainha Gudrún (Nicole Kidman) ser sequestrada. Ele consegue fugir, e jura vingança. Alguns anos depois, Amleth retorna, decidido a cumprir o seu plano. Para tanto, consegue a ajuda de uma escrava eslava, Olga (Anya Taylor-Joy), que se torna também a sua amante.
"O Homem do Norte" é bastante fiel ao período, onde a vida não valia muita coisa, e os guerreiros invasores erasm implacáveis, exterminando aldeias inteiras - os sobreviventes eram transformados em escravos. Numa cena crua, um vilarejo é atacado, e velhos, crianças, mulheres são assassinados das formas mais crueis, como por exemplo decapitados ou sendo queimados vivos dentro de uma choupana.
As cenas, aliás, são espetaculares - o filme foi gravado na Islândia e na Irlanda. Em todo o tempo, o céu é cinza, o sol nunca aparece e a neve cai implacável, transformando o solo em pura lama. E as lutas são bem coreografadas, sangrentas. Afinal, a brutalidade lembra muito o seriado "Vikings. E o elenco está todo bem, com carisma, com todos tendo seu momento para brilhar, desde Alexander Skarsgård, Ethan Hawke, o dinamarquês Claes Bang, que se destacou na série The Affair e talvez tenha a melhor atuação do filme, Nicole Kidman, Willem Dafoe e até a sumida cantora e atriz Björk.
''O Homem do Norte" é um thriller que explora o quão longe uma pessoa pode ir para buscar vingança, deixando qualquer rastro de racionalidade pelo caminho. Excelente.
Cotação: ótimo
Duração: 2h17min
Chico Izidro

segunda-feira, maio 02, 2022

"Downton Abbey II: Uma Nova Era" (Downton Abbey: A New Era)

A família de aristocratas Crawley está de volta em "Downton Abbey II: Uma Nova Era" (Downton Abbey: A New Era), o segundo filme - o primeiro foi lançado em 2019 - gerado pela série de sucesso que durou seis temporadas entre 2010 e 2015. O longa é dirigido por Simon Curtis, com roteiro e produção de Julian Fellowes, e tem duas linhas narrativas, mas focando nas mudanças que a sociedade começava a passar. A trama se passa nos anos 1920.
Em uma das histórias, o conde Grantham (Hugh Bonneville), a condessa Grantham (Elizabeth McGovern) e outros agregados da família se dirigem até o sul da França, na charmosa villa na Riviera Francesa recém-herdada pela matriarca, Lady Violet (Maggie Smith), que esconde um segredo do seu passado, e por causa da idade avançada, não pode mais viajar.
No outro foco, Downton vira locação de um filme, pois a propriedade precisa do dinheiro da produção para providenciar reparos importantes - o sótão está cheio de buracos, fazendo com que a água da chuva entra fortemente. Lady Mary (Michelle Dockery) consegue convencer conde Grantham a ceder a mansão para o filme, dirigido pelo cineasta Jack Barber (Hugh Dancy). E aí talvez ocorra a coisa mais deliciosa de "Downton Abbey II: Uma Nova Era", um filme dentro de um filme, e homenageando o clássico "Cantando na Chuva", pois a produção em Downton é um um filme mudo, mas sofrendo as consequências da chegada dos filmes falados, e como isso prejudica e muito com a estrela Myrna Dalgleish (Laura Haddock) que não consegue dublar suas cenas.
Além disso, “Downton Abbey II: Uma Nova Era” apresenta, ainda, diversas mudanças marcadas por despedidas de personagens importantes - um deles o mordomo gay (Robert James-Collier), que finalmente encontra quem o compreenda e possa acabar com a sua solidão, o outro de Lady Violet, talvez o personagem mais icônico da série. O longa mantém a tradição da série, com bom humor e retrato importante de uma época.
Cotação: ótimo
Duração: 2h06min
Chico Izidro

quinta-feira, março 10, 2022

"ME TIRA DA MIRA"

Mais uma produção brasileira com atores globais, "Me Tira da Mira", direção de Hsu Chien, traz como destaque Cleo (ex-Cleo Pires), seu pai Fábio Jr. e o irmão Fiuk. O longa é uma mistura de comédia com ação, mas não sabe que caminho seguir, e segue Roberta (Cleo), que aliás, volta a interpretar uma policial, como havia feito em "Operações Especiais" (2015). Aqui ela tenta desvendar a misteriosa morte de uma atriz, Antuérpia Fox (Vera Fischer), que tudo indica ter sido suicídio, mas a policial acredita ter sido assassinato.
Para isso, Roberta se infiltra em uma clínica de realinhamento energético, recebendo a ajuda de sua terapeuta, a desmiolada Isabela (Bruna Ciocca). Ela ainda tem de lidar com o ex-namorado Rodrigo (Sérgio Guizé), cujo relacionamento segue mal-resolvido, sendo que ele ainda está em uma investigação de tráfico internacional envolvendo a mesma clínica.
"Me Tira da Mira" tropeça ao não se definir em qual segmento se insere. E é cheio de piadinhas em relação a participação de Fiuk no BBB, e citações nos diálogos de músicas de Fábio Jr - o primeiro interpreta um policial colega de Roberta, enquanto que o segundo vive o pai da policial e chefe de uma divisão da Polícia Federal.
No mais, o filme é recheado daqueles personagens estéreotipados que pululam no cinema nacional. Talvez a única graça esteja em Júlia Rabello, ex-Porta dos Fundos, que interpreta a atriz sem noção Natasha Ferrero, que está enfrentando um "cancelamento" na Internet, mas se acha a melhor de sua profissão. E por que Cleo resolveu fazer intervenções cirúrgicas, entupindo o rosto de botox? Coisas inexplicáveis. Decepcionante.
Cotação: ruim
Duração: 1h30min
Chico Izidro

quinta-feira, março 03, 2022

"THE BATMAN"

Dirigido por Matt Reeves (“Planeta dos Macacos: A Guerra” e “Cloverfield – Monstro”), “The Batman” é a quarta versão cinematográfica da saga do herói mascarado que combate o crime na cidade de Gotham - antes houve comandos de Tim Burton, Joel Schumacher e Christopher Nolan.
E afirmo que este é o melhor filme sobre um de meus super-heróis preferidos, ao lado do Homem-Aranha. E depois de anos assistindo a longas repetitivos de super-heróis, eu já estava de saco cheio e sem paciência, mas esta obra dá um novo gás.
A história e o enredo do filme são muito bons, trazendo uma série de assassinatos cometidas por um vilão que anda pelas sombras, e que se auto-intitula Charada (Paul Dano, como sempre magnífico), um maluco vingativo. Então Batman, ainda em seu segundo ano de atuação pelas ruas de Gotham e visto como um vigilante doido, ainda sem o respeito das autoridades e marginais, surge para tentar solucionar o caso, e mostrando um de seus grandes aspectos, que é de ser um dos maiores detetives do mundo.
Quem dá vida ao Batman é o ator Robert Pattinson, que fez muita gente torcer o bico, pois mesmo depois de quase 15 anos ainda está presente o vampiro depressivo e enfadonho da saga "Crepúsculo".
Mas ele cresceu muito na carreira, tem feito excelentes filmes, com ótimas atuações e entrega um herói misterioso, vigoroso e triste, assim como o personagem original dos quadrinhos - esqueçam o Batman fanfarrão e espalhafatoso da série televisiva dos anos 1960.
Seu par romântico é vivido pela linda Zoë Kravitz, interpretando Selina Kyle, a Mulher-Gato. Ela consegue fazer com que o herói demonstre algum sentimento amoroso. A química dos dois é forte, e ela bate de frente com a Mulher-Gato da Michelle Pfeiffer, de "Batman: O Retorno" (1992).
Um dos outros vilões do longa é o Pinguim, encarnado por Colin Farrell irreconhecível sob quilos de uma forte maquiagem, mas mostrando no olhar todo o perigo que o personagem pode propiciar, roubando todas as suas cenas em que aparece.
Jeffrey Wright ("007 - Sem Tempo Para Morrer"), por sua vez, mostra sua competência rotineira e certeira no papel do Comissário Gordon, saindo-se melhor do que seu antecessor, Gary Oldman no papel. Além deles, participações fantásticas como as de Peter Sarsgaard e John Turturro.
"The Batman" é uma das melhores adaptações da estética e da linguagem das revistas em quadrinhos e graphic novels como eu conheci. O único porém é que as seus 2h55min poderiam ser encurtados sem prejuízo. Mas os filmes de super-heróis ainda têm salvação.
Cotação: excelente
Duração: 2h55min
Cbico Izidro

sexta-feira, fevereiro 18, 2022

"LICORICE PIZZA"

"Licorice Pizza", o novo filme de Paul Thomas Anderson, me pegou de saída por se passar em uma época que gosto muito, mais exatamente os anos 1970. E a trama acontece em San Fernando Valley, em Los Angeles, exatamente em 1973, contando a relação do adolescente Gary Valentine (Cooper Hoffmann, filho do falecido ator Phillip Hoffman) com a já adulta Alana (Alana Haim da banda Haim).
O longa conta também com atuações de Bradley Cooper, Sean Penn, Tom Waits e Benny Safdie, além de ter uma trilha sonora poderosa, indo de David Bowie, Sonny and Cher, Nina Simone, Paul McCartney and The Wings, Suzi Quatro, entre outros. Licorice Pizza era uma cadeia de lojas de discos muito popular no Sul da Califórnia na época, e segundo Paul Anderson, as palavras o fazem lembrar de sua infância e “são capazes captar o sentimento do filme e ilustrar a sua vibração”.
Gary foi um ator mirim que busca retornar aos tempos de sucesso, mas também se mostra um excelente empreendedor, quando conhece Alana, dez anos mais velha, e que ainda busca um rumo na vida. Eles se conhecem durante um serviço dela no colégio do jovem. O resultado desse encontro é a paixão imediata de Gary, que nos cativa na insistente tentativa de convencer a não interessada Alana de que a grande diferença de idade entre eles não a impede de aceitar seu convite para sair.
Ele tem 16 anos e a garota, de 25 anos. Os dois, além de se tornarem grandes amigos, estabelecem ainda uma parceria comercial, como a venda de colchões de água ou a abertura de um fliperama.
O romance entre eles é lentamente desenvolvido, sem apelar para a sexualidade. As atuações de Cooper e Haim são impressionantes e cativantes. O filme ainda aborda questões como desigualdade social, racismo, homofobia e machismo, e destaca fatos importantes da época, como a crise do petróleo.
Além de Alana, toda a família Haim faz participação especial no filme, incluindo as duas irmãs que completam a banda homônima e os pais das musicistas, Donna e Moti. "Licorice Pizza" traz ainda mais a participação do escritor George DiCaprio, pai do ator Leonardo DiCaprio, e que aparece como o dono de uma loja de perucas e colchões de água. O longa, enfim, faz um ode ao amor simples e sincero.
Cotação: ótimo
Duração: 2h13min
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...