sexta-feira, abril 25, 2008
TRÊS VEZES AMOR
Uma divertida comédia romântica é Três Vezes Amor (Definitely, Maybe, de Adam Brooks). Ryan Reynolds é Will, que prestes a assinar os papéis de separação, decide contar para sua filha Maya (Abigail Breslin, a adorável e talentosa garotinha de Sem Reservas e Pequena Miss Sunshine), como conheceu a mãe dela. Então ele recorda quase 16 anos de sua vida, desde a saída da faculdade e a ida para Nova Iorque, em 1992, para trabalhar na campanha presidencial de Bill Clinton. E neste longo período, Will teve três grandes amores, April (Isla Fisher, de Penetras Bons de Bico), Summer (a linda Raquel Weisz, de O Jardineiro Fiel e A Múmia) e Emily (Elizabeth Banks, da trilogia Homem-Aranha). O filme lembra Harry & Sally, Feitos Um Para o Outro. Vale o ingresso, sem pestanejar. Ainda mais quando os atores estão sincronizados. E ainda mais para quem viveu muito os anos 1990, com direito a Nirvana e se apaixonou no período.
O Signo da Cidade
Ainda acho que Robert Altman com o seu Short Cuts acabou fazendo muito mal ao cinema. Desde essa obra-prima, muita gente tenta imitá-lo ao querer fazer filmes onde personagens separados por um abismo acabam se cruzando em determinada parte da história. Faltava a versão brasileira. Agora com O Signo da Cidade, de Bruna Lombardi (roteiro) e Carlos Alberto Ricelli (direção) foi suprida esta ausência. O filme, no entanto, é cheio de altos e baixos, mais baixos.
Bruna é Teca, astróloga que tem um programa de rádio onde dá dicas para os ouvintes, numa São Paulo desesperançada. Todo mundo sofre. Inclusive ela, com um pai (Juca de Oliveira) que durante anos foi ausente e agora está moribundo no hospital. Também lhe falta amor, até que ela se encanta com o vizinho (Malvino Salvador), um marceneiro que é traído pela esposa.
E nesta gigantesca cidade, vários personagens sofrem por falta de perspectivas, por terem de guardar segredos que lhes consomem, como o jovem que esconde da mãe ser homossexual, o rapaz depressivo, o garoto que pretende dar a viagem dos sonhos para a mãe (ele é Kim Ricelli, a cara do pai).
O filme ainda erra feio no clichê. Os personagens são estereotipados, como o ladrão...negro...o travesti...negro...o enfermeiro chamado de Sombra...por ser negro...se isso não é racismo...
Quebrando a Banca
Em Quebrando a Banca (21, de Robert Luketic) um grupo de jovens super-dotados liderados por Kevin Spacey vai à Las Vegas contar as cartas no jogo Blackjack ou 21 e ganhar muita grana. O geniozinho da gangue é Ben Campbell, (Jim Sturgess, de Across the Universe), que só quer ganhar 300 mil dólares para pagar a faculdade de medicina. Só que ao sentir o gostinho de ganhar dinheiro fácil e pegar a garota mais cobiçada da universidade, ele perde a cabeça e fica mais e mais ambicioso. Sem contar que os seus truques começam a ficar manjados e eles começam a ser perseguidos por um segurança (Laurence Fishburne, de Matrix). Quebrando a Banca é um bom filme de ação, que prende o espectador e onde nenhum dos atores se sobressai - aliás, a lamentar Kevin Spacey, com caras e bocas exageradas (saudades do bom ator de Os Suspeitos e Beleza Americana). A história de Quebrando a Banca é baseada em fatos reais.
SUPER-HERÓI, O FILME
As comédias satirizando os filmes de sucesso, realmente, já não são as mesmas. Fato mais uma vez confirmado em Super-Herói, o Filme (Superhero, the movie, de Craig Mazin), mesmo com o aval dos irmãos David e Jerry Zucker, que produziram clássicos do deboche nos anos 1980 e 1990, como Corra que a Polícia Vem Aí e Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu. Super-Herói, o Filme, tem no máximo duas ou três boas piadas. O restante é um apanhado de constrangedoras tentativas de fazer humor, com tombos, peidos, peitos grandes...Um garoto é picado por uma libélula alterada geneticamente e se transforma no...Libélula! A sacanagem é em cima do Homem-Aranha. Mas também sobra para X-Men e outros filmes do gênero. E mesmo com a presença de Leslie Nielsen, ator-ícone das sátiras cinematográficas, o resultado é fraco e o filme por demais dispensável.
quinta-feira, abril 17, 2008
The Savages
Um belo drama familiar, por vezes depressivo e reflexivo. A Família Savage (The Savages, de Tamara Jenkins) traz atuações excelentes de Laura Linney (Wendy) e Philippe Hoffmann Seymour (Jon), além de Phillipe Bosco como Lenny, o pai. Irmãos sem muito contato ou quase nenhum durante anos, Wendy e Jon têm de se reaproximar quando o pai fica extremamente doente, mostrando sinais de demência e é desalojado de seu lar, que dividia com a namorada igualmente doente – essa morre e a família dela vende a casa, o deixando sem teto.
Sem condições de ficar com ele, os dois têm de achar um asilo para colocá-lo. O estado do pai, interpretado magistralmente por Bosco, é tão crítico que ele não tem noção de onde está. Mas o que importa aqui é mostrar a aproximação de duas pessoas insatisfeitas com suas vidas, ele desolado por não querer casar com a namorada polonesa, que por isso terá de voltar à Europa Oriental, e ainda envolvido em escrever um livro sobre Bertold Brecht. Ela, namorando um homem casado e vivendo de free-lancers. Ambos, com a aproximação notarão que estão desperdiçando as suas vidas, simplesmente deixando de vivê-las. O nome do filme e da família, que por vezes não se entende, pode ser classificado também como um trocadilho – Savages significa Selvagem.
Os Reis da Rua
Capitão Nascimento parece ter feito escola. Em Os Reis da Rua (Street Kings, de David Ayer), Keanu Reeves tem uma de suas melhores interpretações em anos como o policial Tom Ludlow. Ele é uma espécie de tira que não tem muitos critérios para eliminar bandidos. Simplesmente os mata, mas sem medir as conseqüências. Suas ações são acobertadas pelo chefão Wander (Forest Whitaker, de O último rei da Escócia), ao mesmo tempo que é perseguido por um policial contrário à corrupção da corporação (Hugh Laurie, do seriado House). Aliás, preste atenção na piada do hospital...
Ao presenciar o assassinato de um antigo parceiro, no entanto, Ludlow se vê envolvido numa trama que pode acabar com a sua carreira. Para salvá-la, descobrirá estar mexendo com um grave caso de corrupção em sua unidade. Lembra e muito o excelente Justiça Cega, no começo dos anos 1990, com Richard Gere e Andy Garcia.
Uma Chamada Perdida
Em uma semana, duas estréias de refilmagens de filmes asiáticos que fizeram sucesso. Mas como americano não gosta de filmes estrangeiros, o jeito é refazê-los, e de preferência sem mexer no roteiro. Assim o tailandês Espíritos virou Imagens do Além e perdeu totalmente a graça para quem assistiu o original. Agora, a vítima da vez é o japonês Shuttler, aqui batizado de Uma Chamada Mortal (One Missed Call, de Eric Valette). Nele, um grupo de amigos começa a morrer em sequência após receber determinada ligação em seus celulares. Uma das meninas do grupo e que provavelmente será uma das próximas a morrer, Beth (Shannyn Sossamon) se une ao detetive Jack (Edward Burns, de O Resgate do soldado Ryan). Ambos têm ligação com algumas das pessoas mortas e começam a investigar o que estaria causando os incidentes. Uma Chamada Perdida até provoca alguns sustos, mas a conclusão é de que ao ser desvendado o mistério, nota-se que não existe explicação plausível para que tais assassinatos ocorram. O espectador fica com aquela sensação de que os roteiristas, tanto japoneses quanto os americanos, foram preguiçosos. "Vamos provocar alguns sustos, mas para que algo lógico?", devem se perguntar.
Awake - a vida por um fio
A premissa é excelente. Uma anestesia geral mal-feita e o paciente fica, na mesa de cirurgia, sentindo todas as sensações enquanto é operado, sem poder pedir socorro. Em Awake - a vida por um fio, de Joby Harold, quem passa pela experiência é Clay, o personagem de Hayden Christensen (Jumper e Star Wars - A Vingança dos Sith). Herdeiro de uma fortuna estimada em 100 milhões de dólares e noivo de Sam (Jessica Alba, de Quarteto Fantástico) sua vida deveria ser perfeita. Só que ele tem problemas no coração e deve ser submetido a um transplante, que será feito pelo seu melhor amigo, o médico Jack (Terrence Howard, de No Rtimo de Um Sonho). No meio da cirurgia, tudo começa a dar errado. E aí que o filme começa a escorregar também. Inconsciente, Clay sai do próprio corpo e começa a vagar pelo hospital em busca de ajuda, quando descobre um plano para matá-lo. E o plano mata o filme também.
quinta-feira, abril 10, 2008
IMAGENS DO ALÉM
Às vezes questionamos o porque de alguns filmes serem realizados. Ou melhor, refilmados. Este é o caso de Imagens do Além, dirigido pelo japonês Masayuki Ochiai. É simplesmente, nada mais que simplesmente, o remake do tailandês Espíritos - A Morte Está Ao Seu Lado. Não existe surpresa nenhuma para quem já assistiu o original, ainda mais quando a sacada do filme é igual a do primeiro longa e revelado em sua primeira meia-hora. Quem não viu, até pode curtir e tomar alguns sustos na história do fotógrafo Benjamin Shaw (Joshua Jackson, o eterno Paice de Dawson's Creek), que é perseguido pelo fantasma de uma antiga namorada. Desperdício de tempo e dinheiro.
JUÍZO
Juízo, filme de Maria Augusta Ramos, perde muito de seu impacto logo nos créditos iniciais. A diretoria do documentário colocou lá: os jovens infratores, por força da lei, não podem ter suas imagens reproduzidas. Então ela teve de buscar meninos e meninas das comunidades cariocas para atuarem no papel dos criminosos. Passado isso, vamos ao filme, que é um assustador retrato da adolescência perdida no Brasil, aqui mais especificamente no Rio de Janeiro. Jovens que, sem muita perspectiva na vida, recorrem ao mundo do crime. No documentário, pode-se ainda ver o trabalho do Poder Judiário - principalmente com a juíza Luciana Fiala de Siqueira Carvalho, um caso a parte. Talvez por estar diante das câmeras, ela se mostra por demais histriônica. Personagem real na história, chama a atenção por "pitos" fantásticos nos menores. Podemos ver, também, o interior das instituições, onde os infratores são encarcerados. E onde passam o tempo sem ter o que fazer. Ou seja, o futuro não é muito promissor para eles. Triste retrato brasileiro.
Rolling Stones - Shine a Light
Este é um filme para fãs. Mas quem não o é, também deveria assistir, para tirar o ranço e o preconceito - como muito bem escreveu Martha Medeiros um dia desses. Falo de Rolling Stones - Shine a Light, de Martin Scorsese. Ele também um admirador, tanto que costuma utilizar em alguns de seus filmes músicas da banda, acertou a mão. Ao invés de realizar um documentário com depoimentos longos e tediosos, o diretor de Taxi Driver e Os Bons Companheiros, decidiu-se pelo mais simples: depoimentos curtos, principalmente quando Mick Jagger e Keith Richard, hoje sessentões, estavam no auge de seus vinte e poucos anos e nem imaginavam chegar aonde estão hoje. O restante de Rolling Stones - Shine a Light é um show na íntegra do grupo no Beacon Theater, em Nova Iorque. Já são 45 anos de atividade ininterrupta. E os Stones Jagger, Richard, Charlie Watts e Ron Wood parecem garotinhos, apesar de seus rostos mais parecerem "maracujá de gaveta", com muito gás e ajudados por uma excelente banda de apoio. Vale uma olhadela. Uma super-olhadela.
2 Dias em Paris
Julie Delpy foi uma das musas do cinema na década de 1990. Agora a francesinha de Antes do Amanhecer dirige um filme onde infla o seu ego, com algumas ruguinhas a mais. É o mediano 2 Dias em Paris. Nele, o casal formado pela própria atriz, no papel da francesa Marion (a própria Delpy) e o americano Jack (Adam Goldberg), estão retornando para Nova Iorque após férias em Veneza. Antes, decidem passar em Paris e ficar na casa dos pais dela. O problema é que na cidade, o namorado começa a se incomodar, por não falar a língua local e por xxxx possuir um passado repleto de namorados - sendo que alguns ainda estão interessados nela. As piadas são boas e as intervenções dos pais de Anna e Jeannot (Marie Pillet e Albert Delpy) são engraçadas. O longa ainda caminha por uma Paris com seu preconceito contra os estrangeiros, seja de que parte do globo forem. O que irrita, a certa altura do filme, é Delpy ficar se auto-elogiando. Ela já foi linda, hoje, passados os anos está bonita (existe uma grande diferença aí). Mas um pouco de humildade lhe cairia bem.
Jumper
Em Jumper, direção de Doug Liman, o garoto David Rice descobre ter super-poderes. No caso dele, teletransportar-se para onde desejar. Só que David não é um super-herói. Pelo simples fato de que não ajuda a ninguém, a não ser a si próprio, se tornando um ladrão de bancos. Só que depois de muitos roubos, ele começa a sofrer perseguição de um grupo de fanáticos religiosos, os paladinos, que não aceitam a existência dos jumpers.
A premissa é boa, os efeitos são espetaculares e tem até Samuel L. Jackson como o líder dos paladinos e Jamie Bell (quem se recorda dele como o garoto dançarino de Billy Elliot?). Os dois fazem o serviço direitinho. Pena que a dupla do bem é insossa. Hayden Christenssen não consegue convencer ninguém, pois suas atuações parecem carecer de entusiasmo. E Rachel Bilson, do seriado O.C. e do filme O Último Beijo só faz gritar. Fosse outro casal, com certeza Jumper, que deve ter uma continuação, seria mais divertido.
quinta-feira, abril 03, 2008
ATOS QUE DESAFIAM A MORTE
Catherine Zeta-Jones está linda como sempre e Saoirse Ronan (Desejo e Reparação) mostra que tem um grande futuro. E Guy Pearce, que começou bem, está um tanto que picareta em Atos que Desafiam a Morte, de Gillian Armstrong. Pearce é Houdini, o famoso mágico do começo do século passado. Ele pretende pagar 10 mil dólares a quem lhe colocar em contato com sua mãe, morta há alguns anos. catherine e Saoirse são mãe e filha, que vivem de trambiques numa miserável Edimburgo, capital escocesa, tentarão ficar com a grana. O filme, ao contrário de outros em que mágicos são o tema central, como O Grande Truque e O Ilusionista, este é fraco, se sustentando apenas nas duas atrizes principais. E por vezes se mostra sonolento.
EM PÉ DE GUERRA (MR. WOODCOCK)
Um rapaz traumatizado pelo tratamento que recebia de seu professor de educação física. Famoso ao escrever um livro sobre auto-ajuda, ele (Seann William Scott, o Stifler de American Pie) volta à sua cidade e descobre que o famigerado professor namora a sua mãe no fraco Em Pé de Guerra (Mr. Woodcock), de Craig Gillespie. Todos os traumas da infância e adolescência voltam e ele tentará sabotar o relacionamento. O problema é que o filme fica no meio do caminho, pois se pretendia uma comédia e não consegue arrancar risadas de ninguém. E incrível que possa contar com dois atores como Susan Sarandon e Billy Bob Thornton como o famigerado educador.
NA NATUREZA SELVAGEM
Na década passada, o jornalista Jon Krakauer (do best-seller No Ar Rarefeito) escreveu um sensacional livro-reportagem, em que descrevia os passos dados pelo jovem Chris McCandless por todo o território americano. Como muita gente sabe, a viagem do garoto de 23 anos não acabaria bem em um parque isolado do Alasca - sendo que o Alasca já é isolado por si mesmo. Agora o excelente cineasta e ator Sean Penn (e pensar que em seu começo de carreira ele sofreu intensamente com a crítica) tranpôs para a tela a história de Chris McCandless em Na Natureza Selvagem. O jovem idealista, que abandonou família, estudos, bens materiais e até o nome - se rebatizou de Alexander Supertramp (Supervagabundo) passou dois anos vagando pelos Estados Unidos, convivendo com pessoas tão ou mais deslocadas do que ele. A interpretação de Emile Hirsch como Alex é comovente e magistral. A trilha sonora, composta por Eddie Veder, do Pearl Jam, também é agradável.
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“QUEER”
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