quinta-feira, junho 27, 2019

"Edmond" (Cyrano, Mon Amour)



O filme "Edmond", dirigido por Alexis Michalik, no Brasil foi rebatizado de "Cyrano, Mon Amour", pois afinal de contas quem foi o tal Edmundo do título em francês? Pois ele é Edmond Rostand, escritor e dramaturgo, que criou o anti-herói Cyrano de Bergerac, uma das peças de maior sucesso na França. Escrita em 1897, a história gira em torno do feio e narigudo Cyrano, que auxilia seu amigo Cristiano a conquistar a bela Roxana, ao escrever cartas de amor para ela se passando pelo companheiro.

Aqui, um exercício de imaginação no primeiro trabalho do ator Alexis Michalik como diretor, de como Rostand escreveu a peça. Vemos os desafios enfrentados por Rostand (Thomas Solivérès) em seu processo de escrita. Fracassado em suas peças teatrais, e com uma família para sustentar, ele oferece a Constant Coquelin (Olivier Gourmet), famoso ator da época, uma comédia heroica para entreter os franceses no Natal. Só que após receber o ok, Edmond tem de correr contra o tempo e o bloqueio criativo, pois a peça não existe.

Então é mostrado como o dramaturgo vai juntando peças de sua vida e de conhecidos para escrever aquela que é uma das peças mais famosas e já produzidas na França. O filme é uma homenagem ao teatro e à vida nos palcos, sendo uma comédia leve e descontraída. Chama a atenção ainda a bela reconstituição de época da França no final do Século XIX. Não perca os pós-créditos, quando são mostradas imagens das mais variadas versões de Cyrano ao longo desses mais de cem anos, seja no teatro, seja no cinema. A mais famosa para mim era a interpretada por Gérard Depardieu em 1990. Mas existe uma versão modernizada, com Steve Martin e Daryl Hannah, de 1987.

Duração: 1h52
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"Pets - A Vida Secreta dos Bichos 2" (The Secret Life of Pets 2)




"Pets - A Vida Secreta Dos Bichos" tem a mesma premissa de Toy Story. No caso do primeiro, o que fazem os animais de estimação enquanto os donos estão fora de casa - em Toy Story os brinquedos é que ganham vida. Agora chega a sequência da vida dos animaizinhos em "Pets - A Vida Secreta dos Bichos 2" (The Secret Life of Pets 2), direção de Chris Renaud.

O foco segue sendo Max, que acha ter uma vida perfeita ao lado de seu colega Duke. Mas as coisas se complicam quando sua dona se casa e tem um bebê. E um belo dia, a família decide ir para o campo, na fazenda de um parente dos humanos. Como Max irá se adaptar a este passeio, ele que é um cão de apartamento em Nova Iorque? As coisas ficam tensas e só melhoram quando ele conhece o cão pastor Rooster, que o força a lidar com seus medos.

Como apenas isto não daria um longa, foram criados outras duas tramas paralelas. Numa delas, a cadelinha Gidget, que é apaixonada por Max, fica responsável por cuidar da abelhinha de brinquedo do seu amor. Mas num momento de distração, ela o perde e o brinquedo cai em um apartamento sinistro, habitado por uma senhorinha e seus mais de cem gatos. E no outro núcleo, o coelhinho Bola de Neve é vestido por sua dona como um super-herói, e ele acredita ter mesmo superpoderes. Que são colocados à prova quando é convocado por uma cachorrinha chamada Daisy para resgatar um dócil tigre branco de um circo, onde é maltratado pelo seu dono.

"Pets - A Vida Secreta Dos Bichos 2" desenvolve bem os seus personagens, com tramas inocentes e engraçadas, que funcionarão muito bem com as crianças. E até mesmo com alguns adultos. E a dublagem brasileira é perfeita, passando quase imperceptível. Boa diversão.

Duração: 1h26
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"Anabelle 3 - De Volta Para Casa" (Annabelle Comes Home)



Dirigido pelo estreante Gary Dauberman, roteirista dos dois filmes anteriores, "Anabelle 3 - De Volta Para Casa" (Annabelle Comes Home), não sairia do papel se fossemos analisar os eventos ocorridos no filme. Sem contar que a boneca, ao contrário do psicopata e também boneco Chucky, não faz nada, absolutamente nada. Fica lá apenas sentada. Sua força é atrair para nossa dimensão todo tipo de espírito maligno.

Assim, o casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) recuperam a boneca que estava em poder de uma família e a levam para seu porão repleto de objetos que já sofreram algum tipo de possessão - por que deixar isso num porão de sua própria casa, e com uma filha pré-adolescente no local? Annabelle é trancada em uma caixa de vidro abençoada por um padre. Aí o casal vai viajar e deixa a pequena Judy (McKenna Grace) com a babá Mary Ellen (Madison Iseman).

E claro que vai aparecer na casa uma amiga da babá, Daniela (Katie Sarife), traumatizada pela morte recente do pai, e a moça quer entrar em contato com o espírito dele. Xeretando, ela liberta a boneca, que imóvel, atrai todos os espíritos malignos para atormentar durante a noite as três meninas. Que berram, berram, correm.

Só que "Anabelle 3 - De Volta Para Casa" (Annabelle Comes Home) parece ter sido feito apenas para dar sustos leves, e não provocar pavor, nêm pânico. Não tem sangue, corpos estraçalhados, nem nada. Tudo muito clean. O espectador fica lá, esperando pelo susto. E é só isso.

Duração: 1h46
Cotação: regular

Chico Izidro

sexta-feira, junho 14, 2019

"Dor e Glória" (Dolor y Gloria)



O diretor espanhol Pedro Alçmodóvar apresenta em "Dor e Glória" (Dolor y Gloria) um de seus melhores filmes dos últimos anos. A trama é quase que autobiográfica, mostrando um diretor de cinema em período de falta de criatividade, que solitário, passa a relembrar sua vida e carreira desde sua infância pobre no interior da Espanha, ao lado dos pais.

Antonio Banderas vive o protagonista Salvador Mallo, atormentado por todo tipo de doenças físicas, depressão e ansiedade. Após 30 anos, uma de suas obras é restaurada e reconhecida pelo público como um clássico. Motivo pelo qual ele se reaproxima do ator principal, Alberto (Asier Etxeandia). À época do lançamento, Salvador não aprovou a atuação do ator, mas reviu seus conceitos e o procura para fazer as pazes. Quando Alberto retorna à sua vida, nela também entra o vício em heroína, para atormentá-lo mais ainda.

"Dor e Glória" também mostra o passado em flashbacks, onde Salvador relembra de sua mãe, trabalhadora, afetuosa e protetora. Jacinta ganha uma interpretação vigorosa e cativante de Penélope Cruz - atriz que confesso tinha uma certa bronca há alguns anos. Mas suas atuações vêm surpreendendo.

Já Antonio Banderas, revelado para o grande público exatamente pelos trabalhos com Almodóvar nos anos 1980, proporciona como Salvador uma das performances mais inesquecíveis de sua carreira. Ele consegue passar para o espectador toda a emoção de uma pessoa que sofre em silêncio, com olhares e gestos únicos.

"Dor e Glória" acaba sendo um dos melhores trabalhos de Pedro Almodóvar, que abre seu coração, refletindo sobre a sua própria vida - desde a pobreza na infância, o ensino em escolas de padres, a homossexualidade, o afeto da mãe. Espetacular.

Duração: 1h53
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"MIB: Homens de Preto - Internacional" (Men in Black: International)




A franquia estreou causando furor em 1997, dirigida por Barry Sonnenfeld e que trazia Will Smith como um esforçado policial de Nova Iorque recrutado por Tommy Lee Jones para fazer parte de uma divisão secreta de controle e investigação de alienígenas.

Agora, 22 anos depois, em "MIB: Homens de Preto - Internacional" (Men in Black: International), a personagem de Tessa Thompsom, Molly, questiona porque Men in Black e não Women in Black. "Eu já falei a eles sobre isso", diz a sua chefe, Agente O, vivida por Emma Thompson (nenhum parentesco entre elas). São outros tempos e as mulheres ganham mais espaço e importância.

Tanto que Molly não é recrutada, ela busca seu espaço, hackeando um sistema da NASA e seguindo um objeto não identificado que acaba de cair na terra. Assim, descobre o QG dos Homens de Preto. E garante: este é meu mundo, isso que eu quero fazer. Deste modo, ela vcira estagiária e é enviada para Londres, onde conhece o Agente H (Chris Hemsworth), famoso pela resolução de um caso difícil ao lado do seu parceiro, o Agente T, interpretado por Liam Neeson.

E M. e H. terão que investigar um possível traidor infiltrado nos MIB, suspeita reforçada após o assassinato de um alienígena que vive na Terra sob a proteção da organização, e que possui um objetivo que pode acabar com o mundo. A química de Tessa e Hemsworth, que já haviam trabalhado juntos em “Thor: Ragnarok” funciona muito bem, e não rola o que poderia ser fatal para a trama - um romance forçado entre eles. A dupla é ajudada pelo pequeno alienígena Pawny - que lembra muito o boneco do guaraná Dolly, e que tem tiradas muito engraçadas, as melhores do filme.

“MIB Internacional” não é um baita filme, mas é garantia de diversão e algumas boas risadas.

Duração: 1h55
Cotação: bom

Chico Izidro

"Obsessão" (Greta)



A indústria cinematográfica é repleta de personagens carentes e que à primeira vista parecem simpáticos, mas que na verdade são verdadeiros psicopatas. "Atração Fatal" e "Louca Obsessão" são os maiores exemplos, mas recentemente tivemos "Ma". E agora surge "Obsessão" (Greta), dirigido por Neil Jordan, temos a história de uma mulher francesa, Greta (Huppert), uma pessoa solitária em Nova Iorque. Um belo dia, ela esquece sua bolsa no metrô, e o objeto é encontrado pela jovem garçonete Frances (Chloë Grace Moretz), que faz questão de encontrar e devolver a bolsa, intocada, para a sua dona.

No começo as duas vão criando laços afetivos e Greta parece ocupar o espaço materno que Frances não tinha, pois havia perdido a mãe. Mas aos poucos, Greta vai mostrando um outro lado, onde se torna uma ameaça real para a garota - que vai tentando se livrar da incômoda presença, e só piorando a situação. Greta é a mulher carente, solitária, mas é mais do que isso.

Isabelle Huppert nos presenteia com uma mulher assustadora, que não queremos de modo algum para nossa vida. Doente e psicopata, sua personagem vai deixando a jovem vivida com força por Chloë Grace Moretz também doente. O filme não traz nada de original, porém é angustiante e tenso.

Duração: 1h38
Cotação: bom

Chico Izidro

"X-Men: Fênix Negra" ( X-Men: Dark Phoenix)




"X-Men: Fênix Negra" ( X-Men: Dark Phoenix) é o encerramento de uma franquia que se iniciou em 2000 e tem direção de Simon Kinberg, roteirista que adaptou a mesma HQ em X-Men 3: O Confronto Final (2006). O filme dos mutantes é entediante, apesar de apresentar ótimos efeitos especiais - um resgate de um ônibus espacial, a batalha dentro de um trem em alta velocidade ou a luta entre os heróis na casa do pai de Jean Grey.

A trama, aliás, gira em torno dela mesma Jean Grey (interpretada por Sophie Turner) que, durante a missão espacial para resgatar alguns astronaustas, acaba absorvendo a energia da Fênix, uma poderosa entidade cósmica. Assim, ela se torna o ser mais forte da galáxia, precisando aprender a controlar suas novas habilidades, e ao mesmo tempo que descobre segredos que foram escondidos pelo professor Charles Xavier (James McAvoy), que começa a ver o grupo começando a questionar a sua liderança.

A Fênix ainda começa a ser caçada por um grupo de alienígenas transmorfos, cuja líder é vivida por Jessica Chastain. E o roteiro é falho, ao não explicar qual a motivação dos seres em tentar capturar Jean Grey. Enfim, o personagem de Chastain está lá apenas para tentar colocar um vilão na história.

"X-Men: Fênix Negra" acaba sendo decepcionante, mesmo que seja uma trama séria, sem espaços para piadinhas, como vemos em "Vingadores" ou "Liga da Justiça". Nada é muito aprofundado e mal explicado, coisas que irritam. E até nos fazem, por vezes, dispersar.

Duração: 1h54
Cotação: ruim


Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...