quinta-feira, março 24, 2011

Sucker Punch - Mundo Surreal



Sucker Punch - Mundo Surreal é o típico filme para meninos. Mulheres bonitas, com poucas roupas, trilha sonora pancada, efeitos que lembram vídeo-game, edição rápida.
Vertiginoso, seu visual não está distante de outro filme do diretor Zack Snider, o sucesso 300. Lembra ainda as graphic novels, mas não é necessário pensar muito. Só curtir.
A história é centrada em Babydoll (Emily Browning, de Desventuras em Série, que cresceu e talvez seja dona dos lábios mais sensuais de Hollywood desde Scarlett Johansson e Kim Basinger), que após a morte da mãe, é acusada pelo cruel padrasto de matar a irmã. Então é levada para um hospício, onde conhece mais quatro garotas consideradas problemáticas.
Na instituição mental, Babydoll acaba imaginando uma realidade alternativa, onde planeja escapar do sofrimento a que está sendo submetida. A bela garota se imagina dançarina e a cada dança, elas e suas amigas, Rocket (Jena Malone, de O Mensageiro), Sweet Pea (Abbie Cornish, de Brilho de Uma Paixão), Blondie (Vanessa Hudgens) e Amber (Jamie Chung), cumprem missões comandadas por um misterioso chefe, interpretado por Scott Glen, de Apocalipse.
Como num vídeo-game, as meninas lutam contra dragões, zumbis nazistas, robôs e orcs - evidentes referências a Senhor dos Anéis; Eu, robô; Reino de fogo entre outros. O objetivo é ultrapassar as fases para conseguir quatro objetos que significam a liberdade. Divertido.
cotação: bom
Chico Izidro

quarta-feira, março 23, 2011

Vips




Escrever que Wagner Moura é um excelente ator é chover no molhado. Dá para lembrar suas hilárias aparições no humorístico Sexo frágil e depois no cinema, com Carandiru, Abril despedaçado e Saneamento básico, entre outros. Mas o ator ficou eternizado como o Capitão Nascimento em Tropa de Elite.
Agora o baiano desvincula totalmente sua imagem do violento policial ao interpretar o esquizofrênico ou seria malando Marcelo Nascimento da Rocha em Vips, de Bráulio Mantovani e Toniko Melo. Baseado no livro Vips – Histórias Reais de um Mentiroso, de Mariana Caltabiano, conta a vida do rapaz que se faz passar por Henrique Constantino, filho do dono da empresa aérea Gol, Nenê Constantino. Ele não encarnou, no entanto, só o ricaço. Também passou por guitarrista do Engenheiros do Hawaii, olheiro da Seleção Brasileira e até líder do PCC durante rebelião no presídio de Bangu.
Abandonado pelo pai e criado pela mãe cabelereira, o garoto tinha a extrema facilidade em fazer imitações. Ou seja, poder passar por quem não era. Antes de se transformar em Henrique e sonhando em ser piloto de avião, trabalhou em Mato Grosso para traficantes, chegando a ser preso.
O auge de sua performance, porém, foi a transformação no herdeiro da empresa aérea em 2001. Marcelo passou quatro dias na pele de Henrique no carnaval de Recife. Ficou num resort para ricaços, fez amizades com atores e atrizes globais e chegou a dar entrevista para o programa Amaury Jr e apareceu na capa de revista de celebridades. Ele ficou tão convicto de ser Henrique, que mesmo desmascarado, continuou a acreditar em sua farsa, mostrando nítidos sinais de esquizofrênia.
E Wagner Moura dá conta do recado - ele está em 100% das cenas. E tem atuação impecável, um camaleão assim como o personagem que interpreta. Até mesmo seu Marcelo adolescente é convincente, apesar de o ator estar com 35 anos. Imperdível e divertido.
cotação: bom
Chico Izidro

Patrick 1.5





No começo estranhamos a língua sueca no filme, mas logo nos adaptamos. E adaptar-se é o que tem de fazer os personagens de Patrick 1.5, de Ella Lemhagen.
Vindo do país nórdico, sua temática não é fácil e tenta mostrar que o povo daquele lugar não parece ser tão liberal como imaginamos. Um casal gay se muda para um daqueles subúrbios que estamos acostumados a ver em filmes americanos, com suas famílias aparentemente felizes e suas casas coloridas.
Sven Skoogh (Torkel Petersson) e Göran Skoogh (Gustaf Skarsgård) querem ter o lar perfeito e para isso adotam uma criança, o pequeno Patrick, de um ano e meio. Só que um erro do serviço social faz parar na casa deles um órfão de 15 anos, com uma extensa ficha criminal e ainda por cima homofóbico. O garoto gera a cizânia entre o casal e acredita que será estuprado por um deles, já que esta é a natureza dos gays.
Resta ao casal tentar lidar com a situação e não dando conta, livrar-se de Patrick. Só que isso não será tão fácil quanto parece.
E Sven e Göran ainda têm de suportar o preconceito dos vizinhos, que por mais que tentem se mostrar receptivos, não conseguem aguentar a ideia de ter vizinhos homossexuais. Numa cena, Göran vai visitar a moradora da casa ao lado e descobre que ela e o marido estão fazendo uma festa onde todos da vizinhança foram convidados, menos ele e Sven. E o preconceito não está só com os adultos. As crianças costumam tocar a campainha da casa deles e ofendê-los.
Patrick 1.5 consegue fugir do sentimentalismo barato e não se deixa cair em armadilhas fáceis, que seriam o caminho mais tranquilo, se claro, estivessemos vendo uma fita vindo dos States.
cotação: bom
Chico Izidro

Liz Taylor 1932-2011





A musa Elizabeth "Liz" Rosemond Taylor (Londres, 27 de fevereiro de 1932 — Los Angeles, 23 de março de 2011.

Sexo sem compromisso



Como pode uma atriz se equivocar tanto? Faz o genial Cisne Negro e logo aparece com a comédia romântica Sexo sem compromisso. Sim, falo de Natalie Portman, cujo primeiro filme assisti novamente por estes dias, O profissional, de 1994, com Jean Reno.
Sexo sem compromisso se parece e muito com O Amor e outras drogas. Garota e garoto mantém uma amizade com benefícios, ou seja, só se encontram para transar. Porém o garoto acaba se apaixonando e a garota tem mil motivos para não entrar no relacionamento.
Aqui, a bela médica Emma (Portman) diz ser péssima em namoros. E resiste às investidas do bobão Adam (Ashton Kutcher, realmente um péssimo ator e com cara de sonso, apesar de ter casado com a musa oitentista Demi Moore).
Evidente que eles ficam naquele vai e vem, enrola e desenrola, até Emma descobrir que Adam é o homem de sua vida. E pega o carro, indo atrás dele, até vê-lo quase nos braços de outra...mas tudo acaba bem no final. Outro tropeço de Ivan Reitman, que de bom só fez mesmo Os caça-fantasmas.
cotação: ruim
Chico Izidro

Passe livre



Os fãs de comédias ficam esperando que os irmãos Farrelly, Bobby e Peter, criem um novo "Quem vai ficar com Mary?" ou Débi e Lóide. Parece, no entanto, que a dupla perdeu a mão. Isso fica claro em Passe Livre, uma bobagem monumental.
A "comédia" onde dois amigos quarentões, Owen Wilson e Jason Sudeikis (de Saturday Night Live e 30 Rock) só pensam em sexo e na juventude perdida. Eles ganham, então, de suas mulheres uma semana de folga do casamento, o tal passe livre.
A sacada é tentar mostrar como a dupla se mostra completamente desorientada ao tentar aplicar cantada nas garotas ou cair na balada. Afinal, após quase 20 anos de casados os fizeram perder o jeito para a coisa.
As piadas, no entanto, são rasteiras. Algumas completamente constrangedoras. E em outras, é gente defecando, comendo e arrotando. Porky's fez coisa melhor há 30 anos.
Nada funciona. E para piorar o final se mostra moralista, conservador.
cotação: ruim
Chico Izidro

Esposa de mentirinha



Eu havia prometido de que não iria mais assistir as comédias românticas. Afinal seus roteiros não diferem muito um do outro. Homem conhece mulher, eles se apaixonam, mas não se entregam totalmente, ficando num vai e vem irritante, até o final onde acabam descobrindo que foram feitos um pro outro.
Só que acabei quebrando a promessa ao entrar no cinema para ver Esposa de Mentirinha, de Dennis Dugan. É mais uma roubada em que se mete Jennifer Aniston. Para piorar, ela faz par romântico com o chatonildo Adam Sandler (que parece funcionar somente com Drew Barrymore, vide Como se fosse a primeira vez e Afinado no amor).
Sandler é Danny, um médico quarentão e garanhão, acredite, que só pegas as gatinhas se passando por casado. Até que cai de amores por uma professorinha de 22 anos, Palmer (a insossa Brooklyn Decker). Danny acha, então, que ela é a mulher de sua vida. Então ele tem de tentar mostrar para a garota que está se divorciando. Convence a sua secretária, Katherine (Aniston) a se passar por sua mulher. E por conta de um roteiro furado, os três, mais os filhos de Katherine vão passar um final de semana no Hawai.
Onde claro, Danny descobre não ter nada haver com Palmer. Por outro lado, chega a conclusão em 48 horas, após quase 10 anos, que Katherine é a sua alma gêmea.
Aí a gente acorda do sono profundo e vai pra casa.
Ah, eu ia esquecendo da participação lamentável de Nicole Kidman como uma perua e ex-colega de faculdade de Katherine. O que ela fez em seu rosto, outrora belíssimo?
coração: ruim
Chico Izidro

Restrepo



Talvez o mais impactante filme de guerra já feito, mesmo porque como diz um apresentador da ESPN Internacional - incrível, pero real. Sim, Restrepo não é um filme qualquer. Dirigido pela dupla Tim Hetherington e Sebastian Junger, o documentário segue o dia a dia de um grupo de soldados americanos enviados para o Vale do Korengal, no Afeganistão, um dos lugares mais letais do mundo.
E o local é atrolhado de talibãs, que não param de cometer ataques à unidade, formada por cerca de 15 homens, basicamente jovens, quase garotos. Que acabam se questionando o que fazem naquele final de mundo poeirento e hostil.
Restrepo é o sobrenome de um paramédico morto pelos insurgentes muçulmanos no Vale dias depois de eles se fixarem no lugar. Assim, a base acaba sendo batizada com o nome do soldado.
No documentário, as câmeras frenéticas não param de seguir os soldados em suas missões e até nos mínimos afazeres no acampamento. E são registrados muitos momentos de violência, com o nervosismo estando sempre presente. Pois não se vê o inimigo. Mas sabe-se que ele está lá, de tocaia. Tanto que uma das cenas mais chocantes de Restrepo mostra a morte de um soldado durante uma emboscada. Ver o desespero do colega nos faz pensar no sentido absurdo da guerra.
cotação: ótimo
Chico Izidro

Desconhecido




Quase aos 60 anos, Liam Neeson descobriu o seu nicho nos filmes de ação. Até me faz lembrar Sean Connery, mas ao contrário. O grande escocês começou como 007 e depois passou a fazer filmes mais cabeça.
No ano retrasaado, Neeson foi protagonista do violento Busca Implacável. Agora ele é o astro de Desconhecido (Unknow), direção de Jaume Collet-Serra. Uma trama que mistura Hitchcock e até mesmo Polanski - no bom Busca Frenética, de 1988.
Desconhecido não tem nada de novo, inclusive trazendo à tona a velha história do homem que tem a identidade roubada por outro homem. E ninguém acredita nele, nem mesmo a sua esposa. Ainda tem a ajuda de uma garota bonita - sempre o herói consegue carregar junto uma garota, que passa a correr risco de morte como ele.
O interessante é que apesar de todo este amontoado de clichês, Desconhecido surpreende. O filme traz uma revelação surpreendente em sua meia-hora final, enigma que pouca gente talvez tenha decifrado antes.
Passada numa gélida Berlim durante convenção científica, envolve assassinos e imigrantes ilegais. E como escrevi lá no início, Liam Neeson se sente à vontade no papel do cientista Martin Harris, que tem a identidade questionada. E duas belas mulheres roubam as cenas - Diane Kruger como uma imigrante da ex-Iugoslávia e January Jones interpretando a esposa do dr. Harris. Um filme que vale uma espiada.
Cotação: bom
Chico Izidro

terça-feira, março 08, 2011

Bruna Surfistinha



A atriz Deborah Secco ultrapassou limites para interpretar uma garota de programa no filme Bruna Surfistinha, direção do novato publicitário Marcus Baldini.
A história, como todos sabem, é baseada na vida de Raquel Pacheco, que aos 18 anos de idade deixou a casa dos pais em São Paulo e foi trabalhar num bordel, arregimentando uma enorme clientela. Para inveja das demais meninas da casa. O sucesso chegaria através da internet, quando ela criou um blog contando o seu dia a dia na prostituição e faturando muito.
Bruna, pseudônimo escolhido porque sua cafetina achou Raquel um nome muito caido, e Surfistinha porque os clientes viam nela mais uma garota de classe média (o que ela realmente era) do que vindo da pobreza, também conheceu o inferno ao gastar toda a fortuna adquirida em drogas e festas arrasa-quarteirão. Acabou tendo de trabalhar nos piores inferninhos e para quem fazia programas por boladas, aceitar R$ 20,00 era o fim do mundo.
A atuação de Deborah Secco impressiona, mesmo quando ela, já passada dos 30 anos, tem de se passar por uma garota mal saída da adolescência. E ela não recua nas fortes cenas de sexo.
Bruna Surfistinha tem momentos divertidos, graças também ao bom trabalho de alguns coadjuvantes, como Cássio Gabus Mendes no papel de um cliente apaixonado pela prostituta, ou Fabíula Nascimento como uma das colegas de Raquel no bordel. E Drica Moraes, como a cafetina, está perfeita.
A própria Raquel Pacheco faz uma ponta rapidíssima como uma atendente em um restaurante.
Pena que Bruna Surfistinha deixe de se aprofundar na questão da vida que levam essas meninas. Boa parte do filme se volta mais para as batidas, mesmo que ousadas cenas de sexo protagonizas por Deborah Secco. Fica aquela impressão de que o cinema brasileiro deu mais um passo para trás - tudo sempre acaba em pizza. Neste caso em sexo.
cotação: regular
Chico Izidro

Um lugar qualquer



Um lugar qualquer, de Sofia Coppola, é de difícil assimilação. Não é um filme para olhares simplistas. Contemplativo, tem traços de outra obra da filha de Francis Ford, o maravilhoso Encontros e desencontros.
Em pouco mais de 90 minutos, Um lugar qualquer mostra a vida tediosa do astro de cinema Johnny Marco (Stephen Dorff). O que faz um ator enquanto espera o lançamento de seu novo filme? Fica num hotel, fazendo festa, vendo show de duas loiras no pool dance e pegando todas as fãs que lhe dão mole.
O tédio impera na vida de Marco, que se mostra um total alienado quando solicitado a falar de outras coisas que não sejam sobre suas atuações. E o ator não cresceu, pois tudo é lhe dado de mão beijada (o mesmo acontece com os jogadores de futebol). Basta levantar o telefone e solicitar o que quiser. Para uma viagem, o suficiente é chegar no aeroporto e embarcar, pois sua produtora já preparou tudo.
O marasmo sofre uma significativa mudança quando ele é obrigado a cuidar da filha de 11 anos, Cleo (Elle Fanning, irmã de Dakota, de Guerra dos Mundos e da série Crepúsculo), pois a ex-esposa dá um telefonema misterioso, dizendo que precisa de um tempo e irá viajar. Os dois têm uma identificação muito grandes, pois Marco não passa de uma criança grande, então não sente dificuldade em ficar com a garota - passam o tempo jogando videogame. Mas com a presença da garota, Marco vai começar a repensar a sua vida.
Um lugar qualquer, porém, deixa de ser perfeito ao não explicar muita coisa. Uma dela são as estranhas ligações que Marco recebe no seu celular.
Stephen Dorff, com participações em Os cinco rapazes de Liverpool e Blade, convenhamos, não se esforça muito para representar um ator em fase ociosa. Já a carismática Elle Dakota mostra que pode seguir o bom caminho trilhado pela irmã mais velha (apesar do tropeço na série vampiresca).
cotação: bom
Chico Izidro

Enterrado vivo - DVD



O ótimo 127 horas mostra a situação de um homem preso num Grand Canyon, com uma pedra prendendo o seu braço. Angustiante. Agora imagine você acordar dentro de um caixão enterrado sabe-se lá aonde no interior do Iraque. Esta é a premissa de Enterrado vivo, direção do espanhol Rodrigo Cortéx e com, desculpem-me o trocadilho, vida curta no cinema. Ainda bem que temos o dvd para resgatar esta pérola do suspense. Ou seria terror.
O caminhoneiro norte-americano Paul Conroy é preso por terroristas iraquianos, que pedem 5 milhões de dólares pelo seu resgate. E ele tem poucas horas, uma lanterna, um celular e um isqueiro para tentar sobreviver. E o pior, Paul é que tem de negociar com sua empresa e o governo americano por sua soltura. Horripilante.
Enterrado vivo tem apenas um ator, Ryan Reynolds, que por um período foi um dos homens mais felizes do mundo, já que era casado com a beldade Scarlett Johansson. E o ator consegue conduzir com perfeição, como James Franco em 127 horas, o pânico de um homem que aos poucos vê sua vida se esvaindo, sem conseguir achar uma alternativa para salvá-la.
coração: ótimo
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...