terça-feira, novembro 26, 2013

"Blue Jasmine"

Woody Allen não deu espaço para o humor no drama "Blue Jasmine", fugindo muito ao seu estilo. E Cate Blanchet tem uma atuação espetacular na história da dama da alta sociedade nova-iorquina que do dia para a noite se vê sem nada após o marido - o investidor financeiro Hal (Alec Baldwin) ser preso e se matar na prisão. Jasmine, que nasceu Jeanette, vai para San Francisco tentar reconstruir a vida, e morando de favor na casa da irmã pobretona e brega, Ginger (Sally Hawkins).

"Blue Jasmine" mostra o recomeço na vida de Jasmine. E ela não se encaixa em nada do que a nova vida lhe traz: o acanhado apartamento e os filhos barulhentos da irmã, o emprego como secretária de um dentista que dá em cima dela descaradamente, o curso de informática, pois Jasmine nem sabia ligar um computador antes de ir à ruína. A história é contada ainda trazendo flash-backs da vida anterior e aprazível que Jasmine tinha ao lado do marido, uma espécie de Madoff, o especulador financeiro que enganou meio mundo durante décadas e que no final da década passada acabou sendo desmascarado e hoje cumpre pena de 150 anos nos Estados Unidos. Cate Blanchet, presente em todas as cenas do filme, está esplendorosa no papel de uma milionária, que de repente se vê falida. Tão bem ainda está Sally Hawkins, a irmã fraca e insegura de Jasmine, e Baldwin, este sempre bem, no papel do vigarista, que consegue enganar toda uma sociedade.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Jogos Vorazes - Em Chamas"

Jennifer Lawrence volta a viver Katniss Everdeen em "Jogos Vorazes - Em Chamas", direção de Francis Lawrence (nenhum parentesco com a atriz). Para entrar no clima, vale relembrar o primeiro filme, onde Katniss Everdeen e Peeta (Josh Hutcherson) quebram as regras dos jogos, uma espécie de maratona onde jovens se embrenham na floresta, tendo de brigar pela vida com outros jovens, numa espécie de reality show. Só uma pessoa pode sobreviver, mas Katniss e Peeta acabam restando vivos. Isso trouxe problemas para o governo, que organiza os jogos, e que começa a perder o controle sobre o populacho, vivendo em condições de miséria em regiões chamadas de distritos. O jeito para acabar com as sublevações é convocar novos jogos, reunindo todos os vencedores das edições passadas, e tentar matar Katniss, vista como um ídolo pela população.

"Jogos Vorazes - Em Chamas" tem exageros visuais, mas é uma boa aventura, com suspense - que demora para engrenar. Com suas duas horas e meia de duração, a parte inicial se dedica a explicar os meandros da politicagem, até que finalmente começa a ação - que é eletrizante. E tem Jennifer Lawrence, uma bela heroína. Porém seu par, Peeta (Josh Hutcherson) é insosso, com uma cara estúpida e perdida.

Cotação: bom
Chico Izidro

"Sobrenatural 2"

Antes de tudo, não assisti a primeira parte, então no começo fiquei meio perdido. Pois em "Sobrenatural 2", direção de James Wan, um espiríto maligno aparece para assustar a família de Josh Lambert (Patrick Wilson) e Renai (Rose Byrne). Josh, quando criança passou por uma espécie de exorcismo, e agora, adulto, vê sua família ser aterrorizada por aparições na grande casa que ocupam. O jeito é apelar para uma equipe de caça-fantasmas, que tentam desvendar o que está acontecendo.

E são aqueles clichês tão caros aos filmes de terror: objetos se movendo, espíritos se locomovendo pelos cômodos da casa e dando susto nos moradores. Tudo de uma forma tão repetitiva, que cansa.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Eu Respiro"

Neil Platt é um arquiteto que desenvolveu uma doença sem cura, Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), e no documentário "Eu Respiro", direção de Emma Davie e Morag McKinnon, ele é mostrado imóvel, em uma cadeira, e com um tubo de oxigênio que lhe permite respirar. Neil era uma pessoa ativa, sempre sorridente nas fotos e vídeos dos tempos da faculdade ou do início do casamento com Louise, que se manteve ao seu lado, mesmo após a doença ter sido diagnosticada. A ELA imobilizou totalmente o seu corpo do pescoço para baixo. A doença também provocou a morte de seu pai e de seu avô.

O filme mostra que Neil Platt manteve um diário para deixar de lembrança ao filho pequeno, Oscar, ainda numa idade em que não compreende o que se passa com o seu pai. "Eu Respiro", apesar de lidar com uma doença e um doente terminal, foge do apelativo, não buscando fazer com que o espectador caia no choro. Pelo contrárioo, mostra a força de uma pessoa que sabe ter os dias contados, mas não deixando isso transparecer.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Thor - O Mundo Sombrio"

"Thor - O Mundo Sombrio", direção de Alan Taylor, traz de novo o australiano Chris Hemsworth no papel do Deus do Trovão e seu martelo Mjolnir. Desta vez Thor tem de lutar contra os elfos negros, liderados pelo violento Malekith (Christopher Eccleston). Qual o objetivo deles? Ora, destruir o mundo. E para evitar o intento dos elfos, Thor prexcisa da ajuda da mortal dra. Jane Foster (Natalie Portman) e até mesmo de seu irmão adotivo, o vilão Loki (Tom Hiddleston).

A trama é meio complicada, e a pancadaria repetitiva toma conta do filme em em sua metade até o final. Muito cansativo. E Chris Hemsworth sempre com uma cara de entediado, de o que estou fazendo aqui? Enfim, uma atuação ruim, por mais que ele tenha a cara do herói vindo de Asgard.

Cotação: ruim
Chico Izidro

sábado, novembro 16, 2013

"Lore"

"Lore", direção de Cate Shortland, é simples e por isso muito bom. Relata a história de uma garota, Lore, que ao final da II Guerra Mundial, se vê praticamente sozinha, tendo de se responsabilizar pelos quatro irmãos mais novos, depois que seus pais os abandonam. Não fica exatamente claro, mas o pai de Lore, Vati (Hans-Jochen Wagner), é um oficial nazista envolvido em crimes de guerra - ele aparece queimando documentos e logo desaparece - e a mãe também está envolvida.

Lore, em ótima atuação de Saskia Rosendahl, sai da Floresta Negra, tendo de atravessar a Alemanha, devastada pela guerra, dividida pelos países vencedores - EUA, Inglaterra, França e União Soviética, e levar os irmãos até a casa da avó, nas cercanias de Hamburgo, no norte. No trajeto, a busca incessante por comida, já que a fome bate implacável, e fugir de estranhos que querem se aproveitar de sua juventude. Em sua jornada, Lore vai tomando conhecimento do Holocausto, e a negação de seus conterrâneos quanto aos crimes praticados pelos nazistas. Ela mesma mostra forte antisemitismo ao se deparar com um judeu sobrevivente dos campos e que se une a ela na busca por comida e atravessar o devastado país.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

sexta-feira, novembro 08, 2013

"Capitão Philipps"


Baseado em evento real ocorrido em 2009, "Capitão Philipps" traz uma ótima parceria do diretor Paul Greengrass com Tom Hanks, perfeito no papel de um homem comum envolvido em fato que foge ao sei controle. O capitão do filme é Richard Phillips, de um navio que transportava mercadorias e alimentos na costa africana, próxima a Somália, lugar fértil para ataques de piratas somalis. E a ameaça acaba se concretizando, quando quatro piratas=, liderados por Muse (o ótimo novato Barkhad Abdi, ele mesmo nascido no país africano e imigrado ainda criança para os Estados Unidos), invadem o navio, pedindo dinheiro e ameaçando a tripulação a bordo. Nos minutos que se seguem, o capitão tentará convencer Muse e seus seguidores a levarem 30 mil dólares que está disponível no cofre. "Queremos milhões, não está ninharia", afirmam os piratas, sabendo que colocando a tripulação como refém, podem faturar alto na negociação, que nunca chegará a se concretizar.
A tensão vai crescendo e chega ao auge quando o capitão é colocado na baleeira e levado pelos piratas, a esta altura já perseguidos pela tropa americana anti-pirataria. Tom Hanks, como dito antes, está perfeito no papel de Phillips, com um olhar de medo e desespero por não conseguir deixar seus homens em segurança. Mas quem ganha a parada é o ator Barkhad Abdi, magérrimo e ameaçador, sempre mascando folhas de uma planta que carrega no bolso. Ele interpreta o ex-pescador Muse, que vê na pirataria uma forma de escapar da pobreza de seu vilarejo. Apesar de seu estilo frágil, mostra a cada atitude o quanto pode ser violento se não respeitado.
Enfim, "Capitão Philipps" é um ótimo thriller em alto mar, que só perde um pouco de força em seu final, quando torna-se um tabto patriótico, tentando mostrar o quanto os americanos são perfeitos em suas ações.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...