sexta-feira, novembro 12, 2010

A Suprema Felicidade



Após mais de 20 anos, Arnaldo Jabor voltou a dirigir um filme. Mas voltou enferrujado. A Suprema Felicidade pretende ser um Amarcord do agora comentarista político dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo e da TV Globo. Porém, ele ficou no meio do caminho, perdendo-se muito na péssima direção de atores e num roteiro sem muita imaginação.
A Suprema Felicidade se passa no Rio de Janeiro entre o final dos anos 1930 e 50. E tem como personagem principal Paulinho, que como menino é vivido por Caio Manhente; depois no começo da adolescência por Michel Joelsas e finalmente por Jayme Matarazzo. Só que os três atores são completamente inexpressivos.
Paulinho vive numa família complicada, onde o pai, o piloto da FAB Marcos (Dan Stulbach) é o suprasumo do machismo, impedindo que a esposa Sofia (Mariana Lima) trabalhe fora. Por isso, ela se torna uma mulher infeliz e paranoica, achando estar sendo traída. A única pessoa de lucidez na família e também na atuação é Marco Nanini, que interpreta o avô de Paulinho. O ator de A Grande Família está excelente como o músico boêmio e americano doente Noel, que aos poucos vai apresentando sinais do Mal de Alzheimer.
Jabor mostra um Rio romântico, onde os jovens se masturbavam com fotos de um livro de medicina do pai de um deles; onde tudo era motivo para se cantar um samba e as boates e prostíbulos fervilhavam. E as ruas eram seguras, sem o perigo de uma bala perdida e onde não se viam sinais de drogas.

Cotação: regular
Chico Izidro

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