sábado, abril 22, 2006

Capote



Capote - Phillip Seymour Hoffmann é um quase completo desconhecido para o público brasileiro, apesar de estar presente em vários filmes que fizeram sucesso nas telonas do país nos últimos anos. Sempre quando alguém vê Hoffmann diz...ah, já vi esse cara em algum filme. Viu, sim, com certeza. Felicidade, Magnólia, Perfume de Mulher, Boogie Nights, Dragão Vermelho e Ninguém é Perfeito, só para citar alguns. Sem contar que agora ele será o novo vilão de Missão Impossível III, com Tom Cruise. Mas estou aqui para falar de Capote, em que o ator de 39 anos interpreta o personagem título, o escritor e jornalista Truman Capote, um dos inventores do novo jornalismo (new journalism) ao escrever a reportagem À Sangue-Frio (Cold Blood) na revista New York nos anos 1960. A matéria, posteriormente, se transformaria em livro, que todo mundo deveria ler. Ao invés das cinebiografias tradicionais, que contam a vida do retratado desde a infância até a morte ou o auge da fama, em Capote, dirigido por Bennett Miller, o filme fica preso a um determinado período da vida do escritor - quando ele investiga e escreve a reportagem que o tornaria imortal - o assassinato de uma família do interior do interior dos Estados Unidos, os Cutley em 1959. Seymour está magistral na pele do homenzinho afetado, que tem uma paixão platônica por um dos criminosos da pequena família. Não fosse Capote, o crime nunca sairia da esfera americana para a mundial. Com toda a razão, Seymour ganhou o Oscar deste ano pela sua interpretação. Ele incorporou o escritor que sofreu tanto para escrever a reportagem, tanto que depois sofreu um bloqueio e nunca mais fez nada que prestasse na vida, a não ser participar de uma hilária comédia nos anos 1970 (Assassinato sem morte). Capote vale a pena ser visto e revisto. E não é só por Seymour. Também tem Catherine Kennear, como Harper Lee, que ajudou Capote nas pesquisas para escrever À Sangue Frio, enquanto ela própria redigia sua única obra - O Sol é Para Todos (sobre o racismo nos Estados Unidos da década de 1930). Este livro, que gerou um excepcional filme também merece uma visitação.

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