quarta-feira, março 07, 2012
A Dama de Ferro
Margareth Thatcher foi uma das figuras políticas mais emblemáticas da segunda metade do Século XX. Integrante do Partido Conservador Inglês, entrou em atritos com os sindicatos locais, derrotou a Argentina na Guerra das Malvinas, escapou de atentados do IRA e, ao lado de Ronald Reagan, foi um dos alicerces para o Ocidente ganhar a Guerra Fria. Além disso, era uma mulher antipática, com um sotaque terrível e dentes tortos. Mas também não fosse ela, Indira Gandhi e Golda Meir, as mulheres talvez não alcançassem o status político dos dias de hoje, vide Dilma Roussef, Angela Merckel e Hillary Clinton.
Por isso, A Dama de Ferro, filme de Phyllida Lloyd, perde excelente oportunidade de se fazer uma cinebiografia condizente com a trajetória desta mulher singular. Que é vivida explendorosamente por Meryl Streep, premiada justamente com o terceiro Oscar de sua carreira por essa interpretação. Só que o filme é uma coisa e a Thatcher de Streep é um elemento totalmente antagônico. Temos em A Dama de Ferro uma mulher de seus 80 e poucos anos, esclerosada, e achando ainda estar no comando do governo britânico e conversando com o fantasma de seu falecido marido, Dennis (Jim Broadbent). E em determinados momentos de sobriedade, Thatcher relembra como entrou na política, seguindo os passos do pai, um humilde quitandeiro, e também prefeito de uma cidadezinha do interior da Inglaterra.
Ela também relembra as dificuldades que encontrou para ascender politicamente, devido a sua origem operária (e na juventude, a política é interpretada com competência por Alexandra Roach), Margareth Roberts só conseguiu passar a ser levada a sério após casar com Dennis Thatcher aos 24 anos. E os momentos em que a líder conservadora se sobressai entre os homens são muito bem arquitetados por Phillida Lloyd. Na cena em que Thatcher assume seu primeiro cargo político, a diretora a mostra sendo esmagada por um mar de homens de chapéus. E dá um close em vários sapatos masculinos, mas dando destaque ao sapato de salto alto e colorido de Thatcher. Ou os closes no famoso cabelo armado ou nas unhas compridas de Thatcher, como se ela fosse um leão dominando o território. Porém, a maneira como A Dama de Ferro é montado e contado que o faz um filme menor.
Cotação: Regular
Chico Izidro
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“QUEER”
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