quinta-feira, junho 21, 2012

Sombras da Noite



Na oitava colaboração de Tim Burton e Johnny Depp, a dupla retorna aos temas soturnos, baseando-se em seriado de sucesso nos anos 1960 nos EUA. Sombras da Noite é uma comédia de humor negro, que tem como protagonista o vampiro Barnabas Collins.

A história começa em fins do século XVIII, quando Barnabas (Depp) é alijado do amor de sua vida, Josette, morta pela bruxa Angelique Bouchard (Eva Green), apaixonada por ele. Não bastasse isso, Angelique ainda o amaldiçoa, transformando-o em vampiro. Perseguido pela população da cidade, Barbabas fica aprisionado por duzentos anos, libertando-se em 1972, num mundo totalmente diferente daquele que vivia. O vampiro encontra alguns de seus descendentes vivendo na decadente mansão da família.

Para seu desconfonto, a cidade é controlada pela imortal e ainda bela Angelique, que nunca deixou de amá-lo. O problema é que Barnabas encontra na governanta da mansão Victoria Winters (Bella Heathcote, de O Preço do Amanhã) a reencarnação de Josette. Ou seja, Angelique se sentirá ameaçada e pronta a tentar evitar o romance entre a doce mortal e o vampiro.

Barnabas é um vampiro melâncólico tentando se encontrar no novo mundo. Depressivo, chega a se socorrer com a psicóloga Julia Hoffman (Helena Bonham Carter, musa e esposa do diretor Burton). As referências pop do começo da década de 1970 são um prato cheio para a graça do roteiro, ganhando força principalmente com a personagem Carolyn Stoddard (vivida por Chloë Moretz, de Kick-Ass). O rock feito por T. Rex, de Marc Bolan e Alice Cooper, que faz participação hilária - Barnabas acha que Alice é uma mulher e dispara: "Nossa, é a mulher mais feia que eu já vi". E a música melosa dos Carpenters, cuja citação vira outra bela piada.

Michelle Pfeiffer, no alto de seus 54 anos, continua linda e está bem no papel de Elizabeth Collins Stoddard, a matriarca da família nos anos setenta. Porém, a melhor atuação em Sombras da Noite, depois de Depp, é de Eva Green. Sua bruxa entra no rol das grandes malvadas do cinema recente - sem contar que a bond-girl, loira, ficou extremamente sexy e má.

Sombras da Noite, porém, derrapa em sua parte final, quando deixa de lado o humor e as sutilezas para cair na vala comum, com uma briguinha desnecessária, boba e inverossímel entre Barnabas e Angelique. Tirando isso, dá para se dar boas risadas e viajar à uma época ainda influenciada pelo flower power...e pobre dos hippies.

Cotação: bom
Chico Izidro

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