quinta-feira, abril 04, 2013

“O Último Elvis”




Terminado “O Último Elvis”, fui verificar se o protagonista John McInerny havia mesmo cantado as músicas do Rei do Rock no filme ou se as havia dublado. Bem, o cantor argentino, na vida real sobrevive como cover do astro morto em 1977. Ou seja, a voz é dele mesmo! Isso faz com que o filme dirigido por Armando Bo ganhe ainda mais força.

McInerny vive de forma espetacular, sem reparos, Carlos Gutierrez, operário de uma fábrica de componentes eletrônicos nos arredores de Buenos Aires. E ele só se sujeita ao emprego, onde passa os dias com fones de ouvidos escutando o Rei, pois pode se dedicar a sua verdadeira vocação: ser Elvis. Sim, ele acredita ser o próprio. Só aceita ser chamado de Carlos por causa das convenções sociais, e isso o irrita. E por causa de sua crença, seu casamento foi para o espaço, e a filha o vê com desconfiança. Detalhe, a mulher chama-se Alejandra, mas ele só a chama de Priscila, nome da esposa de Elvis, e a filha, convenientemente, foi batizada de Lise Marie. E ele é viciado em sanduíche de pasta de amendoim com banana, tal qual seu ídolo, ou ele mesmo...

Gutierrez, além da fábrica, trabalha numa agência de dublês – e a Argentina é conhecida pela supremacia de suas cópias humanas, vide os grupos que homenageiam os Beatles, Queen, Pink Floyd, tocando a obra deles à perfeição. E Gutierrez, quando sobe ao palco, acredita ainda mais ser o próprio Elvis, mesmo tocando em muquifos de quinta categoria. Gutierrez tem um plano para sua vida, e esse é atrapalhado de certa forma quando a mulher sofre um acidente, entra em coma, e ele se vê obrigado a cuidar da filha em tempo integral. Mas quem conhece a vida de Elvis Presley, aos poucos irá matando as charadas que surgem ao longo deste delicioso filme, cujo destino será Graceland.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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