quinta-feira, agosto 08, 2013

“Vendo Ou Alugo”


Uma comédia se propõe a fazer rir, mesmo se apelativamente. Mas também pode ser sutil, sem exageros. E é este o tipo de humor que se tenta apresentar em “Vendo ou Alugo”, direção de Betse de Paula. O filme consegue fugir daquela linha atual de trabalhos do cinema brasileiro que podem ser consideradas bobagens extremas, como é o caso de “E Aí Comeu?”, “Totalmente Inocentes” e "Até Que a Sorte nos Separe".

“Vendo ou Alugo” conta com atrizes do primeiro time, como Marieta Severo, Nathália Thimberg e Silvia Buarque, além de Marcos Palmeira, André Mattos e Antônio Pitanga. Na história, Marieta Severo é Maria Alice, uma das proprietárias de um velho casarão ao lado de uma favela que está sendo pacificada. Socialiate falida, vive agora como tradutora e envolvida em trambiques, está às voltas com dívidas astronômicas, e corre o risco de perder a casa, deixada como herança à ela, a mãe, a filha e a neta. O jeito é vender ou alugar, como deixa claro o título, o imóvel.

Em pouco mais de uma hora e meia, Maria Alice se envolve com um entregador dos traficantes, interpretado por Palmeira, enquanto a mãe Maria Eudóxia (Thimberg) prepara-se para passar uma tarde jogando com as amigas de longos anos. A neta Madu espera o tempo passar, completar 18 anos e se mandar de casa, enquanto lamenta o peso, a falta de namorado, a ausência do pai, um deputado corrupto, mas que pelo menos lhe manda uma polpuda mesada, e a mãe Baby (Buarque), uma hippie tardia, que rejeita os bens materiais. O problema que o tempo vai passando, vamos observando aquele cotidiano tão comuns a muitos, que é o de tentar se virar com a falta de grana, com as dívidas até no botequinho da esquina, assistimos uma ou outra boa sacada, envolvendo um pacote de maconha, e era isso.

Então “Vendo Ou Alugo” acaba se perdendo em sua parte derradeira, quando as donas da casa mostram o imóvel para dois possíveis compradores, um estrangeiro e um pastor evangélico. O que era sutil transforma-se numa comédia de apelação, caindo no rídiculo quando os personagens dançam sob o efeito de um bolo de maconha.

Mas a destacar a boa atuação de Marieta Severo, que aos 66 anos, mostra ainda ser dona de uma beleza especial.

Cotação: regular
Chico Izidro

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