quinta-feira, fevereiro 20, 2014

"Philomena"

"Philomena", direção de Stephens Frears, é um filme simples, mas muito bem contado e com atuações acima da média de Judi Dench e Steven Coogan. A veterana atriz, 79 anos, vive Philomena Lee, uma simples enfermeira aposentada que decide procurar um filho após 50 anos, e recebe a ajuda do jornalista Martins Sixsmiths (Coogan). Os dois partem numa jornada a partir da Irlanda, terra natal de Philomena, até os Estados Unidos, aproximando-se de um road-movie.

Philomena passou 50 anos pensando no destino de seu filho, Anthony, que ela teve ainda na adolescência, e doado pelas freiras do convento onde ela foi internada pelos familiares a uma família americana. O filme não chega a discutir a ação da Igreja Católica, rígida em seu moralismo com jovens grávidas e vistas como imorais por familiares e religiosos. Mostra apenas que a Igreja foi intolerante com estas meninas, e como elas sofreram com o fanatismo das freiras. Mesmo com todo o sofrimento que lhe foi impigido, Philomena nunca abandonou a sua crença religiosa. E isso é um contraponto a Martin, ateu e arrogante.

O destino de Anthony é logo revelado, e na hora seguinte, "Philomena" trata de mostrar as consequências dos acontecimentos na vida da enfermeira e daqueles próximos a ele. Judi Dench e Steven Coogan formam uma boa parceria. Ela não tem medo de expor suas rugas, e faz o papel de uma mulher inculta, leitora de romances baratos e, às vezes desesperançada, e outras vezes, tendo certeza do que pretende. Já Coogan interpreta um jornalista arogante, beirando o pedante, que no início está lá mais em busca de uma boa história, e que aos poucos vai compreendendo o sofrimento daquela mulher religiosa.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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