quinta-feira, novembro 17, 2016

"Elle"



O início de "Elle", dirigido pelo holandês Paul Verhoeven, o mesmo de "Robocop”, “O Vingador do Futuro”, “Instinto Selvagem” e “Showgirls”, é de um estupro. A proprietária de uma empresa de confecção de vidseogames Michèle (Isabelle Huppert) é atacada por um homem mascarado dentro de sua casa. Ela, porém, tenta após a agressão, levar a vida normalmente, sem procurar a polícia. Só mudará a atitude quando passa a receber mensagens do criminoso, que promete voltar a atacá-la é que Michèle toma uma atitude: tentar localizar o estuprador, que ela suspeita ser um dos funcionários de sua empresa.

Ao mesmo tempo que Michèle sofre com as consequências do crime que sofreu, a personagem é mostrada em seu cotidiano, em jantares e festas com os amigos, como a sósia Anna (Anne Consigny), casada com Robert (Christian Berkel), amante da protagonista.

O círculo é formado ainda pelo filho Vincent (Jonas Bloquet), um rapaz inseguro e massacrado pela namorada Josie, que ficou grávida, mas o filho é negro, e Vincent insiste que o menino é seu...num dos momentos cômicos do filme, Michèle fala para o filho: "vai precisar fazer exame de DNA"...e ainda tem o ex-marido Richard (Charles Berling), um escritor fracassado. Além disso, sua septuagenária mãe pretende se casar com um gigolô e o seu pai foi um serial killer, que cumpre prisão perpétua.

Enfim, Huppert apresenta uma personagem forte e poderosa, sobretudo em relação aos homens que a cercam. E interessante e até mesmo chocante é ver como Michèle lida com a situação quando descobre a surpreendente identidade de seu estuprador, mantendo com ele uma relação de sadomasoquismo e de cumplicidade. Forte.

Duração: 2h04min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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