quinta-feira, agosto 09, 2007

Primo Basílio



Da obra de Eça de Queiróz, Primo Basílio, o novo filme de Daniel Filho, supera as expectativas. Não cai nas armadilhas televisivas e tem no elenco feminino o destaque, com Débora Falabella e Glória Pires. Transposta para São Paulo nos anos 1950 (o original ocorria no século XIX, em Lisboa, Portugal), trata da infidelidade da dona de casa Luísa, que se apaixona pelo primo aventureiro (Fábio Assunção) e é chantageada pela empregada Juliana (Pires), enquanto o marido Jorge (Reynaldo Gianechini) está no Planalto Central trabalhando na construção de Brasília.
A reconstituição de época é impecável, desde o vestuário, móveis e uma São Paulo por vezes digitalizada. Glória Pires como a empregada é apresentada com o rosto e o corpo desfigurados. Ela, que muita gente já está considerando a principal dama da televisão brasileira, no entanto peca na voz da empregada, semi-analfabeta, mas que fala sem erros, sem sotaques. A lindinha Débora Falabella faz uma dona de casa mimada, sonhadora e por vezes ingênua, o que nos dias de hoje soaria como anacrônico - mas até o tema infidelidade não é mais tratado como há 50 anos. Outro destaque é Simone Spoladore (de Desmundo), que interpreta a amiga despudorada e infiel de Luísa. No lado masculino da história, quem está muito bem é Guilherme Fontes, aquele mesmo do escândalo Chatô, filme que nunca ficou pronto e custou os olhos da cara com o dinheiro do governo!. Ele é Sebastião, o amigo fiel de Jorge e que tenta ajudar a mocinha a se livrar da enrascada que havia se metido. Já Fábio Assunção como Basílio e Gianechini como o marido traído estão apenas corretos. Ah, para ganhar o público feminino, Daniel Filho abusa dos closes de traseiro dos dois galãs!

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