quarta-feira, outubro 24, 2007

O Passado



O passado está sempre presente em nossas vidas, por mais que tentemos apagar certas lembranças. O novo filme do brasileiro-argentino Hector Babenco, O Passado, baseado em romance de mesmo nome do argentino Alan Pauls, faz refletir e não é muito recomendado para depressivos ou com propensão. Além do que, mostra que histórias de amor costumam se repetir ad eternum.
O Passado é um belo filme, tendo como pano de fundo uma linda e melâncólica Buenos Aires.
O tradutor e cocainômano Rimini (Gael Garcia Bernal, de Amores Brutos, e com ótimo desempenho) está separado da mulher Sofia (a excelente Analía Couceyro, que tem um rosto de traços fortes e exagerados, lembrando muitas algumas atrizes dos filmes de Almodóvar), depois de 12 anos de casados. O término do relacionamento, começado ainda na adolescência, não foi bem assimilado por nenhum deles, mesmo que tenha sido encerrado de comum acordo.
Mas enquanto Rimini tenta tocar a sua vida, namorando outras mulheres, entre elas a modelo e ciumenta Vera (a bonita Moro Angheleri), e a também tradutora Carmen (Ana Celentano, que protagoniza com Gael uma bela cena de sexo, sem apelações), Sofia não o deixa em paz. A moça, visivelmente alterada, faz de tudo para atrapalhar Rimini e suas tentativas de recomeçar a vida. E isso trará consequências graves para ele, que enfrentará uma grave crise de depressão. O Passado tem ainda uma rápida participação do recém-falecido ator Paulo Autran como um palestrante senil, que não se desgruda de uma jarra de água.
O único problema do filme é que a história vara algumas décadas e os personagens parecem não envelhecer - o máximo que acontece é o cabelo de Sofia ficar comprido ao longo da história, talvez para acentuar a sua insanidade. Porém este detalhe não desmerece O Passado, que é presente e futuro para muitos de nós.

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