sexta-feira, maio 27, 2011

Caminho da Liberdade



O australiano Peter Weir é um cineasta não tão profílico. Suas obras demoram para chegar à tela, mas geralmente são imperdíveis. Caminho da Liberdade é lançado exatamente sete anos após Mestre dos Mares, e é impactante ao recriar a crueza do sistema stalinista na URSS em 1941.
Baseado nas memórias do polonês Slavomir Rawicz e muito contestada, pois teria ele roubado a experiência de um conterrâneo, Caminho da Liberdade mostra a fuga de prisioneiros políticos de um gulag na inóspita Sibéria. Como diz logo no começo um comandante do campo de concentração: "A Sibéria é a verdadeira prisão de vocês, não este campo". Aterrador.
Liderados pelo polonês Janusz (Jim Sturgess, de Across the Universe), condenado à prisão depois de denunciado por sua mulher, que só o fez por ter sido torturada, vários prisioneiros atravessam milhares de quilômetros para encontrar a liberdade. Sofrendo com a neve e o frio, o calor do deserto, a fome, a sede, atravessando o Himalaia, o deserto de Gobi, o Tibet até chegar à Índia. E até mesmo com o risco do canibalismo, como chega a sugerir um dos fugitivos, o ladrão e assassino Valka (Colin Farrel, excelente). E para alcançar o objetivo, muitos morrem pelo caminho. Mas segundo Janusz, é melhor morrer livre do que preso.
Os fugitivos são homens quietos e desconfiados uns dos outros. Eles têm suas vidas explicadas através da garota polonesa Irena (Saoirse Raonan, de Um Olhar do Paraíso), que se uniu ao grupo no meio do trajeto e faz a ponte entre um e outro. Entendemos, então, porque um americano, o Sr. Smith (Ed Harris, que rouba o filme) foi parar no gulag.
Caminho da Liberdade não extrapola na visão da era repressora vivda na época do ditador Stalin. É cru e extremamente realista.
Cotação: bom
Chico Izidro

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