A brincadeira é que Christian Bale (Batman) pode viver a sua trilogia oriental. Como criança, em 1987, foi o protagonista de "O Império do Sol", de Steven Spielberg. Agora, adulto, é o ator principal do drama "Flores do Oriente", de Zhang Yimou. Daqui a 20, 30 anos, talvez ele viva um idoso em outra obra passada em período de guerra na Ásia.
"Flores do Oriente" recria momento negro na história do Japão, quando da invasão à China, mais especificamente a cidade de Nanquim, em 1937, durante a Guerra Sino-Japonesa. Naquela ocasião, mais de 200 mil civis e militares foram assassinados e mais de 20 mil mulheres foram estupradas. E é o sofrimento de algumas dessas mulheres que o chinês Zhang Yimou recria, sem poupar cenas fortes, mas também tropeçando, por vezes, no sentimentalismo.
A história inicia quando o agente funerário John (Bale) vai até a igreja católica de Nanking para preparar o funeral de um padre. Só que chegando ao local, acaba encontrando um grupo de estudantes chinesas de 13 anos completamente abandonadas, pois o corpo do padre acabou sumindo após bombardeio. Logo depois, chega à igreja a procura de ajuda um bando de prostitutas, e John, alcoólatra, se vê no meio de um furacão. Afinal, existe o contraponto entre jovens inocentes e mulheres muito, muito experientes. E à procura delas, o exército japonês e seus soldados estupradores. A única solução para que elas se salvem é John e sua neutralidade de ocidental. E o rapaz se traveste de padre para lidar com o exército invasor, que de certa forma respeita sua batina. E essa transformação do agente funerário em homem honrado, no tal herói do dia como passa a ser conhecido, é de certa forma, forçada demais. Os destaques acabam sendo as atrizes Xinyi Zhang, como Shu, uma das estudantes e narradora da história, e a bela Ni Ni, que interpreta Yu Mo, a prostituta por quem John se encanta.
Zhang Yimou é primoroso na reconstituição da invasão nipônica à cidade chinesa, que foi totalmente destruída. Porém exagerado sentimentalismo e algumas cenas longas demais, como a das brigas entre estudantes e prostitutas na igreja, acabam por enfraquecer o filme, que poderia ter muito menos do que seus 141 longos minutos.
A invasão de Nanking pelos japoneses foi melhor retratada no excepcional Cidade da Vida e da Morte, dirigido por Chuan Lu em 2009, todo em preto e branco e com quase 3 horas de duração. Esse é imperdível.
Cotação: regular
Chico Izidro
quinta-feira, maio 24, 2012
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“QUEER”
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