quinta-feira, outubro 05, 2017

"Churchill"



O diretor australiano Jonathan Teplitzky decidiu destruir a história no drama de guerra "Churchill", interpretado por Brian Cox. O filme até tem bons momentos e uma reconstituição de época grandiosa. E apesar do título, a exemplo de muitas obras sobre personalidades históricas, não faz um resumão da vida da pessoa, mas foca em um período específico. Aqui, o longa mostra o Primeiro Ministro Inglês na II Guerra Mundial, mais especificamente às vésperas do Dia D, e transforma Churchill em um dirigente histérico e ultrapassado.

No filme, Churchill se opõe à invasão da Normandia, conhecida como o Dia D, em 6 de junho de 1944, receoso de que se repita o elevado número de mortes da Campanha de Galípoli, em 1915, na I Guerra, e que diz ter tentado evitar. O problema é que a oposição do dirigente britânico ao Dia D nunca ocorreu. Na realidade o primeiro-ministro questionou enviar as tropas para uma invasão à França nos anos de 1942 e 1943, por não estarem ainda bem preparadas, mas nunca em 1944, da qual foi um incentivador.

"Churchill" tem seus bons momentos, mas por vezes aparece muito exagerado. O personagem berra com seus comandados, e ainda tem um encontro com o então rei da Inglaterra, que parece implausível. Churchill está em seu escritório, quando sua esposa chega e o avisa que tem uma visita. Churchill sai da sala e encontra o rei nas escadarias....quem foi o roteirista desta cena?

Apesar de atropelar a história, o filme tem boas atuações. Brian Cox faz um Churchill convincente, e passa o tempo todo fumando charutos, bem como o personagem real. E Miranda Richardson vai bem também com a personagem mais forte do longa, Clementine Churchill, a esposa do primeiro ministro.

Duração: 1h45min

Cotação: regular
Chico Izidro

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