quinta-feira, abril 19, 2018
"7 Dias em Entebbe" (7 Days In Entebbe)
Este é o segundo filme hollywoodiano do brasileiro José Padilha, de "Tropa de Elite" e do tão criticado e não sem motivo seriado "O Mecanismo". Em 2014 ele realizou uma nova versão de "Robocop", e agora solta outra versão do sequestro de um avião da Air France em 1976 por terroristas alemães e palestinos e que a bordo levava quase 100 cidadãos israelenses, "7 Dias em Entebbe" (7 Days In Entebbe).
A primeira versão para o incidente foi feito a toque de caixa em dezembro daquele mesmo ano e foi batizado de "Vitória em Entebbe", e tinha em seu elenco Anthony Hopkins, Liz Taylor, Linda Blair, Kirk Douglas e Burt Lancaster. Bem, agora "7 Dias em Entebbe" (7 Days In Entebbe) mostra o sequestro que começou no final de junho e foi finalizado no início de julho. Padilha é correto na reconstituição de época e dos fatos, mas não se prendendo muito na vida dos reféns, se atendo mais aos terroristas alemães, do grupo Baader-Meinhof, Wilfried Böse (Daniel Brühl) e Brigitte Kuhlmann (Rosamund Pike), que aceitaram fazer o sequestro pois não tinham mais sentido em suas vidas depois que os líderes de seu grupo foram presos (Ulrike Meinhof se matou um mês antes do sequestro na prisão e Andreas Bernd Baader morto na cadeia um ano depois). Os dois, porém, sofriam com o que o mundo poderia pensar - dois alemães sequestrando e matando judeus? Tudo o que eles não queriam era ser comparado aos nazistas, que abominavam).
Eles sequestraram o avião da Air France que partira de Atenas com destino a Tel Aviv, tendo 248 passageiros a bordo e mais os tripulantes. Os terroristas levaram a nave para um terminal desativado do aeroporto de Entebbe, em Uganda, à época nas mãos do ditador Idi Amin Dada (Nonso Anozie, do seriado Zoo), que cínico, jogava para os dois lados, mas pensando apenas em divulgar seus "feitos" para o mundo - entre outras coisas, ele mandava seus inimigos para o poço dos crocodilos e também praticava canibalismo!
O ritmo do longa é lento, mostrando ainda as ações do gabinete israelense, comandado à época pelo primeiro-ministro Yitzhak Rabin e o ministro da defesa Shimon Peres. A ação fica mais para o final, e tem poucos minutos, com o comando israelense invadindo o aeroporto e salvando os reféns - morreram todos os terroristas, 45 soldados ugandeses e 4 reféns - Padilha não cita, mas uma cidadã israelense havia passado mal e levado para o hospital, onde seria assassinada dias depois.
Ainda o que se destaca é a apresentação de um grupo de dança, com as imagens intercaladas com os acontecimentos na África. Os israelenses e isto não é spoiler, é fato, obtinham mais um sucesso em um plano de risco - nunca é demais lembrar da captura do nazista Adolf Eichmann em Buenos Aires em 1960!
Duração: 1h47
Cotação: bom
Chico Izidro
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