quinta-feira, abril 26, 2018
"O Pacto de Adriana" (El Pacto de Adriana)
A ditadura de Pinochet no Chile entre os anos 1970 e 80 foi uma das mais violentas da América Latina. Para se ter uma ideia, com uma população de cerca de 10 milhões de habitantes, foram 40 mil as vítimas, entre elas 3.225 mortos ou desaparecidos, enquanto que o Brasil com aproximadamente 100 milhões teve 434 mortes e desaparecimentos durante a ditadura militar.
Em "O Pacto de Adriana" (El Pacto de Adriana), a diretora Lissette Orozco tenta descobrir o passado da tia, Adriana, que para ter uma vida melhor durante a ditadura chilena, entrou para a policia secreta de Pinochet, a DINA. Foi um período rico para ela, que viajou muito, conheceu personalidades e esteve presente em festas fantásticas. Mas tudo com um preço.
Já em meados dos anos 2000, a vida da tia da diretora começou a ser vasculhada, descobrindo-se que ela respondia a um processo judicial pelo assassinato de um importante dirigente comunista. Adriana acabou fugindo do Chile e se exilando na Austrália, onde os chilenos que lá vivem pedem que ela seja extraditada para casa e responder por seus crimes. Ela é acusada de torturar e matar presos políticos e a imprensa não lhe dá sossego.
Lissete aparece conversando com testemunhas, parceiros e até mesmo a tia, através do skype. A mulher jura inocência, mas todos os fatos mostram a sua culpabilidade. É uma obra intimista, bem pesquisada e detalhada, com imagens da época, e depoimentos fortes e marcantes - um dos ex-colegas de Adriana na DINA reconhece seus crimes, mas acha que ela não fará o mesmo. O final fica em aberto, talvez para cada um fazer seu julgamento. Forte.
Duração: 1h30
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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