segunda-feira, abril 22, 2019

"Vidas Duplas" (Doubles Vies)




Vidas Duplas (Doubles Vies), do diretor francês Olivier Assayas, começa de forma meio morna, com uma conversa entre um editor de livros e um escritor, que apresentou sua nova obra, mas que não agrada ao primeiro. Logo a questão passa a ser este novo mundo onde vivemos, onde o papel - livros, jornais e revistas - tem sido substituído implacavelmente pela digitalização.

Mas "Vidas Duplas" é mais sobre as relações humanas. E como diz explicitamente o título, a outra vida dos personagens. Todos traem todos o tempo todo. Alain (Guillaume Canet), o editor, é casado com a atriz Selena (Juliette Binoche). Ela desconfia que ele tenha uma amante. E ele até tem.

Mas o que ela não diz é que também tem um amante, exatamente o escritor Léonard (Vincent Macaigne), que em suas obras utiliza a própria vida e seus relacionamentos para fazer sucesso e também atrair a ira dos leitores. E o autor é casado com Valérie (Nora Hamzawi), esta sim que não possui um amante. Porém é assessora de um político e passa muito tempo viajando, sem dar atenção ao marido.

Então o filme discute, de forma inteligente, esses relacionamentos escapatórios, de pessoas se aproximando da meia idade com dúvidas. Este novo mundo onde o digital se sobressai ao analógico. A obra é qualificada como comédia, mas em seus quase 100 minutos o que menos vemos são piadas ou até mesmo rimos, pois nos enxergamos naqueles personagens perdidos.

Duração: 1h48
Cotação: ótimo

Chico Izidro

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