"Aranha", coproduzido por Brasil e Argentina, tem direção de Andrés Wood (“Machuca”, “Violeta foi para o céu”), com roteiro assinado por ele e Guillermo Calderón, e retrata um momento marcante da história do Chile - o início dos anos 1970, quando surgiu um grupo de direita que lutou para derrubar o governo socialista de Salvador Allende, que acabaria sendo deposto por um golpe militar em 11 de setembro de 1973, liderado pelo general Augusto Pinochet.A trama se passa em dois períodos, nos anos 1970 e atualmente, tendo como personagens principais Inés (interpretada por María Valverde e Mercedes Moran), Gerardo (Pedro Fontaine e Marcelo Alonso) e Justo (Gabriel Urzúa e Felipe Armas) que, na juventude, pertenceram ao Patria y Liberdad, um grupo real de extrema-direita que existiu no país, entre 1970 e 1973, responsável por diversos atos terroristas, e que se tornou um dos principais apoiadores do golpe provocado por Pinochet. No meio do conflito com a esquerda, nos anos do governo de Salvador Allende, o trio acaba se envolvendo amorosamente. No entanto, um crime político cometido pelo grupo acaba separando o trio, com Gerardo entrando na clandestinidade.Porém quatro décadas depois, Gerardo reaparece. E Inés e Justo, agora casados, vivem uma vida burguesa repleta de luxo e dinheiro. Mas Gerardo ainda é obcecado pelas causas do passado e quer trazer o ultranacionalismo novamente à tona. Mas quando ele é preso após cometer um assassinato, em sua casa é encontrado um grande arsenal de armas e munição, Inés, agora uma poderosa empresária, entrará na vida de Gerardo novamente, mas com o intuito de que o que aconteceu décadas atrás não venha à tona, e destrua sua credibilidade, já que desde 1990 o Chile vive uma democracia, e é um país que recebe muitos imigrantes, fato que incomoda e muito Gerardo."Aranha" foi o representante do Chile no Oscar de 2020 e indicado ao Goya como Melhor Filme Ibero-americano, e seu nome é uma alusão ao símbolo do Patria y Liberdad, que lembrava o aracnídeo. O tema é atual, mostrando pessoas que vivem no passado, não aceitando as mudanças da sociedade e nem sabendo conviver em uma. O diretor ressalta a atualidade do tema de seu longa. “Começamos a escrever antes de Bolsonaro, antes de Trump, então, de alguma forma, esse nacionalismo, que estava sendo respirado, se desenvolveu. Eu acho que o filme também apela para aquela raiz ou fibra nacionalista, que todos nós temos em algum lugar, e que, finalmente, quando você dá espaço, esses argumentos, às vezes, não parecem tão loucos, tão irracionais”, disse Woods. “Seria difícil para qualquer cineasta chileno fazer filme depois dos anos 1970 sem tocar nos anos da ditadura no Chile e como ela continua a reverberar nos dias de hoje. O que foi plantando naquele período continua explicando muito do que é o país agora”, completou.Cotação: ótimoDuração: 1h45minChico Izidro
quarta-feira, outubro 06, 2021
"Aranha"
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“QUEER”
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