O personagem Jap Gambardella (Toni Servillo) revive de certa forma o jornalista Marcello Rubini (Marcelo Mastroiani), de “A Doce Vida”, clássico de Fellini de 1960. Aqui, em “A Grande Beleza”, de Paolo Sorrentino, o escritor e jornalista Gambardella passa o tempo em festas e desperdiçando o tempo. Volta e meia ele é questionado por não ter repetido o sucesso de seu primeiro livro, “O Aparelho Humano” lançado há décadas, e que agora lhe propicia andar nas altas rodas de Roma, mesmo sem conseguir mais repetir o sucesso de sua obra. Aos 65 anos, Gambardella percorre a Cidade Eterna em suas festas movidas a música bate-estaca. O diretor mostra a cidade com um olhar moderno, mas sem esquecer a tradição do passado, com suas ruas estreitas, arquitetura milenar. Os personagens, a maioria na meia-idade, se perdem em festas infinitas, movidas a música eletrônica. Gambardella está lá no meio, perdido em suas divagações, observando os estranhos seres que o rodeiam, num emaranhado de imagens belas e cores berrantes.
Cotação: bom
Chico Izidro
quinta-feira, março 06, 2014
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“QUEER”
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