quarta-feira, março 26, 2014

“Em Busca de Iara”

Iara Iavelberg foi um dos nomes icônicos da guerrilha brasileira contra a ditadura militar em fins dos anos 1960 e começo dos 70. Sua trajetória é analisada no documentário “Em Busca de Iara”, dirigido por Flávio Frederico, com pesquisa e reportagem da sobrinha dela, Mariana Pamplona, batizada assim em homenagem a tia, cujo nome de guerra era justamente Mariana.

E a sobrinha percorre o Brasil entrevistando ex-companheiros e testemunhas que viram os últimos momentos da vida da companheira de Carlos Lamarca. Mariana consegue boas imagens de época, desde os tenros anos de Iara, que casou cedo, em 1961, aos 17 anos. Mas logo ela notou que a vida de casada não era para ela, e em 1963 ingressou na faculdade de psicologia da USP – e no ano seguinte, o do golpe militar, ela já começava a participar do movimento estudantil. Passo para a entrada na luta armada e na clandestinidade.

Iara foi morta em 1971, em Salvador, mas os militares alegaram que ela havia se suicidado. Este fato prejudicou até o seu enterro, pois considerada suicida, não pode ser enterrada ao lado de seus familiares no cemitério israelita de São Paulo. Somente anos depois, após comprovado o seu assassinato pelas forças repressoras, é que seu corpo foi transferido para solo consagrado.

A pesquisa de Mariana é notável. O documentário encontra vários personagens que acompanharam os momentos mais importantes da guerrilha contra os militares. E até mesmo o jovem que dedurou Iara aos militares quando ela se escondia no prédio onde seria morta. O rapaz, hoje, um senhor de 60 anos, desistiu de dar seu depoimento.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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