quinta-feira, março 06, 2014

“Tudo Por Um Furo”

Ron Burgundy é misógino, racista e totalmente sem noção. Também é o âncora – apresentador – que tenta recomeçar a carreira após perder o emprego em San Diego. Então aceita a vaga de um programa na madrugada na novíssima GNN, emissora 24 horas de jornalismo – paródia evidente com a CNN – surgida em 1980, ano em que transcorre “Tudo Por Um Furo”, direção de Adam McKay.

A comédia mostra os bastidores do telejornalismo de forma escrachada. Ron Burgundy (Will Ferrell) tem a companhia de outros três colegas beirando o retardadismo: o homem do tempo Brick (Steve Carrell) o repórter investigativo Brian (Paul Rudd) e o cara dos esportes, Champ (David Koechner). E não bastasse o racismo e a misoginia de Ron, que se separou ao não aceitar que a mulher Veronica (Christina Applegate) permanecer no emprego, e como apresentadora, ainda se envolve romanticamente com a diretora da GNN, a negra Linda (Meagan Good), que não entende como pode se envolver com aquele homem rude, sem papas na língua para seus pensamentos retrógrados. O filme até tem seus momentos engraçados, principalmente quando esquece o politicamente correto, e deixa Ron atacar com as piadas racistas e sexistas. Numa delas, Ron não consegue parar de repetir “ela é negra”, “ela é negra”, ao descobrir a raça de sua nova chefe. Só que no final “Tudo Por Um Furo” escorrega, numa cena constrangedora, que conta com participação equivocada de Will Smith, Liam Neeson, Tina Fey, Sacha Baron Cohen e Vince Vaugh.

Como fator positivo, o registro preciso de reconstituição de época. A história se passa em 1980, e a caracterização dos personagens é precisa.
Cotação: regular
Chico Izidro

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