quinta-feira, setembro 27, 2018

"A Moça do Calendário"



Assistindo "A Moça do Calendário", dirigido por Helena Ignez, lá pelas tantas pensei, "puxa, está me lembrando muito alguma coisa do Rogério Sganzerla (O Bandido da Luz Vermelha". Aí o filme termina e vou ver os créditos ele é baseado em um roteiro escrito pelo próprio em 1987. Rogério era o marido da diretora e morto em 2004.

Acompanhamos na trama Inácio (André Guerreiro Lopes), que trabalha em uma oficina mecânica durante o dia e como dublê de dançarino à noite. Quando está em seu serviço diurno, as cenas são mostradas em preto e branco, retratando o contraste entre seu jeito largado e irresponsável, com a perseguição de seu patrão, que reclama de seus atrasos e devaneios. As cores aparecem quando Inácio está fora do trabalho e pensando em um relacionamento platônico com uma mulher (Djin Scanzerla) que estampa o calendário da oficina.

"A Moça do Calendário" se utiliza de uma linguagem não convencional, com a câmera na mão seguindo os passos do protagonista pelas ruas de uma caótica São Paulo - muitos momentos são registrados como se fossem um sonho. Ele é ainda repleto de metáforas e números musicais. Porém, seu resultado acaba sendo irregular, se perdendo entre a realidade e a fantasia. Ficamos pensando o que a diretora estava tentando transmitir. E lá pelas tantas começamos a brigar para não dormir...

Duração: 1h26
Cotação: ruim

Chico Izidro

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