quinta-feira, agosto 06, 2009

A GAROTA IDEAL



Nos primeiros minutos, você até pode achar que é uma comédia das mais descerebradas. Só que enquanto vai rolando o filme, dá para notar que A GAROTA IDEAL (Lars and the Real Girl), de Craig Gillespie, é muito mais do que isso. Numa atuação sensível de Ryan Gosling (o judeu nazista de TOLERÂNCIA ZERO), vemos como comporta-se uma pessoa que tem total horror ao contato com outros seres humanos. Seu personagem, Lars, não consegue relacionar-se com ninguém, nem mesmo com o irmão e a cunhada, que passa o tempo todo querendo que ele tome o café da manhã ou jante com eles. Nem mesmo a paixonite de uma colega de trabalho, Cindy (Karen Robinson), o emotiva. Lars só acaba saindo de sua toca quando compra uma boneca de silicone de tamanho humano e imagina ter uma relação com ela. Conversa com ela, mas nunca faz sexo com Bianca e sim planos para o futuro com a boneca, que para ele é uma missionária que foi criada por freiras e tem metade brasileira, metade nórdica. No começo, todos à sua volta acreditam que ele pirou, mas depois de consultarem uma médica, Dagmar (Patricia Clarkson, da série Frasier e do ótimo filme Fatal, com Ben Kinsgley), é que vem que só entrando no jogo dele é que talvez encontrem a cura para Lars. Uma cena emblemática é quando a médica tenta tocá-lo e Lars arrepia-se todo, dizendo para Dagmar que sua pele está queimando: "Dói, dói", diz ele, que só consegue interagir com Bianca, que sabe ele ser algo irreal e que nunca irá machucá-lo.
Chico Izidro

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